Desde o início de sua história, durante a Guerra da Coreia (1950-53), a Força Aérea dos Estados Unidos tem se aproveitado de uma maciça superioridade aérea sobre qualquer inimigo que ela lutasse. Mas esses dias parecem estar chegando ao fim.
“A USAF (Força Aérea dos EUA) não terá capacidade para efetuar todas suas tarefas que forem atribuídas de forma tão abrangente como sempre fez, e será destinada a ser simplesmente suficiente em áreas onde até então ela era acostumada a dominar,” disse o General Norton Schwartz, chefe da USAF, numa recente entrevista.
Daniel Goure, do Instituto Lexington, uma instutiução de estudos na área de defesa, disse, “Essa é uma semelhança ao que dizia o chefe da Força Aérea da França no final da década de 30, que ele estava disposto a ceder a superioridade aérea para a Luftwaffe, a Força Aérea Alemã.”
A frota aérea militar da USAF está mais antiga do que jamais esteve. Alguns pilotos de caça, assim como muitos pilotos de bombardeiros e de aeronaves de reabastecimento estão atualmente voando aeronaves que foram construídas antes que eles nasceram.
A idade é um problema numa frota aérea militar não apenas porque as aeronaves estão desgastadas, mas porque aeronaves antigas estão sem condições de possuir defesas aéreas modernas.
Apenas poucos caças e bombardeiros que estão em operação atualmente possuem condições de penetrar as defesas aéreas da Rússia, China e Irã, e é provável que continue assim até a proxima década ou menos.
As aeronaves de combate estão se tornando obsoletas ou começando a serem colocadas fora de operação mais rapidamente do que as novas entram em operação.
Das 5.631 aeronaves em operação na USAF, na Reserva da Força Aérea e na Guarda Aérea Nacional (ANG), 2.231 são caças ou caças bombardeiros. A USAF espera que esse número diminua para algo em torno de 1.800 até 2025.
A USAF pensa que até 2024 ela terá 185 caças a menos do que ela precisará para atender suas ameaças previstas. Em 2008, a USAF estimava que teria faltando 800 caças.
A diferença é a disponibilidade da USAF de aceitar os riscos “moderados”, uma vez que considerou apenas riscos maiores para calcular essa diferença.
Este declínio não seria um grande negócio se mais aeronaves antigas fossem substituídas por modelos mais capazes.
O caça F-22 Raptor, por exemplo, é o mais moderno caça ar-ar já fabricado em série.
No exercício Red Flag em 2008, o F-22 “abateu” todos modelos de caças nos enfrentamentos, incluindo as aeronaves Su-30MKI da Índia.
Mas no ano passado, a administração Obama cortou a produção do caça F-22 quando essa estava na aeronave 187. A USAF ofiginalmente queria 750 caças F-22. A razão principal foi dinheiro.
O custo unitário”voando cada vez mais alto” do Raptor é atualmente de US$150,4 milhões.
Quando o Secretário de Defesa Robert Gates anunciou a controversa decisão de fechar a produção do caça F-22, ele disse que poderia ser atenuado por uma intensificação da produção do caça F-35 Joint Strike Fighter, o qual está previsto para substituir os caças F-15E, o F-16 e o A-10 nas missões de ataque ao solo. Modelos do caça F-35 também estão previstos para substituir o caça F/A-18 Hornet na U.S. Navy e Marine Corps, e o jato Harrier no Marine Corps.
Mas o F-35, o qual ainda está em desenvolvimento, está com problemas crescentes, e seu custo vem subindo cada vez mais. A estimativa atual do custo unitário do F-35 é de US$149 milhões, mas é certo que deverá subir mais.
Em dezembro, o Secretário Gates reduziu para 361 de um pedido projetado de 483 caças F-35 que serão adquiridos até 2015.
Quando se pronunciou sobre o cancelamento da produção do F-22, ele ainda disse que a USAF tem condições de ter menos caças F-22 do que ela pensa que precisa, informando que a USAF teria mais caças F-35 para atender essas necessidades. Mas agora a USAF terá um número menor de caças F-35 também.
Problemas no desenvolvimento são comuns em aeronaves de alto desempenho. Não tem nada de incomum sobre o que o F-35 vem passando. Mas o problema foi virtualmente garantido quando o Pentágono tentou fabricar uma aeronave para tantas missões.
Na década de 60, o então secretário de defesa, Robert McNamara, ordenou que a USAF e a U.S. Navy fabricasse um caça comum.
O resultado foi o TFX, uma aeronave tão pesada para decolar de um porta-aviões da U.S. Navy e muito grande e lenta para ser um caça da USAF. (Na versão FB-111, no entanto, o TFX foi por muitos anos um bombadeiro nuclear exemplar, que mostrou que mesmo grandes erros podem ser colocados em produção e utilizados por pessoas com muita imaginação.)
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