Em 10 anos, 910 acidentes geraram 4,7 mil recomendações a pilotos.
Investigações são para alertar pilotos e evitar novos acidentes, diz órgão.
Dados obtidos mostram que até 30 de junho estavam em andamento 199 investigações do Cenipa, mas ao menos outros dois casos passaram a ser investigados em julho - a queda da aeronave no Recife na última quarta-feira (13), que resultou na morte de 16 pessoas, e o acidente com um helicóptero na Bahia, que deixou sete mortos, entre eles a namorada do filho do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
De acordo com o Cenipa, as investigações não servem para apurar eventuais responsabilidades, mas sim para emitir recomendações a pilotos e empresas que possam evitar novos acidentes. Segundo o Cenipa, foram emitidas, entre 2001 e 2011 - considerando dados até 30 de junho -, 4.749 recomendações.
Nos últimos dez anos, conforme o órgão, foram investigados 901 acidentes aéreos, sendo que, deles, 702 foram concluídos - somados a esses estão os 199 em andamento.
Entre os acidentes registrados, a grande maioria se refere a aviões de pequeno e médio portes e helicópteros.
Os motivos mais relatados são falha do motor em voo, perda de controle no solo ou em voo, pouso antes da pista e colisão em voo.
O Cenipa informou que as investigações geralmente são longas e podem demorar mais de um ano porque são levantadas informações sobre o acidente, o fabricante da aeronave e fatores externos, como o clima.
O órgão disse que não há prazo determinado para as investigações e que as recomendações são emitidas mesmo antes da conclusão dos relatórios.
Conforme o Cenipa, ainda não há dados detalhados sobre os locais com maior registro de acidentes e nem dados exatos sobre as ocorrências mais frequentes. Essas informações estão sendo consolidadas e devem ser divulgadas "em breve".
Mais mortes que em 2010
Relatório do Cenipa atualizado no último dia 4 de julho mostra que, somente neste ano, foram registrados 77 acidentes aéreos, sendo 67 com aeronaves e 10 com helicópteros.
Dos 77 acidentes, 15 registraram vítimas fatais.
Até o começo de julho, mais pessoas morreram nos acidentes do que em todo o ano passado. Foram 41 vítimas até julho contra 39 em 2010, sem considerar os mortos no Recife nesta semana.
No fim de junho, o Cenipa já havia demonstrado preocupação com o aumento no número de acidentes aéreos no país. "Estamos preocupados, pois percebemos que está aumentando o número de acidentes no Brasil”, disse o chefe da Divisão de Aviação Civil do Cenipa, tenente-coronel Frederico Alberto Marcondes Felipe.
“Embora saibamos que o número bruto seja apenas um indicativo, temos que olhar com cuidado e observar em comparação com o total da frota do país, que também vem crescendo. Os números comparativos ainda estão sendo consolidados”, afirma o oficial.
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