16/11/2009

Elbit vai produzir veículo aéreo não tripulado no Brasil

Elbit vai produzir veículo aéreo não tripulado no Brasil


Uma das mais importantes parceiras da Força Aérea Brasileira (FAB) no programa de modernização de suas aeronaves, a Aeroeletrônica, controlada pelo grupo israelense Elbit, decidiu instalar no Brasil um centro de excelência para o desenvolvimento e fabricação de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs).

O presidente do grupo Elbit, Joseph Ackerman, disse que o projeto do novo centro deverá consumir um investimento em torno de US$ 45 milhões e US$ 50 milhões até o fim de 2010.

Ackerman esteve no Brasil na semana passada e integrou a comitiva de 40 empresários que acompanhou o presidente de Israel, Shimon Peres, durante sua visita ao país.

A Elbit já encaminhou uma proposta para a FAB de transferência da tecnologia das VANTs para a filial brasileira, instalada em Porto Alegre. “Um grupo de 10 engenheiros da Aeroeletrônica já iniciou um treinamento em várias unidades da Elbit no mundo com o objetivo de trazer essa tecnologia para o Brasil”, afirmou.

O executivo ressalta que a decisão de transformar a Aeroeletrônica em uma empresa expert nesse tipo de veículo atende a uma expectativa do governo brasileiro de desenvolvimento e domínio dessa tecnologia no país.

A decisão da empresa também foi motivada pela intenção, já anunciada, do Comando da Aeronáutica de adquirir VANT para o estabelecimento de doutrina na FAB.

No começo deste ano a FAB fez um pedido de informações (Request For Information – RFI) para as empresas interessadas em fornecer esse tipo de veículo para emprego em missões de reconhecimento e como plataforma intermediária de comunicação.

Outro objetivo da FAB é capacitar a indústria aeronáutica para o desenvolvimento de um VANT totalmente nacional.

A Força Aérea selecionou nove empresas para receberem o RFI: as brasileiras Aeroeletrônica e Avibrás, as israelenses Elbit e IAI, a sul africana Denel, a americana Boeing, a russa Irkut, a europeia EADS-Casa e a italiana Galileu Aviônica.

O Comando da Aeronáutica ressaltou, na época, que manterá o foco em aspectos relacionados às condições das ofertas de compensação comercial (”offset”) e no grau de transferência de tecnologia para a indústria brasileira.

O Brasil, segundo o executivo, figura hoje entre os três principais mercados da companhia, depois dos Estados Unidos e de Israel, por conta dos projetos e negócios que vem desenvolvendo na área de defesa e também das perspectivas de novos negócios no setor de segurança territorial, motivados pelas Olimpíadas de 2016.

A empresa, que nos últimos três anos registrou faturamento da ordem de US$ 100 milhões por ano no país, prevê crescimento de mais de 30% nos resultados a partir de 2010.

“Temos uma estratégia de longo prazo para ampliar a nossa presença no Brasil em função do potencial dos projetos como o dos caças F-X2, VANTs e dos helicópteros da FAB”, ressaltou.

Com faturamento de US$ 3 bilhões e 2 mil funcionários no mundo, a Elbit também tem projetos para o Brasil na área espacial, com o fornecimento de sistemas para satélites, tecnologia automobilística, programas de vigilância e segurança e sistemas eletrônicos para carros de combate do Exército.

“Não estamos esperando retorno de curto prazo. Estamos aqui para ficar e gostaríamos de ver a Aeroeletrônica não só como centro de excelência para o Brasil, mas também para outros países da América Latina”, afirmou.

A Aeroeletrônica, segundo Ackerman, está capacitada para desenvolver o software operacional e integrar os sistemas dos novos caças do programa F-X2, assim como produzir e fazer a manutenção de toda a aviônica (sistemas de controle), incluindo os sistemas de guerra eletrônica e de data link. “A nossa expectativa é que o F-X2 gere entre 60 e 80 novas contratações de engenheiros, num prazo de cinco anos.”

Esse número, segundo Ackerman, não inclui a contratação de técnicos e de pessoal de suporte, o que aumentaria o número de postos de trabalho em três vezes.

Ele disse que mantém boas relações com todos os concorrentes do F-X2, mas espera que o Brasil obtenha o melhor programa para as suas necessidades específicas.


fonte:Defesa BR/por:Virgínia Silveira/videos Youtube.com

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