13/08/2013

A despedida de um herói ... Aos 94 anos retorna aos céus com honras o herói da Segunda Grande Guerra - Major Brigadeiro Rui Moreira Lima.


A despedida de um herói ... Aos 94 anos retorna aos céus com honras ,o herói da Segunda Grande Guerra - Major Brigadeiro Rui Moreira Lima. 








 Aos 94 anos, morre o herói de guerra Major Brigadeiro do Ar Rui Moreira Lima 

Por volta das 3h:30min da manhã de hoje, o Brasil e a Força Aérea Brasileira (FAB) despediram-se de um importante herói de Guerra. 

No Hospital Central da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, faleceu o Major-Brigadeiro do Ar Rui Moreira Lima, aos 94 anos de idade. 

Nascido em 12 de junho de 1919 na cidade de Colinas (MA), o Brig. Rui, como era chamado, ingressou na Força Aérea Brasileira em 31 de março de 1939, voluntariando-se posteriormente para servir como piloto de combate no 1º Grupo de Aviação de Caça. 



No Teatro de Operações da Itália durante a 2ª Guerra Mundial, junto ao "seu" Republic P-47D Thunderbolt "D4" da esquadrilha verde, executou 94 missões ofensivas de ataque a alvos em solo, infligindo pesadas baixas no inimigo. 

Nos pós-guerra, o Brig. Rui foi uma personalidade singular que contribuiu para a formação da moderna aviação de combate brasileira, incutindo nos pilotos recém-formados todas as experiências trazidas dos combates na Europa. Ainda, de 14 de agosto de 1962 a 2 de abril de 1964, comandou a Base Aérea de Santa Cruz (RJ), o ninho da aviação de caça.

 Dentre as várias homenagens e condecorações recebidas, o Brig. Rui foi agraciado com a Cruz de Aviação fita A, Campanha da Itália e a aclamada Presidential Unit Citation, Citação presidencial dos EUA conferida exclusivamente a unidades de combate norte-americanas. Entretanto, três unidades estrangeiras receberam a Citação, duas australianas e o 1º Grupo de Aviação de Caça. 

Além de um exímio piloto, o Brig. Rui era um excelente escritor, chegando a publicar o livro Senta a Púa!, obra prima da aviação de caça brasileira. 

[foto:Poder Aéreo]
Tenentes Rui Moreira Lima, Alberto Martins Torres e Renato Goulart Pereira
 O Brig. Rui Moreira Lima (foto - a esquerda) com Alberto Martins Torres e Renato Goulart Pereira, no fim da campanha da Itália representando as três das quatro esquadrilhas com que o Grupo terminou a guerra.

 O Major-Brigadeiro-do-Ar Rui Barbosa Moreira Lima (Colinas, 12 de junho de 1919 - Rio de Janeiro 13 de Agosto de 2013) foi um piloto militar de caça brasileiro. 

 Até o início de 2013 era um dos três únicos caçadores veteranos da participação brasileira na 2ª guerra mundial ainda vivos. Foi o piloto de combate da esquadrilha verde no 1° Grupo de Aviação de Caça (GAvCa) da Força Aérea Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.

 Durante o combate, executou 94 missões.



 A primeira aconteceu no dia 6 de novembro de 1944 e a última em 1 de maio de 1945. Além disso, foi comandante da Base Aérea de Santa Cruz entre 14 de agosto de 1962 e 2 de abril de 1964, quando foi afastado após o golpe militar.

 É o autor do livro Senta a Pua!, no qual conta as memórias dos combates no teatro de operações na Itália. Posteriormente, o livro ganhou uma versão em documentário, com o mesmo nome. Em seu último livro, Rui Moreira Lima: O Diário de Guerra - Editora Adler, 2008 - narra da sua primeira missão de guerra até a sua última missão.
















 QUE DESCANSE EM BERÇO ESPLENDIDO ... 




