09/03/2011

Forças de Gaddafi atacam cidade rebelde no Oeste & Príncipe Herdeiro pede exclusão aérea

Forças de Gaddafi atacam cidade rebelde no Oeste & Príncipe Herdeiro Exilado pede exclusão aérea urgente

Opositores ao governo de Muammar Kadhafi observam depósito de petróleo queimando em ataque contra forças leais ao ditador líbio, em Sedra -Hussein Malla/AP



Rebelde se protege durante bombardeiro a Ras Lanuf, na Líbia

TRÍPOLI, - Forças leais ao dirigente Muammar Gaddafi atacaram na quarta-feira os rebeldes que dominam a localidade de Zawiyah, no oeste da Líbia, cercando-os na praça principal com tanques e atiradores de elite, segundo relato de um morador e de um combatente rebelde.


"Podemos ver os tanques. Os tanques estão em toda parte," disse o combatente à Reuters, falando por telefone de Zawiyah, a cidade rebelde mais próxima da capital, Trípoli."Eles cercaram a praça com tanques e franco-atiradores. A situação não é tão boa. É muito assustador. Há muitos franco-atiradores," afirmou o morador.

Enquanto a comunidade internacional ainda hesita sobre como reagir à crise na Líbia, uma contra-ofensiva promovida por partidários do governo conteve o avanço dos rebeldes no leste e nas cidades de Zawiyah e Misrata, no oeste.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, deixou claro que Washington considera que a imposição de uma zona de exclusão aérea é um assunto para as Nações Unidas, e não deve ser uma iniciativa liderada pelos EUA.

"Queremos ver a comunidade internacional apoiar (a zona de exclusão aérea)," disse ela à TV Sky News. "Acho importantíssimo que não seja um esforço sob liderança dos EUA."

O combatente rebelde de Zawiyah, chamado Ibrahim, disse que as forças leais a Gaddafi controlam a avenida principal e os subúrbios.

Rebeldes anti-Kadhafi em tanque próximo a Ras Lanuf

As forças rebeldes ainda controlavam a praça, e o inimigo estava a cerca de 1.500 metros de distância, disse ele.

Ibrahim contou ainda que há franco-atiradores do Exército no topo da maioria dos edifícios, disparando em quem se atreve a deixar suas casas. "Há muitos mortos e não se pode sequer enterrá-los. Zawiyah está deserta. Não há ninguém nas ruas. Nenhum animal, nem mesmo os pássaros no céu," disse ele.


Um porta-voz do governo disse que os soldados controlam a maior parte de Zawiyah, mas que ainda há um pequeno grupo de combatentes rebeldes, "talvez 30 ou 40, escondendo-se nas ruas e no cemitério." "Eles estão desesperados," disse o porta-voz em Trípoli.

Os jornalistas estrangeiros foram impedidos de entrar Zawiyah, 50 quilômetros a oeste de Tripoli, e em outras cidades perto da capital sem escolta oficial.

A euforia revolucionária parece ter diminuído. "As pessoas estão morrendo lá fora. As forças de Gaddafi têm foguetes e tanques," disse à Reuters na quarta-feira Abdel Salem Mohamed, 21 anos, perto da cidade de Ras Lanuf. "Está vendo isto aqui? Isto aqui não presta," disse ele, apontando para sua metralhadora leve.

Coluna de fumaça sobe de base militar em ataque de forças do governo na cidade de Ras Lanuf

Bombardeios atingiram as posições rebeldes por trás da "terra de ninguém" no trecho de deserto entre Ras Lanuf e Jawad Bin, 550 quilômetros a leste de Trípoli. As cidades ficam a cerca de 60 quilômetros de distância entre si, na estrada estratégica ao longo da costa do Mar Mediterrâneo.

As tropas governistas que haviam cercado a cidade rebelde de Misrata partiram na terça-feira, dirigindo a leste para Sirte, junto com reforços provenientes de Trípoli, segundo um morador.


Já havia relatos anteriores de Sirte havia recebido reforços militares do sul.

(Reportagem adicional de Mariam Karoumy em Ras Jdir, Mo Abbaas em Ras Lanuf, Alexander Dziadosz em Ajdabiya, Hamid Ould Ahmed em Argel e Stefano Ambrogi em Londres)

Príncipe herdeiro Pede Exclusão Aérea

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O príncipe herdeiro da Líbia, que vive no exílio, pediu às potências estrangeiras na quarta-feira que imponham uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e ataquem as defesas aéreas de Muammar Gaddafi, mas disse que o povo líbio não vai querer forças internacionais no território do país.

Mohammed El Senussi, cuja família foi deposta por Gaddafi em 1969 em um golpe de Estado que aboliu a monarquia, disse que uma zona de exclusão aérea impediria a ocorrência de mais derramamento de sangue no país norte-africano, onde rebeldes lutam para derrubar o líder líbio.

Alguns dos insurgentes vêm erguendo a bandeira líbia vermelha, negra e verde de antes do golpe, mas nenhum dos movimentos oposicionistas pediu a restauração da monarquia.

"Falo em nome de todos os líbios quando peço a imposição de uma zona de exclusão aérea e de ataques aéreos contra as defesas aéreas de Gaddafi", disse Senussi a jornalistas, falando ao telefone desde sua casa em Londres.

"A zona de exclusão aérea seria responsabilidade da comunidade internacional", ele acrescentou. "Mas rejeitamos qualquer intervenção estrangeira sob a forma de tropas em campo."

Com a comunidade internacional ainda hesitante em relação a como reagir à crise na Líbia, uma contra-ofensiva de Gaddafi freou um avanço rebelde no leste do país e deixou outros rebeldes isolados nas cidades de Zawiyah e Misrate, no oeste.

A antiga família real vem da região leste da Líbia.

Forças leais a Gaddafi, que já declarou que prefere morrer na Líbia a se render, apertaram o cerco em torno de rebeldes na cidade de Zawiyah na quarta-feira, cercando-os com tanques na praça principal.

"Precisamos de menos falatório e mais ação. Esta não é uma crise que deva ser discutida em comitês, enquanto homens, mulheres e crianças estão sendo massacrados indiscriminadamente. É necessária uma ação logo que possível", disse Senussi.


Fonte:REUTERS-Reportagem adicional de Mariam Karoumy em Ras Jdir, Mo Abbaas em Ras Lanuf, Alexander Dziadosz em Ajdabiya, Hamid Ould Ahmed em Argel e Stefano Ambrogi em Londres;Erika Solomon/Videos :G1;RT News;AssociatedPress-

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