Aeronave Embraer 190 adquirida pela companhia Azul Linhas Aéreas. Modelo vai realizar voo com combustível alternativo em breve. (Foto: Divulgação/Embraer)
Desenvolvimento de bioquerosene é foco de empresas como a Embraer.
Azul e TAM testam aeronaves com combustíveis alternativos.
A busca por combustíveis mais sustentáveis chegou à aviação. A necessidade de reduzir os gases-estufa do setor aéreo, que correspondem a 2% das emissões globais, leva empresas de aviação, fabricantes de aviões e centros de pesquisas a uma corrida tecnológica para desenvolver biocombustíveis que possam substituir, ao menos em parte, o querosene derivado do petróleo.
O Brasil já concentra várias frentes de pesquisa, e a expectativa é de que em cinco anos os primeiros biocombustíveis para aviação estejam prontos para serem produzidos. Em uma década, serão uma alternativa viável para o abastecimento de aviões.
"Vários estudos são realizados paralelamente em todo o mundo, com diversas rotas tecnológicas. O biocombustível para aviação será uma realidade em dez anos", diz Guilherme Freire, diretor de estratégias e tecnologias para meio ambiente da Embraer.
A fabricante de aviões faz parte de uma aliança para testar os biocombustíveis em suas aeronaves, com a companhia aérea Azul, a fabricante de equipamentos GE e a Amyris, empresa de biotecnologia. O primeiro voo teste deve ocorrer no primeiro semestre de 2012.
"O objetivo é acelerar a introdução de um combustível renovável, capaz de reduzir significativamente as emissões de gases-estufa e uma alternativa sustentável de longo prazo", diz Freire, também presidente da Aliança Brasileira para Biocombustíveis de Aviação (Abraba). A pesquisa utiliza cana-de-açúcar como matéria-prima para a produção do bioquerosene, um "etanol" para aviões.
Segundo Freire, essas pesquisas se justificam porque a aviação é um setor em expansão em todo o mundo e as emissões de gases-estufa tendem a crescer, ao mesmo tempo em que governos começam a taxar empresas pelas emissões. Em razão disso, o setor de aviação estabeleceu a meta de reduzir em 50% as emissões da indústria até 2050, em relação ao ano de 2005.
Voo experimental
A TAM realizou, em novembro passado, o primeiro voo experimental com biocombustível de pinhão-manso, oleaginosa também usada na produção de biodiesel.
O avião, um Airbus A320, com capacidade para 174 passageiros, decolou com 2 comandantes e outras 18 pessoas, entre técnicos e executivos da empresa. Saiu do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e sobrevoou o Atlântico por 45 minutos.
"Após o voo experimental, o próximo passo desse projeto é a implementação e a operação de uma unidade de plantio de pinhão-manso, em escala reduzida, no Centro Tecnológico da TAM, em São Carlos (SP). Nossa expectativa é termos um estudo completo de viabilidade em dois anos", diz Paulus Figueiredo, gerente de Energia da TAM.
Segundo ele, o principal desafio é tecnológico. "Um dos grandes desafios do pinhão-manso envolve melhorias genéticas das sementes, para aumentar a produtividade", diz. Além disso, o combustível precisa ser homologado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Fonte:G1
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