Atentados do 11/09/2001 foram planejados 8 anos antes
O ataque que matou cerca de 3 mil pessoas em 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, começou a ser planejado em 1993, depois de uma explosão no próprio World Trade Center.
A ação fracassada da década de 90 deveria destruir as torres gêmeas e deixar mais de 250 mil mortos, mas vitimou seis pessoas.
Insatisfeito com a explosão de proporções muito menores do que as expectativas, começava a busca de Ramzi Yousef, conhecido como “químico” pela habilidade com bombas e explosivos, para destruir as simbólicas torres do World Trade Center.
“O ataque de 11 de Setembro começou a ser pensado efetivamente em um almoço, quando Ramzi, que já havia tentado explodir as torres, e seu amigo Abdul Murad apresentaram a Khaled Sheikh Mohamed [KSM] o novo plano para acabar com o World Trade Center: transformar aviões em mísseis para destruir os prédios”, diz Ivan Sant’Anna, autor do livro “Plano de Ataque”, que reconstrói o planejamento e os instantes que antecederam os choques das aeronaves com seus alvos.
O livro de Sant’Anna tem como base, além de depoimentos de envolvidos e familiares de vítimas, o relatório oficial do Congresso norte-americano sobre o atentado, “The 9/11 Commission Report”. O documento, com mais de 580 páginas, trata dos acontecimentos desde os planos para a chamada Operação Aviões até os detalhes da execução, narrados em depoimentos por Khaled Sheikh Mohamed, atualmente preso em Guantánamo.
De acordo com o relatório, foi apenas em 1999 que KSM se filiou formalmente à al-Qaeda e Osama bin Laden deu sinal verde para a Operação Aviões. Começaria então a escolha dos pilotos e demais suicidas que participariam da missão que tinha tudo para dar errado.
“O 11 de Setembro contou muito com o fator sorte. Inicialmente Osama Bin Laden queria que participassem da missão apenas nascidos em Meca, mas seria inviável conseguir homens dispostos, e que tivessem conhecimento suficiente para pilotar as aeronaves. Aí entra a sorte. Quatro homens de nível universitário, que moravam em Hamburgo e, portanto, dominavam o inglês, foram recrutados para lutar na Chechênia e acabaram integrando a Operação Aviões”, afirma Sant’Anna.
O dia de céu aberto e limpo, naquela terça-feira, 11 de setembro de 2001, também seria determinante para o “sucesso” dos ataques. Com tempo nublado, talvez os pilotos inexperientes não conseguissem atingir seus alvos.
Mudanças de planos
Dos quatro homens da chamada “célula de Hamburgo”, um deles, Ramzi Binalshibh, não poderia participar da Operação Aviões como piloto ou sequestrador porque não conseguiu visto para os Estados Unidos. O mesmo aconteceu com outros recrutados para a missão, que tiveram que ser deslocados de suas funções originais.
Contratempos também com os treinamentos levaram a al-Qaeda a escolher mais um piloto, que seria o quarto a participar da operação: Hani Hanjour, que já era piloto e tinha fluência em inglês.
Nos anos que antecederam os ataques ocorreram ainda mudanças de ordem estratégica.
Deveriam ser sequestrados para atingir prédios-símbolo, naquela manhã, cinco aviões. Poucas semanas antes dos ataques, no entanto, um piloto foi preso e os 15 suicidas que ajudariam no sequestro das cinco aeronaves foram redistribuídos entre as quatro que decolariam para atingir as torres Norte e Sul do World Trade Center, o Pentágono e o Capitólio.
“O muçulmano francês Zacarias Moussaoui foi recrutado em 2000 e iniciou os treinamentos de pilotagem para atuar na operação, no quinto avião, que atingiria a Casa Branca. Mas a insistência de Zacarias em fazer aulas em grandes aviões, mesmo sem experiência, causou a desconfiança de um instrutor, que o denunciou. Ele foi preso e por isso apenas quatro aviões participaram dos ataques”, relata Sant’Anna.
Treinamentos
Os recrutados passaram por treinamentos físicos e lições de combate, emboscadas, uso de granadas e minas terrestres e explosivos. Aos 15 homens que ajudariam no sequestro das aeronaves, Sant’Anna aponta especificamente um treinamento com carneiros e camelos usados como cobaias.
“Eles eram treinados a matar o animal apenas com um estilete, porque era isso o que deveriam fazer na hora do sequestro com comissários e pilotos dos voos comerciais”, conta. Os sequestradores eram, em geral, desempregados, sem família e alguns tinham inclusive problemas com alcoolismo.
De acordo com o relatório oficial, os chamados “comandos” tinham entre 20 e 28 anos, eram solteiros e não tinham cursado mais do que o ensino médio. Os sequestradores aprenderam a invadir o cockpit na primeira oportunidade, assim que a porta fosse aberta. Todos fizeram viagens anteriores para os EUA para reconhecer os aviões.
Já dos homens que pilotariam as aeronaves (Mohamed Atta, Hani Hanjour, Ziad Jarrah e Marwan al Shehhi) era esperado maior preparo. A eles foi ensinado, além de pilotagem efetivamente, como comer e onde morar nos Estados Unidos, como conviver sem levantar suspeitas, como fazer reservas em hotéis e até mesmo como criar códigos e usá-los em ligações telefônicas.
“Eles participaram de cursos de aviação, treinaram em simuladores diversos e fizeram inúmeras viagens, a partir de 2000, para observar a estrutura dos voos, horários dos serviços de bordo e, principalmente, para detectar qual poderia ser a hora exata de invadir o cockpit, na primeira oportunidade em que a cabine fosse aberta após a decolagem”, afirma o escritor.
Suspeitos sob observação
Nas viagens que fizeram aos Estados Unidos na fase de treinamentos, alguns dos envolvidos chegaram a ser identificados pela segurança norte-americana. “Alguns apareceram como procurados nos computadores dos aeroportos, mas apenas as bagagens deles foram isoladas, por receio de que houvesse uma bomba. Nunca o governo americano, nem governo nenhum, poderia supor que alguém fosse usar um avião como míssel”, acredita.
Além desses indicativos, denúncias de que aviões poderiam ser usados para destruir prédios nos Estados Unidos também foram recebidas. “A CIA, o FBI, os órgãos de segurança americanos e a Casa Branca recebem dezenas de ameaças por dia. Eles receberam sim uma informação de que haveria um ataque usando aviões como projéteis, mas essa informação foi arquivada e desconsiderada, assim como tantas outras”, diz Santa’Anna.
Os ataques
A logística principal da Operação Aviões era encontrar aeronaves que saíssem em horários próximos, da costa Leste para a costa Oeste, para que os aviões estivessem cheios de combustível, já que esse seria o maior fator de destruição.
De acordo com o relatório, o primeiro voo a ser sequestrado e atingir o seu alvo foi o American Airlines 11, jogado contra a Torre Norte do World Trade Center às 8h46 (horário local). Dezessete minutos depois, às 9h03 (horário local), a Torre Sul do World Trade Center foi atingida pelo voo United Airlines 175.
Às 9h37, o Pentágono foi atingido pelo avião que fazia o voo American Airlines 77. O voo United Airlines 93, que deveria atingir o Capitólio, foi dominado por passageiros, às 9h57, e caiu em uma área deserta da Pensilvânia, pouco depois das 10h.
O inicio de uma Éra de caos e terror,inicio de uma vontade de Guerra e vingança que o mundo jamais tinha visto.
Fonte:G1/Vídeo Voar News
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