A fabricante brasileira de aeronaves Embraer informou nesta quinta-feira (19/02) que, em consequencia da crise financeira internacional, vai demitir mais de 4 mil funcionários e revisou para baixo as previsões de produção e imvestimentos para 2009.
“Como decorrência da crise sem precedentes que afeta a economia global, em particular o setor de transporte aéreo, tornou-se inevitável efetivar uma revisão de sua base de custos e de seu efetivo de pessoal, adequando-os à nova realidade de demanda por aeronaves comerciais e executivas”, afirmou a empresa.
As demissões vão atingir cerca de 20% do efetivo de 21.362 empregados da empresa e se concentram na mão-de-obra operacional, administrativa e lideranças, incluindo a eliminação de um nível hierárquico de sua estrutura gerencial. A empresa informou que a mão-de-obra de engenharia mantém-se nos programas de desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, que prosseguem inalterados.
A empresa também informou que reviu suas estimativas para 2009. A Empresa estima entregar 242 aeronaves no período, com uma receita prevista de US$ 5,5 bilhões. Por conta da redução da estimativa de receita, a empresa revisou sua previsão de investimentos para US$ 350 milhões neste ano.
A empresa informou que, apesar de ser sediada no Brasil, a empresa depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global e que mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações, pouco se beneficiando, portanto, da resiliência que o mercado doméstico brasileiro vem demonstrando.
“A Embraer expressa seu profundo respeito às pessoas que ora deixam suas posições na empresa. Respeito pelo trabalho que desenvolveram, pelo tempo de convívio profissional e pessoal, pelo momento difícil que atravessam”, informou a empresa.
O Sindicato dos Metalúrgicos informou que vai tomar medidas legais contra as demissões.
A última demissão em massa na empresa foi foi logo após o 11 de Setembro de 2001, quando 1800 funcionários foram dispensados. Na época, o setor da aviação foi prejudicado por causa dos atentados terroristas nos Estados Unidos. Depois disso a Embraer se recuperou, voltou a contratar e chegou a dobrar o número de funcionários.
Outra grande demissão da companhia ocorreu no final de 1990, com a dispensa de 4 mil empregados em meio a maior dificuldade financeira passada pela então estatal. Na época seu quadro registrava 12 mil funcionários. Na privatização, em 1994, o efetivo era de 5,2 mil empregados.
Reunião entre prefeitura e sindicato
Uma reunião entre o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Adilson dos Santos, foi antecipada para hoje, quinta-feira, às 19h00, no Paço Municipal. No encontro, será colocada em discussão a demissão em massa anunciada pela Embraer.
Intranet desligada
Segundo funcionários da Embraer, sempre quando um empregado é demitido, automaticamente sua Intranet é cancelada para evitar comunicação interna. Porém, nesta tarde, a Intranet de todos os funcionários foi desligada.
Um funcionário demitido da Embraer, que pediu para não ser identificado, falou ao VNews nesta tarde. “Nós trabalhamos normalmente. Aí no final do expediente, o nosso supervisor nos chamou e fez o comunicado. Agora é bola pra frente, né. Vou pegar o ônibus da empresa pela última vez e ir pra casa”, conta.
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