Trapalhada de copiloto faz avião despencar 2 mil metros
Relatório do órgão regulador da aviação na Índia aponta que o copiloto, de 25 anos, esbarrou o joelho na coluna de controle da aeronave no momento em que o comandante havia saído para ir ao banheiro.
Em pânico, o copiloto não soube o que fazer e não tomou nenhuma ação para permitir a entrada do piloto no cockpit.
O comandante teve de utilizar uma senha especial para entrar, desperdiçando 30 preciosos segundos.
O relato do incidente, reconstruído a partir das análises dos dados da aeronave, dos diálogos registrados e do testemunho dos próprios envolvidos, faz parte de um relatório da Diretoria-Geral de Aviação Civil (DGCA), divulgado na imprensa indiana.
O voo IX-212 percorria a rota entre Dubai e a cidade indiana de Pune.
O Boeing 373 sobrevoava o espaço aéreo de Mumbai a mais 11 mil m de altitude no dia 26 de maio deste ano, quando deu início a uma trajetória de queda livre.
“O relatório diz que o copiloto admitiu ter entrado em pânico durante o incidente. Se alguém entra em pânico e congela quando está no controle, é de se perguntar a razão de ele estar no cockpit”, disse ao Indian Express o consultor de segurança aérea A. Ranganathan.
Segundo o relatório, a aeronave despencou mais de 600 m até o capitão entrar na cabine. Durante a operação de emergência, foram mais 1,4 mil metros de queda.
Ninguém ficou ferido, mas houve pânico na cabine e bebidas e alimentos foram lançados pelos ares.
Sucessão de erros
O Hindustan Times observou que, mesmo após voltar para a cabine, e tendo colocado a aeronave de volta no curso correto, o piloto da Air India Express cumpriu um procedimento arriscado, o de puxar com força o controle do avião – o que poderia ter feito colapsar outros controles da aeronave.
Além disso, o piloto não havia pedido ao seu braço direito que mantivesse os cintos afivelados durante sua ausência.
Destroços do avião da Air India no pior acidente aéreo do país
Na aviação internacional, a norma é que, ao deixar o cockpit, o piloto peça a um membro experiente da tripulação que fique do lado de dentro, para facilitar a entrada do comandante em caso de emergência.
O episódio levou o órgão indiano de aviação a recomendar as “providências cabíveis” no caso, o que os jornais consideram se tratar de mais treinamento para os funcionários da empresa.
Investigações recentes afirmaram que erro humano também foi a causa do acidente que matou 158 pessoas em um voo da Air India, a companhia prinicipal do mesmo grupo estatal, quatro dias antes, no dia 22 de maio.
O inquérito atribuiu a causa do acidente ao piloto “sonolento”, que estaria “desorientado” por ter dormido durante a maior parte do voo de três horas.
O avião, também um Boeing 737, aterrissou em Mangalore em altura e ângulo errados.
A aeronave saiu da pista, bateu em um barranco e pegou fogo. Apenas oito pessoas sobreviveram.
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