UM TÁXI CHAMADO FAB "0800"
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O uso de um avião da Força Aérea Brasileira para levar o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), parentes e amigos ao jogo do Maracanã –fato revelado pelo repórter Leandro Colon, na Folha desta quarta-feira (3/7)– é apenas o abuso mais recente dessas práticas, agravado pela insensibilidade do parlamentar diante das manifestações de rua.
[foto:Jetphotos.net]
Conta-se que um ministro da Aeronáutica, ainda durante o governo militar, fez chegar ao então general-presidente a insatisfação de seus oficiais com o tratamento que um ministro civil dispensava à equipe da FAB responsável pelo deslocamento de autoridades.
O tal ministro era conhecido pela impontualidade, o que obrigava os militares a refazer sucessivos planos de voo.
A gota d’água que gerou a reclamação ao presidente foi a companhia que o ministro escolheu para um traslado: duas jovens que, decididamente, não aparentavam pertencer ao staff ministerial.
O mais grave: durante o voo as convidadas trataram os oficiais e seus auxiliares como se comissários de bordo fossem e, pior ainda, reclamaram da qualidade dos serviços oferecidos porque não havia nenhuma bebida alcoólica disponível.
A falta de transparência no uso de equipamentos públicos militares para finalidades no mínimo discutíveis não é fato novo.
Já se divulgou a tentativa da Marinha de evitar confirmar que helicópteros da Força haviam sido usados para transportar magistrados a um evento festivo em final de semana prolongado num resort no Rio de Janeiro.
Mais recentemente, o Superior Tribunal Militar não quis prestar maiores informações sobre o uso de aeronaves da FAB e helicópteros do Exército para transportar uma comitiva de mais de 30 pessoas, formada por ministros do STM, chefes de gabinete, oficiais auxiliares, assessores e convidados, em visita a fábricas de veículos militares e de material bélico em São Paulo e Minas Gerais, programa que nada tem a ver com as atividades jurisdicionais da Corte.
No momento em que a sociedade cobra mais transparência, essas autoridades aparentemente preferem continuar nas nuvens, evitando pôr os pés no chão.
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), usou um avião da Força Aérea Brasileira para levar a noiva, parentes dela, enteados e um filho ao jogo da seleção no Maracanã no domingo. Um jato C-99 da FAB foi buscar a turma em Natal, terra do deputado.
Decolou às 19h30 de sexta-feira rumo ao Rio de Janeiro e retornou no domingo, às 23h, após o jogo.
Ao pedir o avião, Alves informou que 14 passageiros poderiam viajar. Pegaram carona com o deputado sete pessoas: sua noiva, Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela, o publicitário Arturo Arruda, com a mulher Larissa, além de um filho do presidente da Câmara. Um amigo de Arturo entrou no voo de volta. Todos aproveitaram para passear no Rio no sábado e, no dia seguinte, foram à final da Copa das Confederações, vencida pelo Brasil. O deputado e seus convidados usaram cadeiras destinadas a torcedores, e não às autoridades. Eles postaram fotos em redes sociais de dentro do estádio. No Twitter, Alves comemorou: "BRASIL, seleção nota 10! E a torcida tb, nota 10! O campeão voltou!!"
Foto retirado de rede social, Arturo Filho e a mulher Larissa, passageiros do voo da FAB, ele é irmão de Laurita Arruda, noiva de Henrique Eduardo Alves.
O decreto 4244/2002, que disciplina o uso de aviões da FAB por autoridades, diz que os jatos podem ser requisitados quando houver "motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente".
O decreto não diz quem pode ou não viajar acompanhando as autoridades. Não constava na agenda de Alves, divulgada no site da Câmara, nenhum compromisso oficial no fim de semana. Ele disse, por meio da assessoria, que "solicitou" o avião porque tinha encontro com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), no sábado. "Como havia disponibilidade de espaço na aeronave, familiares acompanharam o presidente em seu deslocamento", disse.
A reunião não foi informada pela Câmara.
Presidente da Câmara usa avião da FAB para levar noiva e parentes ao Maracanã
Sua noiva também: "O campeão voltou... Rouquidão de hoje compensada". Se tivessem que pagar pela viagem de Natal ao Rio, ida e volta, cada passageiro gastaria pelo menos R$ 1,5 mil.
