Embraer leva remotorização de jatos ao Conselho de Administração no fim de 2012
SÃO PAULO (Reuters) - A Embraer levará o projeto de remotorização de seus jatos regionais para aprovação pelo Conselho de Administração no final de 2012.
"Nosso plano de negócios deve ser aprovado no final do ano que vem, ou seja, o 'go ahead' oficial sai somente no final de 2012", afirmou à Reuters o vice-presidente de Aviação Comercial da fabricante, Paulo Cesar de Souza e Silva, no final da quarta-feira.
Assim, possivelmente ficaria para 2013 o início efetivo das vendas da segunda geração de E-Jets, que além de motor devem receber nova asa -mesmo que antes disso a Embraer já negocie encomendas sem que haja um compromisso formal de compra e venda.
A Embraer, maior fabricante mundial de jatos regionais, avaliou extensamente qual seria seu próximo passo na aviação comercial. A atual família de E-Jets foi lançada no final de 1999 e teve suas entregas começando em 2004, com mais de 1 mil encomendas firmes até agora.
Fora a remotorização, a outra opção que foi abortada pela fabricante brasileira era o desenvolvimento de uma aeronave nova para disputar o mercado de 130 a 160 assentos. Depois que Airbus e Boeing anunciaram que irão equipar com novos motores seus campeões de vendas nessa faixa, o A320 e o 737, respectivamente, a Embraer entendeu que não teria espaço nesse nicho.
O vice-presidente da Embraer evitou estimar os investimentos necessários para a remotorização dos E-Jets, afirmando ser cedo para isso. Há algumas semanas, o executivo tinha dito que seriam necessários cerca de 2 bilhões de dólares.
"Temos que entender exatamente o que os clientes vão querer, se vamos remotorizar dois, três ou quatro modelos, se vamos mudar a asa. Está um pouco incipiente para falar em valor."
Os novos E-Jets terão economia de combustível de pelo menos 15 por cento em relação aos atuais e devem incluir uma versão alongada do Embraer 195, ampliando sua capacidade do máximo de 122 para até 132 passageiros.
DESAFIOS
A expectativa é que a segunda geração dos E-Jets tenha suas primeiras entregas a clientes em 2018, conforme informado anteriormente pela Embraer.
Silva reconhece que será um desafio manter o patamar de entregas de pelo menos 100 aviões comerciais por ano adiante, já que clientes poderão adiar a assinatura de contratos à espera dos jatos modernizados.
"É um desafio. Para isso temos uma estratégia de melhorar os E-Jets atuais, vamos investir para melhorar a performance dos E-Jets atuais, vamos desenvolver um novo interior, ou seja, vamos mantê-los bastante atualizados e competitivos para que esse risco seja minimizado."
Em 2012, a previsão é entregar "um pouco mais" aeronaves comerciais do que em 2011 -ano em que a meta de 102 unidades será superada "talvez em dois ou três aviões", de acordo com o vice-presidente da Embraer.
Segundo ele, a crise de dívida soberana europeia tem reduzido a oferta de empréstimos para financiar aeronaves.
"Havia bancos na Europa que financiavam aviões e navios que não estão mais no mercado por causa da crise, bancos franceses, alemães e ingleses... Isso é motivo de muita preocupação", declarou. "As fabricantes todas de aviões vão depender mais de financiamento oficial, via agências de crédito à exportação", acrescentou.
Para o próximo ano, contudo, a Embraer está em situação confortável nessa frente, assegurou Silva, adiantando que cerca de 70 por cento das entregas de aviões programadas pela fabricante em 2012 estão com o financiamento equacionado.
Fonte:REUTERS-por: Cesar Bianconi-via:G1.com
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