06/04/2010

Falta de pilotos pode travar setor aéreo em dois anos

Falta de pilotos pode travar setor aéreo em dois anos

Número de formandos não acompanha o crescimento estimado para aviação brasileira

Vai faltar piloto em dois ou três anos, diz presidente da Azul

Há tempos o país enfrenta dificuldades para recrutar pilotos de aviões comerciais, devido ao número reduzido de pessoas que se profissionalizam para exercer esta tarefa.

Com o crescimento projetado para o turismo do Brasil, que está às vésperas de sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, o setor aéreo tende a entrar em colapso em, no máximo, três anos.

Entre 2007 e 2009, a média de licenciamento de novos pilotos comerciais de linhas aéreas foi de 373 profissionais por ano.

Esse número é suficiente para atender apenas 62 novas aeronaves, de acordo com especialistas ouvidos pelo R7.

TAM, Gol e Azul, juntas, absorveriam pelo menos 70% desse total, considerando o número de aviões que elas compram a cada ano.

Isso porque é preciso ter 12 pilotos por avião em uso no país, para que se formem seis duplas por aeronave, entre piloto e copiloto.

Esse arranjo é necessário porque ambas as categorias profissionais têm limites de horas para voar.

Nesse cenário, sobraria menos de um terço dos formandos para atender todo o restante do mercado, que inclui as outras empresas que precisam repor seus quadros devido à aposentadoria de seus pilotos, companhias aéreas internacionais e novatas como Webjet e OceanAir.

O número é considerado “irrisório” pelo diretor de relações institucionais da Azul, Adalberto Febeliano.

- Vai faltar piloto daqui a dois ou três anos. Não tem piloto para mais ninguém.

Custo caro afasta interessados

Anac oferece bolsa para quem quer ser piloto

Um dos principais empecilhos para quem quer ser piloto é o preço do curso.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informa que o investimento necessário para este tipo de formação vai de R$ 14 mil a R$ 70 mil.

O superintendente de capacitação e desenvolvimento da agência, Sidney Nogueira, afirma que formar um piloto é certamente o processo que mais exige investimento financeiro de um aspirante à profissão.

- Sem contar que o candidato também precisa reunir outras habilidades e características bem específicas, como ter boa visão, boa audição e reflexos apurados.

Por isso é que esta é provavelmente a área da aviação civil em que a oferta de profissionais é mais escassa.

Graziella Baggio, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), conta que realmente as vagas mais procuradas são de pilotos e de comissários.

O problema, segundo ela, é que os cursos são “extremamente caros e longos”.

Fonte: Direto da Pista/R7

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