O homem se fez mito. O mito grandioso, magnânimo, extraordinário. O mito guerreiro. O mito-herói. O herói-homem. Em cada linha do rosto com suas impressões do tempo, cabiam mais de mil histórias. Mas, história não morre. Herói não morre. Mito não morre. Nele, havia mais. Havia o olhar brasileiro, daqueles guerreiros da Nação que são lembrados indefinidamente. Se é certo que será sempre momento de evocar a sua memória, é fato também que, neste dia 13 de agosto de 2013, a Força Aérea Brasileira chora, consternada, a perda do herói Major-Brigadeiro Rui Moreira Lima, aos 94 anos de idade, no Rio de Janeiro. Ele morreu às 3h30 no Hospital Central da Aeronáutica, onde estava internado havia dois meses. Herói da 2ª Guerra Mundial como piloto do 1º Grupo de Aviação de Caça, foi responsável por realizar 94 missões com a aeronave P-47 no front de combate.
O corpo do lendário oficial-general será velado a partir das 11h30 no auditório do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), no Rio de Janeiro. O sepultamento está previsto para as 16 horas no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo. Era casado com Dona Julinha.
A dor do momento não sobrepuja a alegria da existência desse homem. Sempre tão lúcido, costumava desfilar sua memória impecável com detalhes sobre fatos ocorridos há seis décadas. O senso de observação diferenciado transformou feitos em histórias recontadas com minúcias.
Disfarçava não ser um protagonista. “Rui, que foi um dos mais destacados combatentes nos céus da Itália , fala de tudo e de todos, mas pouco dele mesmo, ou das 94 missões que executou sobre as tropas alemãs”, disse certa vez o patrono da aviação de caça do Brasil, Brigadeiro Nero Moura.
O Major-Brigadeiro Rui foi autor do livro Senta a Pua!, que inspirou também um documentário do mesmo nome. No livro e no filme fez ecoar a incrível trajetória dos militares brasileiros na campanha vitoriosa durante a batalha. Era preocupado em não deixar se apagar a epopéia que ele e seus colegas viveram. Sua obra transformou-se em leitura de referência e palavras que provocavam lágrimas e sorrisos por onde passava. Não ter sua presença física amanhã naquelas palestras que arrancavam aplausos empolgados deixa silêncio, mas não o vazio.
O luto da Força Aérea Brasileira tem um som mais alto. Agora, diferente de todos os outros momentos, cabe a honra de se prestar a tradicional saudação Adelphi dos caçadores ao Major-Brigadeiro Rui.
“-1,2,3…

- Palmas!
- Adelphi!”

É impossível não ouvir a melodia de “Carnaval em Veneza” e a voz do Brigadeiro Rui, vibrante com a história que ajudou a construir, trazendo os amigos consigo. Em entrevistas para veículos de comunicação da FAB, o herói lembrava características pessoais e profissionais dos seus colegas na guerra. “Viramos irmãos”, dizia.
Retratou todos os “irmãos” com seus brilhos singulares. Nunca fez questão de falar de si mesmo e denotava a alma modesta que guerreiros e heróis têm. Dizia-se inspirado pelo exemplo do pai. Palavras do desembargador Bento Moreira Lima, contidas em uma carta escrita em 1939, eram o seu “vade-mécum da vida militar”. Na carta está que “Obediência aos teus superiores, lealdade aos teus companheiros, dignidade no desempenho do que te for confiado…”. O filho seguiu o conselho. Virou guerreiro e herói. Foi além. O legado sobrevive forte e sempre tão lúcido.
94 missões na 2ª Guerra e uma volta para casa emocionante
Durante a 2ª Guerra Mundial, o então Tenente Rui Moreira Lima fez nada menos do que 94 missões, por isso considerado herói brasileiro no front. A primeira missão ocorreu no dia seis de novembro de 1944 e a última no dia 1º de maio de 1945. Sempre sob o fogo cerrado da artilharia alemã. “Em cada missão, eram mais de duas horas e meia no combate ao inimigo. Foi bastante difícil para todos”, comentava.
Cada dia na Itália foi registrado em uma caderneta que o Brigadeiro guardava em casa como uma verdadeira relíquia. Também na caderneta está o voo mais emocionante de sua vida, o de volta para o Brasil após a vitória no combate.
“Quando fui para a guerra, deixei minha mulher grávida. Ao pisar no chão brasileiro, fui direto ao encontro de minha mulher e minha filhinha que já havia nascido”, relembrou o Brigadeiro em entrevista à Aerovisão. No reencontro, e emoção e a maior recompensa que poderia imaginar, o sorriso da filha. Foi uma grande vitória do herói.
Desde 1939 – O maranhense da cidade de Colinas nasceu em junho de 1919. Aos 20 anos de idade, já era cadete da escola militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Ingressou na Força Aérea Brasileira assim que a instituição foi criada, em 1941. Costumava repetir que atuar no Correio Aéreo Nacional foi um grande aprendizado para os pilotos de caça que iriam participar da guerra. “No Brasil, aprendemos a voar em situações bastante adversas. Quando chegamos na guerra, os americanos ficaram impressionados conosco”.
O Brigadeiro Rui falava sempre com muita tristeza a respeito dos companheiros do Grupo de Caça que foram abatidos nas linhas inimigas. Considerava-os heróis e ficou obstinado por contar as histórias na guerra bastante difundidas no meio militar e pouco conhecidas por toda a sociedade. “Temos que gritar Senta a Pua!, cantar o Carnaval em Veneza, encenar a Ópera do Danilo. Essa é a nossa história”, bradava o herói. Histórias que ficaram muito mais conhecidas por causa do Brigadeiro-do-Ar Rui Moreira Lima. As canções entoadas, a partir de agora, também glorificarão o legado desse homem histórico.



FONTE: Agência Força Aérea (viaPoder aéreo);Revista Asas online

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