24/08/2012

Empresas aéreas reduzem voos para o Nordeste para diminuir prejuízos


Empresas aéreas reduzem voos para o Nordeste para diminuir prejuízos


 Na região, onde há mais viagens a lazer e menos lucrativas, o movimento nos aeroportos teve queda no primeiro semestre .


A eliminação de voos pelas principais companhias aéreas impactou, principalmente, a região Nordeste. 

O tráfego de aeronaves nos aeroportos nordestinos caiu 0,53% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2011, segundo levantamento do ‘Estado’ com base em dados dos 56 aeroportos administrados pela Infraero. 

O movimento de passageiros na região subiu apenas 1,94% no período, o menor crescimento do País. No Brasil, a demanda por voos continuou a crescer no primeiro semestre deste ano. 

A Infraero registrou 93 milhões de embarques e desembarques no primeiro semestre, 7,94% a mais do que em 2011. 

O maior crescimento no volume de passageiros foi na região Sudeste, que já concentra 53% do tráfego do País. Nos seis primeiros meses do ano, o número de embarques e desembarques somou 49,3 milhões, uma expansão de quase 11%. 

Os aeroportos de Viracopos, Galeão e Confins crescerem, respectivamente, 22%, 21% e 18%. A maior retração entre as capitais brasileiras ocorreu em Salvador, onde o movimento de aviões caiu 1,28% e, o de passageiros, 6,56%. 

O tráfego de aeronaves também caiu em outras capitais nordestinas, como Maceió, Natal, João Pessoa e Recife. "Isso é reflexo da mudança de malha de TAM e Gol", disse o consultor em aviação Nelson Riet. As empresas somam cerca de 75% do mercado doméstico. Depois de fechar o ano passado com prejuízo, as líderes Gol e TAM passaram a adotar uma postura mais conservadora em 2012. 

As duas empresas revisaram para baixo seu plano de frota e vão colocar menos passagens à venda no Brasil neste ano. No início do mês, a Gol informou que reduzirá em até 4,5% sua oferta de assentos em 2012. Na TAM, o corte será de até 3%. As empresas tentam reduzir rotas para conseguir aumentar preços e recuperar sua rentabilidade. 

Só no segundo trimestre, Gol e TAM registraram prejuízo líquido de R$ 715 milhões e R$ 928 milhões, respectivamente. "O passageiro que viaja a lazer é mais sensível a preço do que quem viaja a negócios. A redução das rotas considerou isso", disse o diretor do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, Elones Ribeiro. Mais de 60% das pessoas que viajam de avião no Brasil estão a trabalho, segundo estimativas do vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), Leonel Rossi Júnior. 

Apesar dos cortes de voos no Nordeste, Rossi estima que o mercado de turismo, que é o forte da região, ainda está aquecido. "Existem passageiros, as companhias aéreas é que tinham excesso de voos", diz. TAM e Gol mantiveram todos os destinos, mas reduziram as frequências em mercados menos maduros para operar as rotas com aeronaves mais cheias. Em Maceió, por exemplo, o tráfego de aeronaves caiu 19% no primeiro trimestre, mas o movimento de passageiros subiu 3,38% no período.

 A Gol reduziu neste ano cerca de 130 voos diários. Na apresentação dos resultados do segundo trimestre, a companhia informou que os cortes ocorreram em todas as regiões, mas foram mais intensos no Norte e no Nordeste, onde as frequências caíram 25% e 18%, respectivamente. A rotas do Sudeste foram as menos afetadas - apenas 5% de retração.

 Procurada pelo Estado, a Gol não se pronunciou. A TAM confirmou que cortou voos em todas as regiões do País, mas não informou o tamanho da redução por região.

 A companhia disse, em comunicado ao Estado, que a decisão de cortar uma rota considera a demanda na região, as reformas nas pistas dos aeroportos e o aumento de custos na operação de voos. "Especificamente para a região Nordeste, levamos ainda em conta a sazonalidade característica da região", informou a TAM.



 Fonte: Marina Gazzoni, de O Estado de S. Paulo - Mapa: mochileiro.tur.br-via:http://desastresaereosnews.blogspot.com.br/
Foto:Aeroblog

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