Renan Calheiros usou jato da FAB para ir a casamento na Bahia
ESCLARECIMENTO - Como funciona a utilização de aeronaves da FAB por autoridades públicas?
De acordo com o Decreto nº 4.244, de 22 de maio de 2002, o Comando da Aeronáutica, empregando aeronaves sob sua administração, efetua o transporte aéreo das seguintes autoridades:
I - Vice-Presidente da República;
II - Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal;
III - Ministros de Estado e demais ocupantes de cargo público com prerrogativas de Ministro de Estado;
IV - Comandantes das Forças Armadas e Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
De acordo com o Decreto, serão atendidos os pedidos de transporte para os seguintes motivos:
I - por motivo de segurança e emergência médica;
II - em viagens a serviço;
III - deslocamentos para o local de residência permanente.
Um desses motivos de viagem, bem como a quantidade de pessoas que eventualmente acompanharão a autoridade solicitante deve ser informado ao Comando da Aeronáutica no momento da solicitação da aeronave.
Não é competência da tripulação questionar qualquer autoridade sobre detalhes da missão em andamento. As aeronaves que atendem à Presidência da República obedecem a procedimento específico.
Leia o Decreto na íntegra: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4244.htm
Um dia após a revelação de que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),usou um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para levar sete parentes para a final da Copa das Confederações, no Rio de Janeiro, é a vez do presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL), ser acusado de usar uma aeronave do estado para fins particulares.
Segundo edição do jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira, Renan usou um jato C-99 da FAB para ir de Maceió para Trancoso, na Bahia, no dia 15 de junho.
A agenda do senador não registrou compromissos oficiais no estado nesse dia.
O único evento a que Renan compareceu foi o casamento da filha mais velha do senador e colega de partido Eduardo Braga (PMDB-AM). A cerimônia badalada contou com a presença de vários empresários e políticos. O cantor Latino fez um show privativo.
A agenda do senador não registrou compromissos oficiais no estado nesse dia.
O único evento a que Renan compareceu foi o casamento da filha mais velha do senador e colega de partido Eduardo Braga (PMDB-AM). A cerimônia badalada contou com a presença de vários empresários e políticos. O cantor Latino fez um show privativo.
Reinaldo Azevedo: Eis Renan Calheiros, o homem do "Passe Livre"
Na madrugada do dia 16 de junho, a aeronave foi para Brasília, mais uma vez com o senador a bordo. As informações foram confirmadas pela FAB, afirma a Folha de S.Paulo. Na data do casamento, as manifestações que sacudiram o país já haviam entrado na segunda semana.
Na manhã desta quinta-feira, o presidente do Senado tentou justificar a carona. "O avião da FAB, usado pelo presidente do Senado, é um avião de representação e eu utilizei o avião para representação, como presidente do Senado", disse Renan, ao chegar ao Senado.
No caso de Henrique Alves, a utilização da aeronave pegou mal. No mesmo dia, o presidente da Câmara afirmou que “errou” ao permitir o embarque de sete parentes em um jato da FAB.
O deputado devolveu 9.700 reais à União para pagar a carona dos parentes.
O deputado devolveu 9.700 reais à União para pagar a carona dos parentes.
I - Vice-Presidente da República;
II - Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal;
III - Ministros de Estado e demais ocupantes de cargo público com prerrogativas de Ministro de Estado;
IV - Comandantes das Forças Armadas e Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
De acordo com o Decreto, serão atendidos os pedidos de transporte para os seguintes motivos:
I - por motivo de segurança e emergência médica;
II - em viagens a serviço;
III - deslocamentos para o local de residência permanente.
Um desses motivos de viagem, bem como a quantidade de pessoas que eventualmente acompanharão a autoridade solicitante deve ser informado ao Comando da Aeronáutica no momento da solicitação da aeronave.
Não é competência da tripulação questionar qualquer autoridade sobre detalhes da missão em andamento. As aeronaves que atendem à Presidência da República obedecem a procedimento específico.
Leia o Decreto na íntegra: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4244.htm
FONTE: blogdofred;Veja online(Com Estadão )
A insensibilidade de Calheiros é igual à do LATROCIDA que matou a criança no colo da mãe, recentemente. O eleitor alagoano vai continuar oferecendo esse mal ao Brasil? FRANCISCO DE LIMA GOMES f_l_gomes@hotmail.com
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