BRASIL QUER GARANTIAS DE TRANSFERENCIA DE TECNOLOGIA PARA COMPRA DE CAÇAS DOS EUA
Assessor da Presidência diz que nota da embaixada dos EUA é genérica.
Ele ressaltou ainda que Brasil não fechou negociação com franceses.
O assessor especial da presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse nesta quarta-feira (9), que a nota da embaixada norte-americana informando que o Congresso dos Estados Unidos aprova a transferência de tecnologia dos caças F/A-18 Super Hornet ao Brasil num possível processo de compra dessas aeronaves é genérica. Segundo ele, é preciso que o governo norte-americano ofereça garantias adicionais desta condição.
“Se houver garantias efetivas, porque transferência de tecnologia é um termo geral, nós queremos saber se há garantias efetivas de transferência [para negociar]”, afirmou. Mais cedo, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil emitiu nota para informar que o Congresso norte-americano havia aprovado a transferência de tecnologia no negócio com o Brasil. A nota é um indicativo de que o governo norte-americano não acredita que a negociação entre Brasil e França para aquisição de 36 caças Rafale esteja fechada.
“A análise feita pelo Congresso dos EUA sobre a venda potencial do F/A-18 Super Hornet ao governo brasileiro foi concluída em 5 de setembro sem nenhuma objeção formal à venda proposta. Isso significa que a aprovação do Governo dos Estados Unidos para transferir ao Brasil as tecnologias avançadas associadas ao F/A-18 Super Hornet é definitiva. O governo aprovou também a montagem final do Super Hornet no Brasil”, diz um trecho da nota da embaixada.
Garcia disse ainda que nesse tipo de negociação é preciso levar em conta os antecedentes dos sócios e lembrou que os antecedentes dos franceses são melhores que dos norte-americanos.
“O ministro [Nelson] Jobim [Defesa] declarou no Senado numa audiência sobre os submarinos [franceses] que como advogado, eu também sou, mas já não advogo faz tempo e ele como brilhante advogado, trabalhava com os antecedentes e os antecedentes com outros parceiros não eram bons e com a Franca no caso dos submarinos e dos helicópteros é bom”, comentou.
Já em relação aos Estados Unidos, o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de lembrar do episódio da venda dos aviões Super Tucanos, produzidos na Embraer e que usam tecnologia norte-americana, para a Venezuela.
Em 2006, o governo norte-americano tentou impedir a venda dessas aeronaves para os venezuelanos alegando que a tecnologia não podia ser estendida para outros países.
Em 2006, o governo norte-americano tentou impedir a venda dessas aeronaves para os venezuelanos alegando que a tecnologia não podia ser estendida para outros países.
“Queremos saber se não vamos sofrer nenhum tipo de restrição como sofremos na venda dos Super Tucanos. Este antecedente não é bom e diplomatas americanos reconheceram inclusive que não foi um bom antecedente”, argumentou Garcia.
Negociações em andamento
Garcia disse também que o comunicado conjunto dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e da França, Nicolas Sarkozy, não significa que o Brasil já tomou uma decisão sobre a compra de caças. “Já está dito que não estamos fechados a conversar com ninguém. Nós estamos conversando com o governo francês e se houver outras propostas tão atraentes ou mais atraentes que do governo francês, nós vamos discutir”, comentou.
Segundo ele, não há divisão no governo sobre essa questão. “Então não vamos fazer nenhuma especulação. Não há ambigüidade, não há divisão no governo, o governo tem posição muito clara e fará o que é melhor para o país”, disse.
Dassault, França - O fabricante defende que, com o Rafale, o Brasil tem a garantia francesa de transferência de tecnologia num compromisso de longa duração.
Saab, Suécia - Empresa defende o caça Grippen como o mais barato na comparação com os concorrentes.
Boeing, EUA - Modelo F-18 Super Hornet II Geração está em combate há mais de 15 anos. Empresa oferece investir no Brasil a mesma soma em dólares que for paga pela aquisição dos caças.
Saab, Suécia - Empresa defende o caça Grippen como o mais barato na comparação com os concorrentes.
Boeing, EUA - Modelo F-18 Super Hornet II Geração está em combate há mais de 15 anos. Empresa oferece investir no Brasil a mesma soma em dólares que for paga pela aquisição dos caças.
Fonte: G1 (com informações do Jornal da Globo)
Fonte: Jeferson Ribeiro (G1)
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