À primeira vista parece uma gigante peça de origami ancorada num enorme pedestal mas, apesar de não o ser, é igualmente fantástica.
Não é um avião, ainda que pese tanto como um, não é um balão ou um zeppelin, mas eleva-se no ar graças a um gás...
Aircruise é um imponente dirigível, criação da empresa londrina Seymourpowell, um novo conceito de transporte com tal potencial que prendeu a atenção da gigante coreana Samsung Construction and Trading (apenas e só a contratante principal do Burj Khalifa no Dubai), a qual abraçou o projecto.
É entre o papagaio de papel e vela rasgada de uma nau, que se apresenta esta aeronave vertical pensada para “cruzeiros aéreos”, conceito visionário de transporte do futuro.
Com 265 metros de altura, da plataforma de embarque ao topo, o peso total da estrutura é estimado em 270 toneladas, o mesmo que o maior avião de passageiros do mundo, o Airbus Super-Jumbo A380.
Com óbvios benefícios ambientais, a aeronave é alimentada por painéis solares dispostos na sua superfície e células de combustível PEM (Polymer Electrolyte Membrane), que utilizam o hidrogénio armazenado e oxigénio do ar, podendo até produzir alguma água potável. 330,000 metros cúbicos de hidrogénio são armazenados em quatro envelopes capazes de erguer 1,2 quilos por metro cúbico e de elevar até 396 toneladas.
Em caso de ruptura da membrana externa de qualquer um destes envelopes, cada um pode se auto-selar de forma a minimizar o desastre eminente.
A própria física deste dirigível – a necessidade desta imensa quantidade de gás – limita a quantidade de peso passível de ser transportado, o que acabou por ser determinante para o luxo com que este acolhe os passageiros.
A necessidade de não colocar muito peso no dirigível obrigou à criação de amplas zonas livres, dando origem a espaços muito minimalistas e de bom gosto.
Podendo apenas voar a baixas altitudes, já que não é pressurizada, a empresa sugere que a aeronave seja usada para o turismo, num jantar sobre o mar ou num passeio sobrevoando uma região turística, unindo a beleza dos seus interiores ultra modernos à paisagem próxima.
É um autêntico hotel nos céus, integrando um bar/ lounge, quatro apartamentos duplex, uma penthouse e cinco apartamentos simples, desenvolvidos para suportar um máximo de 100 passageiros e cerca de 20 tripulantes.
O Aircruise não é pois feito para as massas, mas também não o é para velocidades: tudo pensado para uma elite do séc. XXI com direito aos dois maiores luxos: espaço e tempo.
Por agora não passa de um conjunto de belas imagens e animações virtuais, ainda que tenha sido projectado ao detalhe, incluindo planos de construção, utilização e especificações técnicas.
Porém, o director de design da Samsung C&T, Seung Min Kim, refere: “Este é um projecto conceptual de sonho, que nos ajuda a conceber um futuro de construções sustentáveis combinadas com estilos de vida inovadores e luxuosos.
Numa época em que o impacte ambiental é um factor chave a considerar na arquitectura, estamos entusiasmados por desenvolver esta visão do futuro através da pesquisa de soluções que possam ser edificadas até 2015, o ano que muito vaticinam como ponto de viragem para o futuro”.
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