Fusão TAM-LAN cria gigante da aviação mundial
Com a criação da LATAM Airlines nesta sexta-feira, após um namoro que durou oito anos, TAM e LAN iniciam um processo de integração de suas malhas que aumentará a capilaridade da LAN no Brasil e as conexões da TAM nos Estados Unidos, Europa e América do Sul. "A fusão é de crescimento. Temos um overlap (sobreposição de rotas) de menos de 3 por cento. É um quebra-cabeças perfeito", afirmou a jornalistas Enrique Cueto, presidente-executivo da LATAM, acrescentando que a companhia não vai reduzir sua frota de 310 aviões, incluindo 14 de carga.
A expectativa é que a integração das empresas, que manterão seus centros de operações em São Paulo e Santiago além de suas marcas próprias, aconteça em até 4 anos, disse o presidente do conselho de administração da LATAM, Maurício Rolim Amaro, filho do fundador da TAM.
Segundo os executivos, a integração das empresas vai gerar economias de 170 milhões a 200 milhões de dólares em 12 meses, valor que deve ser ampliado para entre 600 milhões e 700 milhões de dólares ao final do quarto ano.
Do total de sinergias, cerca de 60 por cento virá de aumento na receita nos negócios com passageiros e carga por conta da associação, enquanto o restante será gerado por economias de custo.
"A maior parte das economias de custos é relacionada a processos de compra. Vamos ser uma das três maiores operadoras de Airbus no mundo", disse Amaro citando como exemplos aquisição conjunta de motores, combustível e assentos para aeronaves.
Segundo Amaro, as encomendas atuais de 137 aviões da LAN e de 103 da TAM estão mantidas, "pelo menos no curto prazo, até que seja finalizada a revisão da malha" da companhia conjunta. Ele não informou quando isso poderá ocorrer.
A LATAM surge com uma frota de vários fornecedores distintos, sendo os principais Airbus e Boeing.
O presidente do conselho da companhia afirmou que considera "difícil no curto prazo caminhar para um só fabricante". "Existe um interesse de racionalizarmos a frota no sentido de modelos, isso economiza peças, planejamento de rotas, treinamento de pilotos", disse Amaro, explicando que o objetivo da LATAM é reduzir o número de modelos usados pelo grupo. Atualmente TAM e LAN operam 7 modelos de aviões da Airbus e 5 modelos da Boeing, além de possuírem 14 turboélices da Bombardier e 5 da ATR.
Cueto afirmou que espera que o novo grupo se decida em seis meses sobre qual aliança global de companhias aéreas irá participar.
A TAM ingressou há cerca de dois anos na Star Alliance enquanto a LAN faz parte da Oneworld. O tribunal de concorrência do Chile determinou que a aliança a ser adotada pela LATAM não poderá ser a mesma adotada pelo grupo AviancaTaca, membro da Star Alliance.
Cueto informou que o foco da LATAM está na Europa e Estados Unidos e que a decisão pela aliança passará pela melhor oferta de conectividade dessas regiões à malha da companhia sul-americana.
TROCA E RANKING
A fusão das empresas foi iniciada com a conclusão na manhã desta sexta-feira da operação de troca de ações que recebeu adesão de 99,9 por cento dos acionistas da TAM participantes da oferta e movimentou um volume financeiro de 3,12 bilhões de reais .
Estes acionistas aceitaram trocar suas ações por um recibo (BDR no Brasil e ADR nos Estados Unidos) que equivale a 0,9 ação da LAN. Após a permuta, a TAM, cujas origens remontam a 1961 com a criação da Táxi Aéreo Marília, fecha seu capital no Brasil.
A LATAM Airlines surge com frota de 296 aviões de passageiros mais 14 cargueiros, a maior da América Latina, superando a British Airways na 11a posição no ranking apurado pela Associação Internacional de Tráfego Aéreo (IATA), que atribui 242 aeronaves para a companhia britânica.
A companhia também surge voando para 150 destinos em 22 países e com o maior valor de mercado do setor no mundo, de cerca de 13 bilhões de dólares, disse Amaro.
Em faturamento, segundo a IATA, a combinação de TAM e LAN vai levar as empresas para a nona posição do ranking da entidade que reúne as maiores companhias aéreas do mundo, com 13,5 bilhões de dólares, superando a US Airways, que em 2011 teve receita operacional de 13,2 bilhões de dólares.
Fonte:Reuters- (Por Alberto Alerigi Jr.; com reportagem adicional de Antonio de la Jara)
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