Os holofotes estão nas líderes do setor aéreo brasileiro.
De um lado, a TAM anuncia uma fusão com a Lan Chile e forma a maior empresa do ramo na América Latina.
Na Gol, sua maior concorrente, a novidade é a ameaça de greve dos funcionários, feita nesta sexta-feira.
A insatisfação dos trabalhadores é mais um dos problemas enfrentados pela Gol nas últimas duas semanas.
O primeiro deles foi uma série de atrasos e cancelamentos de voos, provocada por erros na escala da tripulação.
A sequência de reveses evidencia um momento difícil para a Gol, responsável por 38% do mercado doméstico de aviação.
A Gol nega uma crise institucional. "As situações que ocorreram foram pontuais", afirmou ao iG o diretor de comunicação da empresa, Hélio Muniz.
O executivo ressaltou que as projeções da companhia para o resultado financeiro e operacional de 2010 foram mantidas.
"Os resultados do terceiro trimestre não foram materialmente afetados pelas ocorrências da virada do mês", disse.
Os especialistas em aviação consultados pelo iG consideram que, de fato, o impacto financeiro será pouco significativo.
Para eles, o principal risco enfrentado atualmente pela Gol é uma crise de imagem.
"Uma greve prejudica a empresa porque ela perde mercado. Ela pode gerar uma desconfiança entre os passageiros e uma migração para outras companhias", afirmou Rosângela Ribeiro, analista de aviação da corretora SLW.
Caso a greve se confirme, o cenário esperado no curto prazo é semelhante ao que ocorreu entre os dias 31 de julho e 3 de agosto, afirma Brian Moretti, analista do setor da corretora Planner.
Na ocasião, voos foram adiados ou cancelados por falta de tripulação, provocada por uma falha no sistema que define a escala da equipe.
Se houver uma paralisação das atividades dos trabalhadores mais prolongada, a empresa pode até perder seus slots (horários de pouso ou decolagem) em aeroportos mais disputados, como Congonhas.
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) pode retomar esses espaços de companhias que não atingirem uma média de regularidade e pontualidade superior a 80% das operações em um período de 90 dias.
A gravidade das consequências de uma possível greve na Gol deve levar a empresa a buscar acordos com os trabalhadores.
"A greve é uma medida extrema, a ser tomada apenas em último caso, quando trabalhadores e empregador esgotaram todas as suas tentativas de negociações. Não é o caso", disse Muniz. Ele ressaltou que não há suspensão das atividades dos funcionários confirmada até o momento e que as operações da Gol ocorrerão normalmente.
A decisão, tomada em assembleias organizadas pelos sindicatos dos aeronautas (pilotos e comissários de bordo) e aeroviários (equipe de solo), significa que continuarão a trabalhar, porém, podem paralisar as atividades a qualquer momento.
O descontentamento de pilotos, que reclamam de jornadas excessivas, da pressão exercida por seus superiores, e o fim da era de glamour da profissão estão por trás do caos aéreo da semana passada, em que mais de 400 voos da Gol foram cancelados.
A jornada -tempo em que ficam à disposição da empresa- pode, em casos extremos, ser extrapolada. Se isso ocorrer, a empresa deve avisar a ANAC.
"A jornada no Brasil está defasada e precisa passar por uma revisão", diz o comandante Miguel Dau, vice-presidente técnico operacional da Azul.
Frase
piloto com mais de 25 anos de experiência
Fonte: Marina Gazzoni (iG) -Via desastresaereosnews/MARIANA BARBOSA AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por participar e enviar seu comentário
Voar News Agradece pela sua participação