12/07/2011

MP denuncia três pessoas pelo acidente da TAM


MP denuncia três pessoas pelo acidente da TAM


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A denúncia criminal é contra a diretora da ANAC, o vice-presidente de operações e o diretor de segurança de voo da TAM. O acidente aconteceu há quatro anos, no Aeroporto de Congonhas.

A maior tragédia da aviação brasileira matou 199 pessoas.



O Ministério Público Federal de São Paulo apresentou acusações formais contra três pessoas pela suposta responsabilidade no acidente do Airbus da companhia aérea TAM que há quatro anos deixou 199 mortos ao sair da pista no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Por meio de comunicado, o MPF informou que os relatórios técnicos concluíram que o acidente foi provocado por um erro humano dos pilotos, mas que também houve negligência dos três denunciados, que eram responsáveis pela segurança do voo e do aeroporto.

A tragédia ocorreu em 17 de julho de 2007 quando o Airbus, procedente de Porto Alegre, saiu da pista ao aterrissar no aeroporto de Congonhas e incendiou ao chocar-se contra um depósito da mesma companhia. O acidente deixou 199 mortos, incluindo pessoas que estavam em terra.

Como informou o MPF, os denunciados são a então diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Maria Abreu; o vice-presidente de Operações da TAM, Alberto Fajerman, e o diretor de Segurança de Voo da companhia aérea, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro.

Pelo comunicado, os três responderão pelo delito de "atentado contra a segurança do transporte aéreo" na modalidade culposa, sem intenção de matar.

Apesar dos relatórios técnicos coincidirem em que os pilotos manipularam equivocadamente as manetes de aceleração das turbinas, o acidente também aconteceu porque a pista principal de Congonhas não tinha os vincos adequados para facilitar a drenagem de água da chuva no momento da tragédia.

Segundo o MPF, a denúncia está baseada nos relatórios técnicos sobre as causas do acidente, os quais "comprovam" a responsabilidade dos três acusados na tragédia por omissão.

Pela denúncia, tanto o vice-presidente como o diretor de Segurança da TAM tinham conhecimento "das péssimas condições de atrito e frenagem da pista principal do aeroporto Congonhas" e, apesar disso e de que a pista estava molhada, se abstiveram de recomendar que a aterrissagem fosse desviada para o outro terminal aéreo.

A então diretora da Anac foi acusada de atuar com imprudência por autorizar o uso da pista principal de Congonhas desde junho de 2007, apesar da mesma não dispor dos sulcos de desaguamento exigidos para as operações.

De acordo com o MPF, Denise autorizou o uso da pista nessas condições "sem realizar uma inspeção formal que permitisse testar se a condição operacional estava de acordo com as normas de segurança aeronáutica".

A acusação acrescenta que a própria Procuradoria pediu em fevereiro de 2007 a suspensão das operações na pista de aterrissagem por motivos de segurança e que Abreu assegurou então diante de um juiz que todas as normas eram cumpridas.

O relatório elaborado pela Polícia Federal e apresentado pelo MPF como prova, indica que no momento da aterrissagem os pilotos perceberam que o "spoiler", um dos freios aerodinâmicos da aeronave, estava desativado.

Apesar do fabricante Airbus ter transmitido às companhias que operam suas aeronaves uma mudança nos procedimentos de operação quando estes freios não funcionam, a TAM, segundo a investigação policial, não retransmitiu as novas orientações aos pilotos.

O MPF assinalou que os denunciados, em caso de serem considerados culpados, podem ser condenados a penas de um e três anos.

"Mas o Ministério Público defende que seja aplicada uma pena maior e que se aplique o parágrafo do artigo 261 (do Código Penal) que prevê reclusão de quatro e 12 anos devido à destruição total da aeronave e a morte de 199 pessoas", diz a nota. EFE



Fonte:G1

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