IATA vê estagnação provável no mercado aéreo brasileiro em 2014
Por João José Oliveira | Valor
GENEBRA
A realização da Copa do Mundo no Brasil, no ano que vem, não representa um grande desafio para o setor aéreo, disse o presidente da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), Tony Tyler. “Não é algo difícil de se fazer. São pequenos grupos, se levarmos em conta toda a indústria, e é um evento em um tempo específico”, disse o executivo a jornalistas na sede da entidade, em Genebra.
A Iata considera mais desafiador o cenário de retorno ao lucro e de recuperação do crescimento da demanda no mercado brasileiro, o maior da América Latina. “Vemos um mercado estagnado em 2013 e provavelmente em 2014. A taxa de ocupação, na casa de 75%, está abaixo da média mundial”, disse durante o mesmo evento o economista-chefe da Iata, Brian Pearce.
Para a América Latina, a Iata projeta para a demanda – medida em passageiros quilômetro transportado (RPK, na sigla em inglês) aumentos de 6,5% e 8,5%, respectivamente, em 2013 e 2014.
Para a oferta – em assentos quilômetros voados (ASK, na sigla em inglês) – a previsão é de 4,6% e 6,5% de expansão em 2013 e 2014.
“Esses números são para a região, porque no Brasil o cenário é de corte de oferta e demanda estável”, disse Pearce.
Levando em conta a indústria global, a Iata projeta para a demanda, em RPK, aumento de 5,3% e 6%, em 2013 e 2014; para a oferta em ASK, as estimativas são de crescimento de 4,4% e 5,2% nos mesmos prazos.
A Iata vê com conservadorismo o cenário de lucratividade para a indústria brasileira de aviação.
A entidade considera positivo o processo de concessão dos aeroportos à iniciativa privada que está em movimento no país, mas diz que há obstáculos a serem removidos na regulação, incluindo a carga tributária no setor.
“Por causa dos impostos, o combustível no Brasil é 17% mais caro para as aéreas que no restante do mundo”, disse o presidente da Iata, Tony Tyler, que criticou ainda a regulamentação que prevê reembolsos de passageiros em atrasos e cancelamentos de voos provocados pelo clima.
Com relação à privatização dos aeroportos, Tony Tyler faz uma ponderação sobre a presença na Infraero com a obrigação de integrar o capital das concessões. “Haverá conflitos de interesse de médio e de longo prazo”, aponta Tony Tyler.
A Iata projeta para a América Latina lucros agregados das aéreas de US$ 700 milhões, em 2013, e de US$ 1,5 bilhão, em 2014.
Com relação às margens operacionais – retorno antes de impostos e juros (margem Ebit) – de 3,1% em 2013 e de 5,1% em 2014.
Fonte:Valor Econômico
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