Nova família de aeronave mais eficiente da Airbus
Com 1226 pedidos de 24 clientes, menos de dois anos após o seu lançamento, o jato A320neo, da Airbus, já pode ser considerada um dos maiores sucessos de vendas na história da aviação mundial.
Lançado seis meses depois, o concorrente direto do modelo, o Boeing 737MAX recebeu 451 pedidos de cinco clientes.
Em 2011, a participação da Airbus nas vendas de aeronaves de corredor único chegou a 70%, comenta o diretor de marketing da companhia para a família A320, Joaquin Toro-Prieto.
O ponto alto das vendas do A320neo aconteceu em meados do ano passado, com o pedido recorde de 200 aeronaves do modelo pela companhia Air Asia, um contrato avaliado em Us$ 18 bilhões.
O executivo-chefe da Air Asia, Tony Fernandes, um dos maiores clientes da fabricante europeia na atualidade, foi o convidado surpresa no encerramento de um encontro com jornalistas, organizado pela Airbus em Toulouse, no dia 24 de maio.
Neste mesmo dia, Fernandes recebeu seu centésimo A320 e a Airbus apresentou Fabrice Bregier como o novo presidente e CEO da Airbus até 2017, substituindo o executivo Tom Enders, que foi promovido ao posto de CEO do grupo europeu EADS.
Na América Latina, segundo o diretor da Airbus, TAM, LAN e Taca já encomendaram quase 400 aeronaves da família A320.
O modelo neo, que entrará em operação entre 2015 e 2016, recebeu 22 pedidos da TAM, 20 da LAN e outros 33 da Avianca Taca. Na carteira de pedidos da Airbus ainda existem mais de 350 aeronaves para serem entregues na região.
Fruto da remotorização da já consagrada família A320, a versão neo (new engine option ou nova opção de motores) trouxe para o mercado a opção de uma aeronave 15% mais eficiente no consumo de combustível, o que também significará a emissão de até 3,6 mil toneladas a menos de dióxido de carbono (CO2) anuais por aeronave.
O diretor da Airbus conta que a maior eficiência do motor e a redução do ruído também serão proporcionadas pela colocação dos chamados "sharklets", um componente aerodinâmico que ficará nas extremidades de cada asa, permitindo até 950 km a mais de alcance ou duas toneladas a mais de carga útil.
Pietro comenta que esse componente será disponibilizado no versão A320neo (current engine option) a partir do final deste ano, mas ainda em caráter opcional, dependendo do interesse do cliente.
Pietro comenta que esse componente será disponibilizado no versão A320neo (current engine option) a partir do final deste ano, mas ainda em caráter opcional, dependendo do interesse do cliente.
No A320neo, de acordo com o diretor, a aeronave já sairá de linha com os sharklets instalados nas pontas das asas. A Airbus já investiu mais de US$ 1 bilhão no programa do A320neo.
Com desempenho superior e custo operacional mais baixo, as companhias aéreas viram no neo uma opção atrativa para compensar, em parte, o efeito destrutivo do custo dos combustíveis em suas operações, que em alguns casos podem variar de 30% a 50%.
"O nível de eficiência dos motores do neo é tão satisfatório que devemos esperar até 2030 para pensar em desenvolver um outro tipo de avião", afirmou.
Atenta aos movimentos do mercado da aviação mundial, a fabricante brasileira Embraer ainda não anunciou oficialmente a sua decisão para melhorar a eficiência dos seus jatos comerciais, mas já designou um time grande que vem trabalhando duro no projeto de remotorização da família de E-Jets, composta por jatos com capacidade entre 70 a 122 assentos.
Segundo disse Frederico Curado, presidente da empresa, ao Valor, a fase inicial do projeto, ainda com baixa monta de recursos, está aprovada pelo conselho da companhia. O plano tem previsão de ser concluído em 2018.
"A média de margem das empresas aéreas hoje é de 2% ao ano.
Com aviões que economizam entre 15% e 16% de combustível, essa margem passaria para a casa dos 6%", disse Luis Carlos Affonso, vice-presidente de Novos Programas da Embraer, ao justificar a importância dos combustíveis da formação dos custos das companhias aéreas.
Ciente disso, a Embraer optou pela remotorização dos já bem sucedidos E-Jets do que desenvolver um novo avião para competir em outra faixa de mercado. "Não vamos arriscar nossa atuação em um mercado superior onde já existem dois grandes players bem estabelecidos", disse referindo-se a Boeing e Airbus, com seus jatos acima de 150 assentos.
"Para acomodar um motor de maior porte, porém, a Embraer precisará reprojetar a asa, que deverá ser alongada e o trem de pouso dos atuais E-Jets", explicou Affonso.
Além de custos operacionais mais competitivos, da ordem de 15%, segundo o executivo, os novos aviões terão a comunalidade (mesmas peças e sistemas) como principal vantagem competitiva frente a concorrência.
"Quando o novo avião entrar em operação, por volta de 2018, já teremos mais de 1500 E-Jets voando e a comunalidade que existe entre eles resulta em uma excepcional redução nos custos de treinamento da tripulação, manutenção e peças de reposição para os operadores", explicou.
O quesito comunalidade também é visto como um diferencial importante no programa do A320neo. "O modelo terá 95% de comunalidade com a família A320, que tem mais de 5 mil aeronaves em operação no mundo", disse o diretor Joaquin Prieto.
Fonte:Valor Econômico
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