13/08/2013

OFFSHORE - Helibras vai produzir novo modelo civil em 2015


Helibras vai produzir novo modelo civil em 2015


 Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São Paulo 

 A Helibras vai iniciar, em 2015, a produção da versão civil do helicóptero militar EC725, que está sendo produzido, desde o ano passado, para as Forças Armadas do país. 

O primeiro grande cliente da nova aeronave é a Líder Aviação que, em outubro de 2012, assinou uma carta de intenção de compra de 14 helicópteros do modelo.

[foto:www.nildabitencourt.com.br]
 No mês passado, a Helibras recebeu o sinal verde da Direção Geral de Aviação Civil (DGAC) da França, autoridade que regula a fabricação de helicópteros civis, para produzir o modelo no Brasil. A produção, segundo Eduardo Marson, presidente da companhia, vai exigir uma nova expansão da fábrica em Itajubá (MG). 

 Nos últimos três anos, a empresa investiu R$ 430 milhões na construção de uma nova linha de montagem em Itajubá, para atender ao programa de nacionalização desses helicópteros, que prevê 50% de conteúdo nacional agregado. 

O processo de nacionalização, de acordo com Marson, é gradual e para este ano, por exemplo, o índice previsto é de 15%. " O nosso objetivo para o EC225 [a versão civil] é atingir um valor agregado brasileiro próximo dos 50%." Atualmente, a fábrica de Itajubá está com 17 helicópteros militares em produção. 

As Forças Armadas já receberam sete aeronaves, que foram produzidos na França. As entregas estão previstas para terminar em 2017. "O nosso grande desafio a partir daí será garantir a sustentabilidade da empresa para o futuro. Por isso decidimos investir também em programas civis e no desenvolvimento de um helicóptero 100% nacional", ressaltou.

 A definição das características desse helicóptero, segundo ele, está sendo discutida em conjunto com o governo brasileiro. "No primeiro trimestre de 2014 já devemos ter essa definição", disse. Com receita anual de R$ 300 milhões, o presidente da Helibras disse que prevê mais que triplicar o seu faturamento a partir de 2015, principalmente em função da entrega da maior parte dos 50 helicópteros encomendados pelas Forças Armadas e também o início da produção do modelo civil, que tem como principal mercado o transporte de passageiros para as plataformas de petróleo em alto-mar. 

 Operadores contratados pela Petrobras adquiriram 13 unidades do modelo, mas as operações foram paralisadas desde novembro, após dois acidentes no Mar do Norte. 

Uma falha no sistema de lubrificação da caixa de transmissão principal teria provocado uma trinca no componente. Em julho, a Eurocopter, fabricante do modelo, retomou integralmente as operações com o helicóptero em todo o mundo, depois que a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Easa) aprovou as medidas de prevenção e detecção desenvolvidas pelo grupo.

 No Brasil, o modelo operado pela Força Aérea Brasileira também ficou sujeito às restrições, reduzindo o número de horas voadas, mas sem paralisar as operações. "Por precaução, as aeronaves civis deixaram de operar, mas 50% da frota mundial, estimada em 100 aeronaves, continuou voando", disse Marson. A Helibras é uma empresa do grupo Eurocopter, controlado pela EADS, que no fim de julho anunciou a mudança no nome e passou a se chamar grupo Airbus. 

A Eurocopter, por sua vez, maior fabricante de helicópteros do mundo e controladora da Helibras, mudou o nome para Airbus Helicópteros.

 No Brasil, segundo Marson, o nome da Helibras, a princípio, não será alterado. "No dia seguinte à divulgação das mudanças no grupo participei de uma conferência com executivos da companhia e fomos informados de que apenas a Helibras e a Vector, empresa de manutenção com sede no Canadá, teriam seus nomes mantidos", comentou. 

 O Brasil é considerado um dos principais mercados para a Helibras, que já entregou cerca de 650 helicópteros, sendo 70% do modelo Esquilo, que tem entre 48% e 54% de valor agregado brasileiro.

 A Helibras prevê vendas de 38 helicópteros em 2013, cinco a mais que em 2012. Desse total, segundo Marson, 60% foi para o segmento de aviação executiva e 40% para o setor governamental.




Fonte:Valor Econômico Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de São Paulo 

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