Irã nega ter capacidade para atacar Europa com mísseis
Os mísseis iranianos são destinados a defender o Irã contra uma eventual agressão e não ameaçam nenhum país, afirmou neste sábado o ministro iraniano da Defesa, Ahmed Vahidi, em resposta às acusações lançadas na quinta-feira pelo secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.
"Os mísseis da República Islâmica não ameaçam nenhum país, pois foram concebidos e desenvolvidos com uma finalidade de defesa contra qualquer agressão militar", declarou o general, Ahmad Vahidi, para a agência de notícias iraniana "Fars".
Ele classificou as acusações como proganda dos EUA contra o Irã e acusou o país de "buscar pretextos para não desmantelar seu arsenal nuclear nesse continente (Europa) para manter a pressão sobre a Rússia".
Mas Vahidi também alertou Moscou, que ajudou o Conselho de Segurança da ONU a aprovar uma quarta rodada de sanções ao Irã na semana passada. "Esta (humilhação) é o resultado da confiança em uma administração que não merece confiança", disse o general, avisando a Rússia que os EUA são falsos.
"A experiência mostra que os Estados Unidos não querem a paz nem segurança. Eles também não têm nenhum respeito pelos interesses de outros países", explicou.
"Os americanos inclusive já prejudicaram seus aliados mais próximos pelo bem de seus próprios interesses ilegítimos e hegemonia", concluiu Vahidi, fazendo alusão ao acordo nuclear que Brasil e Turquia acertaram com Teerã, mas que foi logo descartado pelo Ocidente.
Gates afirmou na quinta (17) que o Irã era capaz de lançar um ataque com centenas de mísseis contra a Europa, justificando assim a decisão americana de resvisar seu sistema de defesa antimísseis.
A Casa Branca decidiu em setembro passado mudar seu projeto de escudo antimísseis na Europa devido à ameaça dos mísseis iranianos de longo alcance sobre seus aliados da Otan (Tratado da Aliança para o Atlântico Norte).
"Um dos elementos [proporcionados pelos serviços de inteligência] que contribuíram para a decisão [de mudar o sistema de defesa antimíssil] foi a consciência de que se o Irã chegar a lançar um ataque de mísseis contra a Europa, não será com um ou dois mísseis, nem com um punhado", disse Gates durante audiência no Senado americano.
Um ataque iraniano "seria uma salva, na qual potencialmente teríamos dezenas, até centenas de mísseis" contra a Europa, destacou Gates, acrescentando que apoia o novo projeto, "capaz de proteger nossas tropas, nossas bases, nossas instalações e nossos aliados".
Em reunião em Bruxelas, os líderes da União Europeia (UE) aprovaram nesta quinta-feira (17) um pacote de sanções unilaterais ao Irã, incluindo medidas que visam o bloqueio a investimentos europeus na indústria energética iraniana, de gás e petróleo, e buscam reduzir a capacidade produtiva destes setores no país, atingindo diretamente a economia da República Islâmica.
As sanções são consideravelmente mais rígidas do que as aplicadas pelo Conselho de Segurança da ONU no dia 10 de junho, focadas em exercer pressão para conter o programa de enriquecimento de urânio, acusado pelo Ocidente de ter como objetivo a construção de armas atômicas, o que o Irã nega.
"O Conselho Europeu se arrepende profundamente do fato de o Irã não ter aproveitado as diversas oportunidades que foram oferecidas para remover as preocupações da comunidade internacional sobre a natureza de seu programa nuclear", dizia o texto do comunicado emitido ao término da reunião.
O Tesouro dos EUA impôs nesta quarta-feira (16) sanções adicionais ao Irã por seu programa nuclear, pondo na "lista negra" mais empresas e pessoas suspeitas de ligações com o programa nuclear ou de mísseis do Irã.
As medidas proíbem transações de americanos com as entidades listadas, e buscam congelar quaisquer bens que elas tenham sob jurisdição americana.
"Nossas ações hoje são destinadas a deter outros governos e instituições financeiras estrangeiras de lidar com essas entidades e, desse modo, apoiar as atividades ilícitas do Irã", disse o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner.
O Tesouro americano também tomou uma medida separada para pressionar o setor energético do Irã, identificando 20 empresas de petróleo e petroquímica que estão sob controle do governo iraniano --de modo que não podem fazer negócio com os EUA, sob um embargo comercial geral.
Geithner disse que os EUA planejam mais ações para aumentar a pressão financeira contra o Irã nas próximas semanas. "Vamos continuar mirando apoiadores do Irã para organizações terroristas.
Vamos continuar focando na Guarda Revolucionária do Irã", disse. "E vamos continuar a expor os esforços do Irã para evitar as sanções internacionais."
Fonte:Folha online
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