Incidente com fogo num 787 da Japan Airlines reacende falta de segurança nas novas aeronaves Dreamliner da Boeing
Um Boeing 787 Dreamliner da Japan Airlines que estava vazio e parado num gate no Aeroporto Internacional Boston Logan teve fogo na traseira na segunda-feira, dia 7 de janeiro, quando a bateria da unidade de potência auxiliar (APU) explodiu por volta das 10:30hs hora local.
O incidente, ocorrido logo após os passageiros desembarcarem, reavivou as preocupações de segurança sobre o novo jato fabricado com materiais compostos e chamou a atenção dos investigadores federais.
O fogo foi detectado quando um mecânico foi realizar a inspeção pós-voo de rotina no jato e descobriu fumaça na cabine, relatando imediatamente as autoridades do aeroporto.
A porta-voz da Japan Airlines, Carol Anderson, informou mais tarde que a fumaça não foi descoberta no cockpit, e sim na parte traseira da cabine, que foi confirmada posteriormente por outra equipe de manutenção, que também detectou fumaça fora da aeronave.
A Administração Federal de Aviação (FAA) e a National Transportation Safety Board (NTSB) estão analisando o que pode ter causado o problema, que ocorre apenas algumas semanas após a Boeing passar por uma série de outros problemas elétricos que brevemente suspenderam os voos de três dos aviões. O novo jato também sofreu uma falha no motor e vazamento de combustível nos 14 meses que esteve em serviço.
O incêndio elétrico é preocupante, em parte, porque o 787 depende fortemente de energia elétrica para acionar os sistemas embarcados, que em outros modelos de jatos são acionados pela pressão do ar gerado pelos motores.
O novo jato também sofreu um incêndio elétrico durante um vôo de teste, levando a uma reformulação dos sistemas elétricos.
O porta-voz da Boeing, Marc Birtel, disse na segunda-feira: “Estamos cientes do evento e estamos trabalhando com nossos clientes.”
Em julho passado, a FAA investigou um incidente onde um motor do 787 fabricado pela General Electric explodiu no solo na Carolina do Sul, provocando mudanças na forma como os motores são fabricados, mantidos e inspecionados.
Um motor semelhante falhou num Boeing 747 em Xangai, em setembro.
Os problemas elétricos no Dreamliner começaram no dia 4 de dezembro, quando um voo da United Airlines de Houston para Newark, New Jersey, fez um pouso de emergência depois que um dos geradores de energia falhou.
A United disse mais tarde que um painel elétrico estava com problema. No dia 13 de dezembro, a Qatar Airways disse que havia mantido no solo um dos seus três jatos 787 por causa do mesmo problema que a United havia experimentado. No dia 17 de dezembro, a United disse que um segundo 787 na sua frota tinha desenvolvido problemas elétricos.
Também em dezembro, a FAA ordenou inspeções nos 787 depois que vazamentos de combustível foram encontrados em dois aviões operados por companhias aéreas estrangeiras. Os vazamentos foram devido a linhas de acoplamentos de combustível montadas incorretamente, o que poderia resultar na perda de potência, fogo ou falha no motor, disse a FAA.
No último incidente, uma equipe de bombeiros determinou que uma bateria usada para alimentar os sistemas elétricos do avião, quando os motores não estão funcionando, tinha explodido.
O mecânico foi a única pessoa a bordo do avião quando a fumaça foi descoberta e ninguém ficou ferido pelo fogo.
“Os passageiros não estavam em perigo, este evento tinha acontecido pelo menos 15 minutos depois de terem desembarcado”, disse o chefe dos bombeiros de Massport, Bob Donahue.
No final de dezembro, o presidente-executivo da Boeing Jim McNerney disse que o 787 não tem experimentado um número incomum de problemas para uma nova aeronave, chamando os problemas “de fatos normais.”
Mas o incêndio elétrico de segunda-feira levantou questões sobre esse ponto de vista e é provável que a Boeing fique altamente suscetível a passar por outros problemas na aeronave.
Os sistemas de degelo nas asas e o ar condicionado na cabine do 787 são elétricos. Se a ventilação falhar num vôo ou a cabine ficar cheia de fumaça, os pilotos teriam que descomprimir a cabine para conseguir ar e rapidamente mergulhar a 10.000 pés, onde os níveis de oxigênio e as temperaturas são propícias ao ser humano, disse Leake, o analista do Mercado da BB andT Capital, que é também um ex-piloto comercial e militar.
Ele disse que normais problemas para um novo avião podem ser considerados o desligamento de um motor num gate, trem de pouso preso ou um lavatório com defeito.
Em contraste, um motor quebrado e um fogo que enche a cabine de fumaça são “todos os problemas que, infelizmente para a Boeing, podem ter consequências graves”.
“Qualquer problema elétrico nos próximos 30 dias, por qualquer razão, o que seria um problema normal nessa fase, vai ser um grande problema”, acrescentou. “Isso cria um problema de percepção.”
Fonte: Reuters; Chicago Tribune Via:– Cavok/foto|:CAVOK
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