Mísseis iranianos seriam capazes de atingir os EUA em 2015
Israel debate ataque sem bênção americana
Subsecretário da Defesa alerta: Teerão poderá ter, em 2015, capacidade balística para atingir a América
Na resposta, o número dois do Pentágono reconheceu que o Irão pode construir um míssil balístico intercontinental (ICBM) “potencialmente capaz” de atingir solo americano “a partir de 2015″.
Washington tem estado a seguir com muita atenção o desenvolvimento do programa balístico iraniano – é aliás por causa dele que os americanos pretendem instalar o polémico escudo antimíssil na Europa – e reconhece que as datas avançadas só se confirmarão se o regime dos aiatolas receber “assistência externa”.
Os analistas militares suspeitam que o veículo espacial Safir, lançado pelos iranianos em Fevereiro de 2009, possa ser transformado num míssil de longo alcance.
A caminhar a par destes desenvolvimentos está o dossiê nuclear iraniano. Mesmo não sendo claro que Teerão procura capacidade militar nuclear, certo é que os ICBM podem transportar ogivas nucleares. Miller estima que o Irão vai demorar “pelo menos um ano” a desenvolver uma bomba nuclear, se a quiser, mas o mais provável é que o quadro temporal se alongue “três anos”.
Quem cada vez mais parece não ter tempo a perder é Israel. De acordo com a edição de ontem do “The Wall Street Journal”, as forças de segurança de Telavive desassossegam com o impasse no plano diplomático e discutem a possibilidade de atacar preventivamente o Irão, com ou sem o envolvimento americano.
James Cartwright, vice-chefe do estado-maior americano, considerou recentemente que uma acção militar não produzirá efeitos “decisivos” no programa nuclear, mas os israelitas não pensam do mesmo modo e temem que, na ausência de uma nova ronda de sanções, os interesses dos dois aliados divirjam muito rapidamente
Perante os sinais, a cúpula de segurança israelita pondera que Washington – a tentar fechar o dossiê iraquiano e a guerra no Afeganistão – possa aceitar conviver com um Irão nuclearizado, uma proposição absolutamente inaceitável para o governo de Benjamin Netanyahu.
Assim, se se decidirem a avançar, os israelitas podem mesmo ter de o fazer sozinhos.
Do ponto de vista americano, uma acção unilateral israelita acabaria sempre por arrastar os Estados Unidos para a guerra, porque, como prevêem as estruturas militares do Pentágono, o Irão não hesitaria em atacar interesses americanos na região – por exemplo com o ataque a bases, o apoio a grupos que combatem os americanos no Iraque e no Afeganistão, ou ainda a escalada dos preços do petróleo.
Na equação israelita entram também os seus vizinhos do Norte, o Líbano e a Síria, e o Hamas. Financiado, treinado e armado pelo Irão e pela Síria, o Hezbollah (instalado no Sul do Líbano) e os palestinianos do Hamas são os pontas-de-lança de Teerão caso Israel decida abrir as hostilidades.
Fonte:Plano Brasil/ Ionline:por Gonçalo Venâncio, Publicado em 22 de Abril de 2010
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