24/10/2009

Polícia do Rio vai mudar operações com helicópteros

Polícia do Rio vai mudar operações com helicópteros em confrontos



Segundo PM, rotas e objetivo da aeronave em ações vão ser estudados.


Equipamentos de tripulantes também vão entrar na lista de mudanças.


Foto: Agência O Globo/Fabiano Rocha
Foto: Agência O Globo/Fabiano Rocha

Polícia ainda apura calibre de arma que acertou helicóptero (Foto: Agência O Globo/Fabiano Rocha)

A Polícia Militar está revendo o uso de helicópteros em operações policiais no Rio. Segundo a assessoria da PM, a questão foi discutida na última sexta-feira (23) e ficou decidido que haverá a operacionalização das aeronaves será remodelada.

Entre os itens revisto, de acordo com a PM, estão as rotas de voo, os equipamentos dos tripulantes dos helicópteros e a finalidade da aeronave nas operações em favelas cariocas.

Especialistas condenam aeronave em confrontos

Para especialistas, os helicópteros não deveriam ser utilizados em confrontos diretos entre policiais e traficantes.

A aeronave deveria servir apenas para apoio tático de operações em terra.

“O helicóptero é feito pra dar apoio. Em média, ele sozinho substitui 37 viaturas em terra, mas é feito para orientar por onde a equipe de terra pode ir.

Não tem que entrar em combate pra não cair, não é aconselhado.

É uma sinuca de bico”, afirma o especialista em segurança de voo, Douglas Machado, que aponta algumas vulnerabilidades deste tipo de aeronave em conflitos armados.

"O que determina o risco é a utilização da aeronave dessa forma, em voo baixo, com potencia máxima, numa área habitada.

Aeronave policial está sendo usada como plataforma de combate, com perigo para policiais e moradores. Esses helicópteros estão sendo utilizados como aeronaves de guerra, de ataque, sem ter essa característica.

Temos um histórico suficiente pra determinar o fim do uso dos helicópteros", reiterou o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Rodrigo Pimentel.

Perigos

No ar, o perigo é mais do que a aeronave pegar fogo, como no último fim de semana. “Se você der um tiro no vidro e pegar no piloto, ele não poderia continuar a pilotar; se atingir bem no eixo do tubo de cauda, o helicóptero fica sem controle e cai; se atingir qualquer tubo que leva controle pro motores, fica vulnerável”, enumera Douglas.

Em um blog na internet, policiais desabafam sobre os perigos da profissão e analisam o episódio do helicóptero. "Em guerra de facções nas favelas e morros cariocas temos que ter homens e viaturas cercando todos os acessos nos locais onde estão acontecendo os confrontos.

As aeronaves, se utilizadas, devem voar ao redor, mas não devem entrar na área de conflito.

A utilização de aeronave militar é para garantir a vida e a integridade da tropa de chão, não para proteger vagabundos", diz um dos textos publicados.

Policial morto teria tentado cortar cinto

Entre os equipamentos alvos de reclamação pelos tripulantes estão o cinto de segurança adaptado com material de rapel, também chamados de 'rabo de macaco', e macacões antichama.

“O cinto que usamos não é o mais indicado, porque este não há no mercado nacional. Usamos uma adaptação nacional feita na corporação.

O Marcos Standler (um dos policiais mortos), inclusive, faleceu com um canivete na mão, tentando cortar o cinto para se soltar”, contou um policial militar, que preferiu não se identificar.

Segundo ele, o relato de que Standler tentou cortar o cinto foi passado por um dos tripulantes.

Em entrevista nesta sexta-feira (23), o piloto Marcelo Vaz de Souza não deu detalhes, mas afirmou que os soldados Marcos Standler e Ediney Canazaro não conseguiram sair do helicóptero.


fonte:G1.com/por:Alícia Uchôa Do G1, no Rio

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