O Centro de Controle de Aproximação de Vôo (APP) de Belém vem operando com tecnologia 100% nacional. O sistema estrangeiro, que ainda era utilizado para controle do tráfego aéreo cede lugar para o STVD (Sistema de Tratamento e Visualização de Dados), um software brasileiro, desenvolvido pela Atech Tecnologias Críticas. O Centro, que desde o primeiro trimestre deste ano foi revitalizado, é responsável por 110 voos diários. O programa de modernização dos centros de controle do tráfego aéreo foi iniciado em meados de 2000 e é uma iniciativa do Comando da Aeronáutica.
O novo sistema nacional foi projetado para que o controlador tenha facilidades para realizar todas as complexas atividades requeridas para a segurança e eficiência das operações aéreas, incluindo o monitoramento de desvios relativos à separação lateral, vertical e longitudinal entre as aeronaves em vôo. O sistema aumenta a segurança e a fluidez do tráfego em áreas de grande quantidade de vôos, uma vez que minimiza a carga de operação e agiliza a execução de ações rotineiras para os controladores.
Além disso, ao desenvolver o STVD, a Atech criou um sistema capaz de acompanhar a ampliação da malha aérea brasileira, característica que vem ao encontro das necessidades do setor, visto que para a América Latina é esperado um aumento de 239% no número de vôos até 2025, segundo a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).
Segundo o diretor da Atech, Delfim Ossamu Miyamaru, outra particularidade do STVD é que para operá-lo são utilizados equipamentos e consoles que seguem padrões internacionasi e customizados segundo as características de cada local no qual o sistema é implantado. “Nas localidades nos quais o sistema ainda não é automatizado, a mudança será total. Os controladores que utilizavam o sistema manual serão treinados a operar o novo automatizado”.
A substituição do sistema estrangeiro pelo sistema nacional integra um amplo programa do Comando da Aeronáutica voltado à revitalização dos APP e dos Centros de Controle de Área (ACC). O Brasil possui hoje 29 APP radar e quatro ACC cobrindo o território brasileiro: Brasília, Curitiba, Recife (PE) e Manaus e um ACC cobrindo a parte oceânica, o Atlântico, que também fica em Recife. Para cada um dos ACC, exceto o Atlântico, existe um órgão de Defesa Aérea conjugado, formando os CINDACTA I, II, III e IV. A expectativa é que o processo de modernização esteja finalizado em 2010.
Além do APP de Belém, já foram modernizados os localizados em Natal (RN), Salvador (BA), Brasília (DF), Pirassununga (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Recife (PE), Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS). Nas localidades de Manaus (AM), Anápolis (GO), Porto Alegre (RS), Foz do Iguaçu (PR), Santa Maria (RS) e Maceió (AL) o processo de modernização está em andamento e ainda este ano deverão ser entregues.
MODERNIZAÇÃO - A atualização dos centros consiste no uso de tecnologia de última geração para instalação de um sistema com novas funcionalidades, máquinas com maior capacidade de processamento e execução de um software de controle que promove segurança ainda maior para o tráfego aéreo no território nacional.
Segundo Miyamaru, trata-se de um trabalho que coloca o Brasil em igualdade com países da Europa e com os Estados Unidos, que possuem um fluxo aéreo bem mais intenso. As novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas para aprimorar e otimizar o tratamento de informações, a comunicação entre controladores e pilotos, e a troca de informação entre o operador e o Sistema de Tratamento e Visualização de Dados (STVD).
Os APP são responsáveis por controlar o tráfego de aeronaves nas fases de aproximação para pouso e decolagem de um aeroporto. Já os ACC são responsáveis por controlar o tráfego de aeronaves em rotas aéreas e são sistemas que fazem parte dos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA), estruturas apoiadas em redes de radares e estações de telecomunicações, que desenvolvem simultaneamente de forma integrada duas atividades que têm as mesmas características, mas finalidades diferentes: uma de caráter militar (vigilância e defesa aérea) e outra de caráter civil (controle de tráfego aéreo).
Fonte:Revista Asas online
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