23/04/2010

Mísseis iranianos seriam capazes de atingir os EUA em 2015

Mísseis iranianos seriam capazes de atingir os EUA em 2015

Israel debate ataque sem bênção americana


Subsecretário da Defesa alerta: Teerão poderá ter, em 2015, capacidade balística para atingir a América

Numa audição perante o Senado americano na terça-feira, alguém tentou perceber junto de James Miller em que estado se encontra o desenvolvimento do programa de mísseis balísticos iranianos.

Na resposta, o número dois do Pentágono reconheceu que o Irão pode construir um míssil balístico intercontinental (ICBM) “potencialmente capaz” de atingir solo americano “a partir de 2015″.

Washington tem estado a seguir com muita atenção o desenvolvimento do programa balístico iraniano – é aliás por causa dele que os americanos pretendem instalar o polémico escudo antimíssil na Europa – e reconhece que as datas avançadas só se confirmarão se o regime dos aiatolas receber “assistência externa”.

Os analistas militares suspeitam que o veículo espacial Safir, lançado pelos iranianos em Fevereiro de 2009, possa ser transformado num míssil de longo alcance.

A caminhar a par destes desenvolvimentos está o dossiê nuclear iraniano. Mesmo não sendo claro que Teerão procura capacidade militar nuclear, certo é que os ICBM podem transportar ogivas nucleares. Miller estima que o Irão vai demorar “pelo menos um ano” a desenvolver uma bomba nuclear, se a quiser, mas o mais provável é que o quadro temporal se alongue “três anos”.

Quem cada vez mais parece não ter tempo a perder é Israel. De acordo com a edição de ontem do “The Wall Street Journal”, as forças de segurança de Telavive desassossegam com o impasse no plano diplomático e discutem a possibilidade de atacar preventivamente o Irão, com ou sem o envolvimento americano.

James Cartwright, vice-chefe do estado-maior americano, considerou recentemente que uma acção militar não produzirá efeitos “decisivos” no programa nuclear, mas os israelitas não pensam do mesmo modo e temem que, na ausência de uma nova ronda de sanções, os interesses dos dois aliados divirjam muito rapidamente

Perante os sinais, a cúpula de segurança israelita pondera que Washington – a tentar fechar o dossiê iraquiano e a guerra no Afeganistão – possa aceitar conviver com um Irão nuclearizado, uma proposição absolutamente inaceitável para o governo de Benjamin Netanyahu.

Assim, se se decidirem a avançar, os israelitas podem mesmo ter de o fazer sozinhos.

Do ponto de vista americano, uma acção unilateral israelita acabaria sempre por arrastar os Estados Unidos para a guerra, porque, como prevêem as estruturas militares do Pentágono, o Irão não hesitaria em atacar interesses americanos na região – por exemplo com o ataque a bases, o apoio a grupos que combatem os americanos no Iraque e no Afeganistão, ou ainda a escalada dos preços do petróleo.

Na equação israelita entram também os seus vizinhos do Norte, o Líbano e a Síria, e o Hamas. Financiado, treinado e armado pelo Irão e pela Síria, o Hezbollah (instalado no Sul do Líbano) e os palestinianos do Hamas são os pontas-de-lança de Teerão caso Israel decida abrir as hostilidades.


Fonte:Plano Brasil/ Ionline:por Gonçalo Venâncio, Publicado em 22 de Abril de 2010

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