relatório da FAB sobre caças contraria preferência de Lula
Já a base aliada ao governo diz defender uma posição mais política em detrimento de escolha baseada em quesitos técnicos e financeiros.
O relatório, dizem oposicionistas, comprova que Lula fez “trapalhada” ao anunciar o acordo com a França em setembro. “É preciso respeitar a análise técnica e econômica.
A questão política tem que ter menos peso”, diz o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) lembra ainda que o Brasil já fechou grandes negócios com a França e que a relação entre ambos não será estremecida caso Lula siga o relatório.
Já na opinião de governistas, o principal é respeitar a atitude política. “Ver simplesmente qual o caça mais barato é mesquinharia.
Qualquer escolha será eminentemente política”, diz o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).
E com todoa a trapalhada do governo ,Ministro decreta SilêncioEliane Cantanhêde
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ontem, por meio de sua assessoria, que mantém o que ele declarou em entrevista à Folha em dezembro sobre a renovação dos caças da Aeronáutica, no sentido de que “a FAB não fará ranking de proposta, analisará os critérios individualmente, e o presidente é quem fará juízo de valor sobre a relevância de cada um”.
A manifestação foi feita por e-mail, usando o verbo assim, no futuro, para ratificar a versão oficial de que o relatório da Aeronáutica, concluído no dia 18 de dezembro, não foi entregue ao ministro até agora.
Em nota divulgada ontem, a Aeronáutica confirma que encerrou o relatório e ainda não o enviou à Defesa. Ressalta que o documento é “pautado na valorização dos aspectos comerciais, técnicos, operacionais, logísticos, industriais, de compensação comercial (offset) e transferência de tecnologia”.
A seus assessores Jobim disse que se sentiu “pressionado” com a divulgação, na Folha de ontem, do resultado do relatório técnico da Aeronáutica sobre o programa F-X2 -no qual o francês Rafale, preferido da área política, ficou atrás do sueco Gripen e do americano F-18. Essa informação, sobre a ordem de preferência, não foi questionada pela nota da FAB.
Jobim determinou ontem tanto à Defesa como ao Comando da Aeronáutica que não houvesse declarações nem detalhes para a imprensa que possam aumentar a natural tensão para definir o vitorioso final.
A decisão, formalmente, compete ao presidente Lula.
Na Aeronáutica, conforme a Folha apurou, o comandante Juniti Saito lamentou que a divulgação das conclusões da FAB tenha ocorrido menos de uma semana após o vazamento da informação de que os comandantes das Forças Armadas haviam cogitado pedir demissão por causa do novo Plano Nacional de Direitos Humanos.
O temor de Saito é que uma coisa contamine a outra, o que, a seu ver, seria não apenas inconveniente como injusto.
O relatório da FAB, com cerca de 30 mil páginas, já tinha sido concluído pela comissão responsável e aprovado pelo Alto Comando da Força Aérea no dia 18.
Antes, portanto, da divulgação do plano de direitos humanos, três dias depois, e da tensão na área militar.
Jobim e Saito conversaram anteontem à noite, na Base Aérea, e qualquer definição só ocorrerá a partir de segunda, quando Lula e Jobim voltam das férias.
O anúncio do vencedor ficará a cargo da Defesa.
fonte:G1.com/FOTO: Folha de São Paulo/Poder Aéreo
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