15/06/2009

NOVAS AÉREAS AGUARDAM LIBERAÇÃO DA ANAC

EMPRESAS AÉREAS AGUARDAM LIBERAÇÃO DA ANAC


Rio Linhas Aéreas


Duas empresas aéreas estão fazendo os acertos finais para iniciar operações no Paraná. Ambas possuem três letras no nome e só dependem de autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para marcar o primeiro voo. A Rio Linhas Aéreas, com sede em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba), vai atuar no segmento de cargas e planeja decolar até o fim do mês. Um Boeing 727-200F, com capacidade para 25 toneladas, está no hangar da companhia, pintado com as cores verde e amarelo. A Sol Linhas Aéreas, de Cascavel, região Oeste do Estado, vai fazer transporte de passageiros com um avião tcheco com capacidade para 19 pessoas, o turboélice L410, da Let Aircraft.

A Rio Linhas Aéreas é de dois jovens empresários: Leonardo Rodrigues Cordeiro, filho do dono da JetSul, empresa de táxi aéreo e venda de aviões, e William Starostik Filho, piloto de automóveis e neto do fundador da Companhia Providência, fabricante de não-tecidos comprada em 2006 por um grupo de investidores que inclui a família Constantino, dona da Gol. A empresa foi criada em 2007. “Somos uma empresa cargueira, não vamos fazer a entrega porta a porta, só o serviço aeroporto-aeroporto”, diz Mauro Martins, supervisor de planejamento. A Rio fez parceria com a SmartCargo Transporte Intermodal, que vai contratar cargas para voos noturnos. A empresa também poderá fazer o fretamento de aeronaves para voos diurnos e de retorno.

Sol Linhas Aéreas


Martins explica que ela vai atuar na modalidade ACMI (aeronave, tripulação, manutenção e seguro), na qual o cliente se responsabiliza por parte das despesas operacionais, como combustível e tarifas. Segundo ele, outros dois aviões estão sendo comprados para o segundo semestre e, para 2010, está prevista a aquisição de um modelo de grande porte para o mercado internacional e dois para uso doméstico. Os investimentos iniciais somaram US$ 8 milhões, com recursos próprios, e US$ 30 milhões devem ser usados na expansão até o fim do ano que vem, sendo uma parte financiada. O transporte de passageiros, no futuro, não está descartado. No caso da Sol, o projeto é do médico Marcos Solano Vale, que tem um hospital, duas rádios e um jornal no interior do Paraná. Ele prevê investir R$ 100 milhões em três anos, sendo 85% provenientes de financiamentos para leasing de aeronaves e o restante de recursos próprios. A meta da empresa é fechar 2009 com três aviões.

Outros devem ser incorporados à frota a cada 90 dias. “Vamos fazer uma grande companhia”, diz Vale. Natural do Rio Grande do Norte, o médico-empresário conta que viu um avião pela primeira vez aos 10 anos e viajou de avião aos 24, quando fez residência médica em São Paulo. Há 18 anos vive no Paraná e garante que o Estado precisa de mais voos. “O deslocamento de Cascavel para outros lugares do país é um transtorno.” Ele começou a planejar o investimento há cinco anos e abriu a empresa em 2008. “A dificuldade não é conseguir dinheiro, mas obedecer a legislação, contratar seguro e pessoal”, diz. Outra barreira a vencer é a fixação de preço do bilhete. “Antes, viajar de avião era caro. Depois foi dito que ficou barato. Mas não é uma coisa nem outra, porque é preciso levar em conta tempo, distância e outros fatores”, comenta.

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