08/06/2013

AEROPORTOS & NEGÓCIOS - África é o novo alvo do setor aéreo



África é o novo alvo do setor aéreo 


[foto:Johannesburg OR Tambo International Airport /por:www.airportspotting.com]

 Por Marietta Cauchi e Daniel Michaels | The Wall Street Journal 


A aviação na África, até recentemente dominada por companhias de ex-potências coloniais europeias, está se tornando um mercado aberto para todos, ajudando a tornar o continente um dos mercados aéreos que cresce mais rapidamente no mundo.


 Grandes companhias do Golfo Pérsico estão liderando esse processo. A Qatar Airways, a Emirates, de Dubai, e a Etihad Airways, de Abu Dhabi, veem o mercado africano como uma presa fácil no seu quintal.

 A brasileira Gol também está de olho no continente.

 A empresa anunciou que está analisando a possibilidade de lançar uma rota entre o Brasil e a Nigéria, mas a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que deu, no dia 27 de maio, autorização para três frequências semanais da Gol rumo ao país africano.

 Empresas americanas, que nunca ofereceram voos para a África, estão agora descobrindo o continente. E num sinal de renovação da região, um número crescente de companhias aéreas locais está expandindo suas operações, embora a competição com gigantes globais esteja se mostrando difícil. 

 As potenciais perdedoras são as companhias europeias, que até recentemente eram as únicas que ofereciam conexões para muitos países africanos. "Os europeus, de repente, começaram a acordar", disse o presidente da Emirates, Tim Clark. Enquanto as aéreas europeias desaceleraram sua expansão na África nos últimos anos, "nós vimos [a região] como uma grande oportunidade". 

A Emirates está se aproximando da Air France na posição de empresa não africana com maior número de voos para o continente, segundo a consultoria Innovata LLC.

 A Air France-KLM SA "continua a aumentar voos, rotas e a dimensão das aeronaves na África para alimentar os seus centros de conexão da Europa", diz Pierre Descazeaux, vice-presidente sênior da empresa para a África e o Oriente Médio. O grupo, que detém 26% da Kenya Airways Ltd. e 20% da Air Côte d'Ivoire, aumentou sua capacidade na África em mais de 8% desde o meio do ano passado. 

 Companhias aéreas se deram conta do potencial da África graças ao avanço do Brasil, Rússia, Índia e China, que representam uma parte crescente do comércio internacional da África. E esses países também estão entre os mercados de aviação que mais crescem no mundo. Apesar de a aviação africana ainda sofrer com décadas de negligência, sua infraestrutura e histórico de segurança estão melhorando. 

O tráfego de passageiros nos 12 meses encerrados em 30 de abril subiu 7,3% ante um ano antes, segundo a AITA, associação internacional do setor. E a riqueza africana está crescendo. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico prevê que a economia da África cresça 4,8% este ano e 5,3% no próximo. "Ao lado dos países do BRIC, esse é o principal mercado de crescimento, com economias em rápida expansão, riqueza e investimentos estrangeiros da China e de outros países", diz o diretor-presidente da Etihad, James Hogan. A operadora ampliou recentemente a sua presença na África e fechou acordos com a South African Airways Pty. Ltd. e a Kenya Airways, pelo qual elas podem vender passagens umas das outras. Os viajantes se beneficiam, mas a chegada de companhias globais "coloca as operadoras africanas em desvantagem", diz Raphael Kuuchi, diretor de assuntos industriais da Associação das empresas Aéreas em Nairobi, no Quênia. 

 As companhias aéreas africanas responderam por apenas 35% do tráfego de aviões que chegaram e partiram do continente no ano passado e sua quota de capacidade em rotas no exterior caiu 16 pontos percentuais nos últimos dez anos, segundo a associação. Ainda assim, algumas companhias aéreas africanas decidiram enfrentar o desafio, investindo em aviões modernos e adotando estratégias criativas.

 Várias delas estão concentrando seus voos dentro do continente "e para regiões onde a competição não é tão forte e há alto potencial de crescimento", como Ásia e América Latina, disse Kuuchi. 

 A Europa ainda tem 60% da capacidade de voos do exterior para a África e as companhias do Oriente Médio detêm 30%, segundo a Innovata. 

Mas o tráfego com o Oriente Médio está crescendo 10% por ano e "não mostra nenhum sinal de desaceleração", disse Roeland van den Bergh, analista sênior da consul-toria do Centre for Aviation, de Sydney, Austrália. 


Fonte:Valor Econômico -  (Colaborou Bart Koster.)

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