01/03/2013

TECNOLOGIA - Avião vai voar com combustível de resíduos plásticos



Avião vai voar com combustível de resíduos plásticos 



Um piloto amador está a preparar-se para viajar entre Sidney, na Austrália, e Londres, em Inglaterra, a bordo de um avião alimentado com um combustível produzido inteiramente a partir de resíduos de plástico.


 A aventura do britânico Jeremy Rowsell (foto acima) vai marcar a estreia da utilização deste tipo de combustível ecológico em viagens aéreas. 

 De acordo com o jornal inglês The Telegraph, o voo de Rowsell, que nasceu em Londres mas vive atualmente na Austrália, vai usar combustível resultante da transformação, por via de uma técnica pioneira, de cinco toneladas de embalagens e outros resíduos de plástico em fim de vida (que já não podem ser reciclados). 

 O plástico para o projeto "Nas Asas do Desperdício" será recolhido em lixeiras dos países pelos quais o piloto irá passar e será enviado para a Cynar, uma firma irlandesa, sediada em Dublin, que será responsável pelo processamento dos resíduos e pela sua conversão em combustível. 

 O britânico de 41 anos vai deixar Sidney no mês de julho e vai sobrevoar a Ásia, o Médio Oriente e, finalmente, a Europa, esperando aterrar em Londres seis dias depois a bordo do seu monomotor Cessna 172, que voará cerca de 2.400 quilômetros por dia a uma velocidade de 185 km/hora.

 Para conseguir alcançar o seu objetivo, Rowsell terá de voar cerca de 15 horas por dia de forma a chegar à hora prevista aos seus locais de paragem. 

Em declarações ao The Telegraph, o aventureiro, apaixonado pela aviação, revelou que decidiu levar a cabo esta experiência para alertar para as novas tecnologias que têm explorado métodos viáveis e amigos do ambiente para utilização em viagens aéreas ajudando a reduzir, ao mesmo tempo, os restos de plástico acumulados a céu aberto pelo mundo. "Achei que esta seria uma oportunidade de associar o espírito aventureiro britânico à inovação tecnológica dos pioneiros que enfrentaram desafios como os que enfrentamos hoje", confessou. "A aviação lidera a tecnologia em muitos aspectos e, portanto, pensei: porque não torná-la líder também na utilização deste combustível? Se o plano resultar, irá ser possível resolver grandes problemas ambientais de uma só vez", defendeu Rowsell. 

O Piloto mostra-se preparado para os desafios no entanto, consciente dos perigos que irá enfrentar.


Entre os desafios está o fato de o avião em causa não ter sido projetado para voos de longa distância, bem como a necessidade de aterrar nos locais certos, onde os galões de combustível estarão à sua espera. 

 Também as condições meteorológicas serão difíceis de prever e o facto de ir voar a uma altitude muito baixa em comparação com a dos voos comerciais pode ser uma verdadeira ameaça, quer pela colisão com montanhas, quer por correr o risco (embora remoto) de ser abatido. "Quando voamos a uma altitude estão baixa estamos dentro do campo de lançamento de granadas e não podemos deixar de considerar a hipótese de sermos abatidos durante o voo", admitiu. "É muito improvável, especialmente porque vou evitar a passagem pela Síria, mas é assustador pensar na posição vulnerável em que estarei", acrescentou ainda. 

 Porém Rowsell diz-se bem preparado para todas as eventualidades e que , já praticou de tudo, desde a quedas na água a outro tipo de acidentes; treino da vida em ambiente selvagem e até formas de lidar com raptos. "Os pioneiros da aviação ensinaram-me muito.

 Muitos dos pilotos acreditaram que os aviões podiam beneficiar a raça humana e lutaram para provar a viabilidade dessa tecnologia. 

Essa coragem é uma lição constante para mim e faz-me lembrar que eu e todos nós temos uma responsabilidade para com o planeta e temos de encontrar alternativas para o preservar", concluiu.


Fontee Fotos: boasnoticias.clix.pt -via:Desastres Aéreos News

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