São Paulo ainda é 2º maior mercado mundial para aérea de baixo custo
[foto:Jetphoto.net]
Por João José Oliveira | De São Paulo
O corte na oferta de assentos e a estagnação da demanda no transporte aéreo de passageiros não tirou de São Paulo o posto de segundo maior mercado mundial de companhias de baixo custo (no jargão do mercado, as LLCs, de 'low cost carriers'), perdendo apenas para Londres, aponta levantamento da Amadeus, líder global em serviços de tecnologia para o setor aéreo.
"Os números mostram que a estratégia focada na eficiência da Gol não está mudando a oferta em São Paulo, que tem tarifas e taxas de ocupação mais elevadas", diz o diretor para o setor de aéreas da América Latina da Amadeus, Gustavo Murad.
Dados apurados pela Amadeus por meio do cruzamento de dados de reservas de passagens, de pousos e decolagens em aeroportos e rotas aéreas das companhias, mostram que a capacidade total de assentos nas companhias aéreas de baixo custo no primeiro semestre deste ano cresceu 7% em São Paulo, para 10,7 milhões de unidades, ante mesmo período de 2012.
A líder Londres, com 14,3 milhões de passageiros, cresceu 3%.
No Brasil, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a oferta no primeiro semestre caiu 5,8% ante mesmo período de 2012. A demanda estagnou, após dez anos seguidos de crescimento, quando o total de passageiros subiu de 38 milhões a 90 milhões de clientes, entre 2003 e 2012.
Na busca por recuperação de lucratividade, as líderes TAM e Gol, donas de 75% do mercado doméstico, cortaram 7% e 9% da oferta, respectivamente, em rotas menos rentáveis.
"Mas esse movimento não atingiu São Paulo", disse o diretor da Amadeus, lembrando que o mercado paulista inclui Campinas, principal ponto de decolagens e pouso da Azul, terceira maior aérea brasileira, com 17% do mercado.
Para Murad, a busca por rentabilidade em rotas mais rentáveis pode beneficiar as empresas de baixo custo.
Ele cita ainda como fator que pode impactar positivamente esse segmento no Brasil, o plano governamental de aviação regional, que prevê investimento de R$ 7 bilhões em mais de 200 aeroportos fora dos grandes centros a partir do ano que vem.
Na Europa, o aumento de participação de aeroportos regionais estimulado por subsídio público é questionado por órgãos da Comissão Europeia, que demandam maior racionalidade no uso de recursos públicos no cenário de economia frágil.
Madri, Atenas e Roma foram os centros que tiveram as maiores retrações no mercado das aéreas de baixo custo. "O mercado europeu de 'low costs' é maduro já, por isso tem taxas de crescimento menores", diz Murad.
O motor do crescimento das aéreas de baixo custo no mundo está na Ásia, com crescimento de 28,7%, para 129 milhões de passageiros, e no Oriente Médio, com expansão de 17,8%, onde as necessidades de voos diretos ainda são negligenciadas, disse Alexandre Jorre, especialista em companhias aéreas de baixo custo da Amadeus.
Fonte:Valor Econômico
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