PONTE AÉREA OU JOGO DE MARKETING?
EMPRESA AÉREA DE PEQUENO PORTE SE COLOCA EM AVIDENCIA AO ANUNCIAR PONTE AÉREA RJ à SP
O fato é que a TEAM tenta se reerguer desde o acidente com sua aeronave vinda de macaé próximo de Rio Bonito em 2006 .
A aeronave bateu na parte mais alta da serra de São João.
O avião era pilotado por Michael Peter Hutten, que deixou o aeroporto de Macaé, no norte fluminense, às 17h19m de ontem, com destino ao aeroporto Santos Dumont, no Rio. Ele tinha como co-piloto Albaruz Jaime Eloir.Ao todo foram 19 vítimas.
A empresa opera desde 2001 na região sudeste e faz vôos para os municípios de Parati e Angra dos Reis, no sul fluminense; Cabo Frio e Búzios, na Região dos Lagos, e Campos e Macaé, no norte do Estado. Esse tipo de avião custa em média dois milhões de dólares.
,sua imagem ficou ofuscada dentro do mercado onde seu forte eram voos entre Rio de Janeiro e Macaé.após oacidente recebeu criticas e recomendações por parte de um comentarista dizando para que não se viajasse em aeronaves da TEAM.
Mesmo assim, uma pequena empresa aérea, com frota de apenas dois aviões, agitou o mercado de transporte aéreo nacional na semana passada.
A carioca Team Linhas Aéreas virou o assunto do momento ao anunciar o lançamento de uma rota alternativa à ponte aérea Rio-São Paulo. Sua intenção é ligar as duas cidades pelos aeroportos de Jacarepaguá, no Rio, e Campo de Marte, em São Paulo.
A polêmica estourou imediatamente, com reclamações generalizadas, incluindo as feitas pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).
Para o fundador e presidente da companhia, o coronel aviador da reserva Mário Moreira, a ligação, além de estar de acordo com a legislação vigente, é uma forma de democratizar o uso dos dois aeroportos.
Moreira (de branco): ex-coronel usou experiência como consultor para criar a Team
Moreira vive e respira aviação desde os 15 anos de idade, quando entrou na Academia da Força Aérea (AFA), da qual saiu formado piloto de jatos F-5.
Com algum tempo de serviço militar, foi transferido para o Primeiro Grupamento de Aviação de Caça, na cidade gaúcha de Santa Maria. Permaneceu ali até atingir o posto de coronel aviador e de líder de esquadrão. Ao mesmo tempo, começou a cursar economia na faculdade da cidade e, após se formar, decidiu abandonar a carreira militar, em 1995.
Sua primeira missão fora da Aeronáutica foi comandar uma consultoria de negócios em aviação civil, área na qual se especializou. "Ajudei a desenvolver o plano de negócios da maioria das mais novas companhias aéreas regionais do País, como a Trip e a Passaredo", diz.
O trabalho despertou em Moreira o interesse em criar sua própria empresa aérea. Faltava apenas um avião ideal para colocar em prática o que ele tinha em mente.
"Durante uma consultoria para um banco, que queria avaliar a possibilidade de oferecer leasing aeronáutico para o Brasil, conheci o LE T 410", conta Moreira.
Embora fabricado na República Tcheca, o avião tinha todas as características de uma aeronave ocidental. "Ele oferecia excelente qualidade técnica para voos regionais e um preço imbatível", diz.
Com o fim da União Soviética, os preços dos aviões estavam muito baixos, ainda que utilizassem equipamentos (aviônicos) ocidentais de ponta.
"Basicamente, o preço era tão baixo que você pagava pelos aviônicos e levava o avião de graça", diz o coronel. Em 2001, Moreira conseguiu recursos suficientes para adquirir o primeiro LE T 410 e dar início à Team.
Sua proposta inicial era oferecer ligações para cidades turísticas no Rio de Janeiro, como Paraty e Angra dos Reis.
"Tive muita sorte", afirma. "Naquela época, muita gente da Petrobras estava se mudando do Rio para Macaé, e fiz um acordo com a empresa", diz. "Para garantir a rota, a Petrobras se comprometeu a comprar três assentos em todos os meus voos para Macaé." Em pouco tempo, a empresa cresceu, expandiu sua malha e incorporou mais duas aeronaves. Em 2006, Moreira vivenciou uma tragédia.
Em um voo entre o Rio e Macaé, um de seus aviões bateu na Serra do Mar durante mau tempo, matando todos os 19 ocupantes."Foi mais difícil sobreviver ao acidente do que começar a empresa."
No início de 2009 Moreira decidiu que era hora de criar uma nova ponte aérea entre São Paulo e Rio ao saber da decisão da Anac de liberar as operações em qualquer aeroporto do Rio. "Isso abriu caminho para essa rota que vamos abrir", diz o coronel.
Hoje para abrir uma rota aérea, basta que haja SLOTS nos aeroportos de destino e origem e que a operação seja comunidada à Anac.
Para ele toda a polêmica em torno do projeto se deve a interpretações equivocadas de suas proposta. "Não se trata de mudar a ponte aérea do Santos Dumont para Jacarepaguá, mas dar uma alternativa para quem mora na Barra da Tijuca." Para especialistas, o problema é o precedente que a nova rota pode criar. "Se uma empresa oferecer o serviço, outras também vão querer oferecer", afirma Respício do Espírito Santo, pesquisador do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo (Cepta), da UFRJ. "A questão é que esses dois aeroportos não têm capacidade para receber voos regulares frequentes." Moreira também pode enfrentar outra dificuldade.
Uma das opções sugeridas no projeto do trem-bala, que liga São Paulo ao Rio, é usar o Campo de Marte como estação. Se isso ocorrer, o aeroporto pode ser desativado
Fonte: (IstoÉ Dinheiro) - Foto: André Coelho (Ag. O Globo) ,correções voarnews
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