A Embraer anunciou que entregou 204 jatos a clientes em 2008, número recorde e 20,7% superior ao registrado em 2007 (169 aviões). Entretanto, a carteira de pedidos firmes da empresa sofreu o primeiro recuo em dois anos e fechou o quarto trimestre avaliada em US$ 20,9 bilhões.
Soma do valor dos aviões encomendados e que ainda não foram entregues, a carteira de pedidos firmes vinha registrando seguidos recordes desde o terceiro trimestre de 2006, quando saiu do patamar de US$ 13,3 bilhões (cerca de R$ 30,5 bilhões na cotação do dólar de ontem), até o terceiro trimestre de 2008, quando atingiu US$ 21,6 bilhões (R$ 49,6 bilhões).
Apesar da queda do valor em dólares, a carteira de pedidos firmes da Embraer no quarto trimestre sofreu valorização, em reais, em relação ao trimestre anterior, se considerarmos a cotação da moeda norte americana na época.
Dos 204 jatos entregues em 2008, 59 foram no quarto trimestre. Desses, 44 são da aviação comercial (aeronaves de grande porte), 4 da área de defesa e governo e outros 11 da aviação executiva (jatos particulares ou táxis aéreos).
Ainda na aviação executiva, o quarto trimestre marcou as duas primeiras entregas de jatinhos Phenom 100 (até oito assentos), grande aposta da Embraer na área. Mas o número de entregas ficou abaixo do previsto, de 15 a 20 unidades no segundo semestre de 2008. A carteira da família Phenom fechou o quarto trimestre com mais de 850 encomendas firmes.
Em declarações recentes, executivos da Embraer têm demonstrado preocupação em relação ao impacto da crise internacional no desempenho da empresa este ano. Em novembro, a direção da fabricante já apontava redução na previsão de entregas para 2009, de até 350 aeronaves para 270.
No terceiro trimestre de 2008, a Embraer já havia registrado seu primeiro prejuízo líquido em 11 anos, de R$ 48,4 milhões. O prejuízo, segundo a empresa, veio com operações financeiras contratadas por ela própria para cobrir riscos com a valorização do real -ou seja, evitar que se compre menos reais por cada dólar recebido em pagamentos. A empresa cobriu esse risco usando instrumentos para liquidação futura, os derivativos.
Fonte: Folha de SP,Youtube.com
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