NOVO RADAR PARA AMX A-1 DA FAB
O desenvolvimento do radar SCP-01 começou em 1987, com a contratação da empresa brasileira Tecnasa pelo então Ministério da Aeronáutica, para equipar os AMX da FAB.
O trabalho começou a ser feito com cooperação da SMA italiana, através da seguinte divisão de trabalho: a empresa brasileira ficou encarregada do desenvolvimento da antena, servomecanismo, receptor/excitador/processamento analógico, painel de controle e estrutura mecânica, enquanto a italiana ficou responsável pelo transmissor e processamento digital do sinal.
Durante a década de 1990 o programa se arrastou por falta de verbas. O radar está em fase final de desenvolvimento, com a Mectron e a Galileo Aviônica da Itália (pertencente à SELEX).
Características
O SCP-01 é um radar multimodo, leve e compacto, com agilidade de frequência. É um equipamento que provê capacidade de detecção, rastreamento e ataque dentro da filosofia HOTAS (hands on throttle and stick).
Ele possui os seguintes modos de operação:
AR-AR
- Busca e rastreamento
- 4 submodos de combate ar-ar
- Busca de avião tanque e busca enquanto rastreia (TWS)
AR-SUPERFÍCIE
- Busca ar-mar com rastreamento monopulso
- Busca ar-mar com TWS
- Mapeamento
- Telemetria ar-solo
O radar emprega diferentes formas de onda (pulsos e frequência de repetição de pulsos - PRFs), padrões de busca da antena e algoritmos de processamento.
Outras características
- Baixo peso e tamanho compacto
- Agilidade de frequência na banda I
- Compressão de pulso
- Operação doppler com média PRF
- Antena monopulso de dois planos
- Técnicas avançadas de ECCM (contra-contramedidas eletrônicas)
- Processamento acançado de sinais configurado por software
- Rejeição de clutter e rastreamento de alvos por algoritmos adaptativos
- Processamento de imagem, com zoom no alvo e congelamento de imagem
- Integração com o sistema de missão via barramento de dados digital 1553B
- Saída para TV com gráficos em cores
Desenvolvimentos futuros
Explorando as capacidades de evolução de hardware e software, aperfeiçoamentos podem ser feitos no radar. Novos modos de operação podem ser implementados e o alcance ampliado, com antenas maiores e maior potência.
Em operação
O radar SCP-01 foi projetado segundo o conceito LRU (Line Replaceable Units - unidades substituíveis na linha de voo), com elevado desempenho em busca e rastreio de alvos navais, terrestres e aéreos, inclusive com capacidade “look-down/look-up”.
A interface do SCP-01 com o piloto é feita pelo painel de controle e HDD - Head Down Display. No A-1M, AMX modernizado, o radar será totalmente integrado ao MFCD (Multi-Funciton Color Display).
Radares SCP-01 produzidos
MODELO / PROTÓTIPO | FINALIDADE |
Mock-up 1 | Estudos dimensionais e de design |
Mock-up D | Testes de gun fire vibration |
Protótipo A1 | Modelo de engenharia, sem requisitos quanto às características físicas/dimensionais |
Mock-up 2 | Análises quanto à instalação na aeronave |
Protótipo A2 | Modelo de engenharia, unidades com características físicas/dimensionais próximas das atuais |
Protótipo B1 | Ensaios em vôo, unidades com características físi-cas/dimensionais definitivas |
Protótipo B2 | Suporte ao vôo |
Protótipo B3 | Homologação |
Protótipo B4 | Referência para produção |
VERSÕES QUE NÃO DECOLARAM
A AMX International tentou emplacar outras versões do AMX para exportação. Um delas foi o AMX-T, que foi oferecido como LIFT (Lead-in fighter trainer).
Entre as boas características do AMX-T, estavam a ótima manobrabilidade em baixas altitudes (limites de acelerações +7.33g e -3.6g) e voo alto subsônico (550 nós ao nível do mar), além da ótima visibilidade do cockpit.
O AMX-T também requeria menos manutenção que outras aeronaves de treinamento a jato e a presença de uma APU (Auxiliary Power Unit) na aeronave possibilitava a operação autônoma em aeródromos distantes, sem muita infraestrutura.
Abaixo, a lista de versões do AMX que foram propostas, mas não seguiram adiante:
AMX-MLU: Mid-life upgrade conjunto Brasil-Itália, abandonado pelo alto custo e falta de verbas.
A Itália optou depois por uma modernização mais modesta, denominada ACOL (Aggiornamento delle Capacità Operative e Logistiche ), adotando novo sistema navegação/ataque por INS/GPS, novo MFD LCD, crash recorder, substituição de ítens obsoletos, melhoria na suíte de guerra eletrônica (EW), a integração do designador laser Thales CLDP e a habilidade de usar as novas bombas JDAM da Boeing, guiadas por GPS.
SUPER AMX: Versão biplace oferecida para a África do Sul. Teria HUD de grande ângulo, glass cockpit de última geração, HOTAS melhorado, GPS, HMD, sistemas defensivos avançados e o radar ítalo-brasileiro SCP-01 Scipio.
AMX-ATA: Versão do AMX para a Venezuela, com radar Elta-EL M-2032 e aviônica israelense. A Venezuela pretendia adquirir 8 aeronaves e depois mais 4, mas o negócio acabou sendo barrado por pressão dos EUA.
AMX-ATA-2: Aeronave de ataque leve e treinador de exportação, dotado de aviônica avançada e novo motor EJ-200, sem pós-combustor.
AMX-E: Biplace especializado em Guerra Eletrônica (EW), para missões de escort jammer e SEAD (supressão de defesas antiaéreas), usando mísseis AGM-88 HARM. Estudos de viabilidade foram completados, mas o desenvolvimento cancelado.
Fonte:Poder Aéreo
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