Relatório mostra o que melhorou e o que ainda preocupa na aviação do Brasil
Foram necessárias 154 vidas para que o sistema aéreo brasileiro deixasse de ser uma caixa-preta para a sociedade.
Trabalho excessivo e muito especializado para controladores de voo pouco qualificados, equipamentos reféns de zonas cegas e falhas no sistema de comunicação por voz entre pilotos e trabalhadores em terra são apenas alguns dos problemas graves escancarados com a tragédia do voo 1907 da Gol.
Quatro anos depois do acidente, que serão completados nesta semana, o funcionamento da aviação do país apresenta consideráveis mudanças.
O próprio orçamento destinado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) ao programa denominado segurança de voo, por exemplo, aumentou — enquanto em 2006 o valor pago (já contando os restos a pagar) pela rubrica atingiu R$ 128 milhões, neste ano já são R$ 189 milhões, de acordo com dados levantados pela ONG Contas Abertas a pedido do Correio.
Entretanto, questões cruciais do sistema, alvo inclusive de um estudo encomendado pelo governo federal depois do desastre, continuam em aberto.
A pesquisa, finalizada este ano pela consultoria McKinsey, comparou a estrutura da aviação nacional com a de países desenvolvidos e em desenvolvimento (Alemanha, Austrália, Chile, China, Espanha, Estados Unidos, França e Reino Unido), constatando que só o Brasil não tem um planejamento integrado do setor — incluindo aeroportos, companhias aéreas e indústria.
Outra diferença verificada é a subordinação da área ao Ministério da Defesa e não à pasta dos Transportes.
O controle de tráfego aéreo para aviação civil vinculado a órgão militar também foi apontado como ponto fraco do país, além do fato de o órgão que investiga acidentes não ter independência, por estar ligado ao Comando da Aeronáutica, também responsável pelo controle de tráfego aéreo.
Ao fim, o relatório recomenda a transição da estrutura militar para civil, com o objetivo de ter qualidade técnica e independência no setor.
O Ministério da Defesa foi procurado pela reportagem, mas não respondeu às perguntas encaminhadas sobre uma eventual desmilitarização.
A Aeronáutica, por meio do Decea, destacou que houve aumento no número de controladores de voo, passando de 2.113, em 2006, para 2.828.
A periodicidade do concurso para contratação também mudou. Antes acontecia duas vezes ao ano. Em 2007, houve quatro seleções.
anuais. Simulação real passou a ser feita na formação desses profissionais, após o acidente, bem como um programa de elevação do nível de inglês.
O jato Legacy que se chocou com a aeronave da Gol, derrubando-a, era pilotado por americanos.
O Decea destacou também a modernização de radares e dos sistemas UHF e VHF, que auxiliam na navegação aérea.
Para o comandante Ronaldo Jenkins, coordenador de Segurança de Voo do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas, a maior diferença se deu na atividade de controle do tráfego aéreo. “São as mudanças mais nítidas para nós. Houve modificações em relação às áreas monitoradas de Brasília e também dos setores amazônicos”, afirma
Jenkins. Há também recomendações relacionadas à utilização correta de equipamentos cruciais no acidente, como o transponder, que não foi ligado pelo jato Legacy e poderia ter evitado a tragédia, desviando o avião menor automaticamente ao perceber a aeronave da Gol em rota de colisão.
Fonte: Renata Mariz (Correio Braziliense)-via:desastresaereosnews
Trabalho excessivo e muito especializado para controladores de voo pouco qualificados, equipamentos reféns de zonas cegas e falhas no sistema de comunicação por voz entre pilotos e trabalhadores em terra são apenas alguns dos problemas graves escancarados com a tragédia do voo 1907 da Gol.
Quatro anos depois do acidente, que serão completados nesta semana, o funcionamento da aviação do país apresenta consideráveis mudanças.
O próprio orçamento destinado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) ao programa denominado segurança de voo, por exemplo, aumentou — enquanto em 2006 o valor pago (já contando os restos a pagar) pela rubrica atingiu R$ 128 milhões, neste ano já são R$ 189 milhões, de acordo com dados levantados pela ONG Contas Abertas a pedido do Correio.
Entretanto, questões cruciais do sistema, alvo inclusive de um estudo encomendado pelo governo federal depois do desastre, continuam em aberto.
A pesquisa, finalizada este ano pela consultoria McKinsey, comparou a estrutura da aviação nacional com a de países desenvolvidos e em desenvolvimento (Alemanha, Austrália, Chile, China, Espanha, Estados Unidos, França e Reino Unido), constatando que só o Brasil não tem um planejamento integrado do setor — incluindo aeroportos, companhias aéreas e indústria.
Outra diferença verificada é a subordinação da área ao Ministério da Defesa e não à pasta dos Transportes.
O controle de tráfego aéreo para aviação civil vinculado a órgão militar também foi apontado como ponto fraco do país, além do fato de o órgão que investiga acidentes não ter independência, por estar ligado ao Comando da Aeronáutica, também responsável pelo controle de tráfego aéreo.
Ao fim, o relatório recomenda a transição da estrutura militar para civil, com o objetivo de ter qualidade técnica e independência no setor.
O Ministério da Defesa foi procurado pela reportagem, mas não respondeu às perguntas encaminhadas sobre uma eventual desmilitarização.
A Aeronáutica, por meio do Decea, destacou que houve aumento no número de controladores de voo, passando de 2.113, em 2006, para 2.828.
A periodicidade do concurso para contratação também mudou. Antes acontecia duas vezes ao ano. Em 2007, houve quatro seleções.
O ritmo até 2011, conforme o órgão, será de três concursos
anuais. Simulação real passou a ser feita na formação desses profissionais, após o acidente, bem como um programa de elevação do nível de inglês.
O jato Legacy que se chocou com a aeronave da Gol, derrubando-a, era pilotado por americanos.
O Decea destacou também a modernização de radares e dos sistemas UHF e VHF, que auxiliam na navegação aérea.
Para o comandante Ronaldo Jenkins, coordenador de Segurança de Voo do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas, a maior diferença se deu na atividade de controle do tráfego aéreo. “São as mudanças mais nítidas para nós. Houve modificações em relação às áreas monitoradas de Brasília e também dos setores amazônicos”, afirma
Jenkins. Há também recomendações relacionadas à utilização correta de equipamentos cruciais no acidente, como o transponder, que não foi ligado pelo jato Legacy e poderia ter evitado a tragédia, desviando o avião menor automaticamente ao perceber a aeronave da Gol em rota de colisão.
Fonte: Renata Mariz (Correio Braziliense)-via:desastresaereosnews
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