12/12/2012

FX-2 e a ‘bola de neve’ dos caças triplicando de tamanho


FX-2 e a ‘bola de neve’ dos caças triplicando de tamanho





 Numa conta simples e até simplória, porém calcada assustadoramente na realidade, o problema da substituição dos caças da Força Aérea Brasileira (FAB) triplica de tamanho e de custo quanto mais se demora para iniciar sua resolução. E, a não ser que a Aviação de Caça da FAB seja diminuída e muito de tamanho (assim como nossas pretensões geopolíticas), novos adiamentos ou cancelamentos só irão multiplicar o tamanho do problema, dificultando no longo prazo soluções que hoje ainda são viáveis. 

 - F-X lançado em 1997: 12 caças 

 Quando o Programa F-X foi lançado, no final da década de 1990, o objetivo era substituir os caças Mirage IIIE/B (F-103 na FAB) baseados em Anápolis, cuja baixa era prevista para 2005. 

O programa visava apenas 12 caças novos, embora pretendesse que o vencedor, em novos lotes a serem adquiridos gradativamente, também substituísse no futuro os jatos F-5.

 Havia tempo e tratava-se de um programa relativamente modesto. Sua previsão inicial era de 700 milhões de dólares para 12 aeronaves, embora estimativas do mercado indicavam perto do dobro do valor, conforme a escolha.

 Mas os anos passaram e a questão se arrastou, com decisões postergadas por dois presidentes, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. A data fatídica da retirada de serviço do Mirage III chegou e, ao invés de uma decisão (que já estaria atrasada), o ano de 2005 viu o cancelamento do programa F-X e a compra de 12 aeronaves Mirage 2000 usadas, da França, como “caça-tampão”. 

 - F-X2 lançado em 2006: 36 caças (12×3) 

 Para o Programa F-X2, lançado no ano seguinte do cancelamento do F-X, a “bola de neve” teve que triplicar de tamanho. Isso porque não bastaria apenas substituir os caças de Anápolis (não mais os velhos Mirage III, e sim os menos velhos Mirage 2000), mas também os modelos F-5M mais desgastados.  No início, o programa andou rápido, chegando já em 2008 à seleção de três finalistas. 

Em setembro do ano seguinte, o ex-presidente Lula chegou a anunciar negociações com um dos três selecionados. Mas lá se vão mais de três anos, sem qualquer definição. Estimativas indicam que o programa custará perto de 5 a 8 bilhões de dólares por 36 aeronaves, dependendo da escolha. 

 Quanto mais se adia a decisão, mais a bola de neve cresce. Caso o F-X2 continue em suspenso por muito tempo ou siga os passos do predecessor F-X e seja cancelado, o problema que um dia foi de comprar 12 aeronaves e depois tornou-se uma questão de 36, pode ser triplicado de novo. 

 F-X3 lançado em (?): 108 caças (36×3) -

 A conta pode não ser exata, mas é próxima da realidade.

 Isso porque, somando os atuais 12 Mirage 2000 (embora a previsão de baixa seja já no final de 2013) com os 57 F-5M (46 em serviço já modernizados e 11 iniciando modernização) e com os 43 A-1M (iniciando modernização), chegamos a 112 jatos da primeira linha da Força Aérea Brasileira – um número muito próximo dos 108 da conta de 36×3. 

Mesmo com as modernizações, as baixas das atuais aeronaves não vão esperar: é previsto que os primeiros F-5M deixem o serviço em 2017, e gradativamente toda a frota será desativada. 

Um novo programa teria que levar em conta, desde o início, até mesmo a retirada de serviço dos A-1M, ainda sendo modernizados.

 Seria um programa monstruoso, gigantesco, praticamente do mesmo tamanho da recente concorrência indiana (126 caças), cujo valor especialistas indicam que chegará ou até ultrapassará 20 bilhões de dólares. Ou seja, perto de três vezes mais do que o atual F-X2. E o pior de tudo: uma compra que terá ainda mais urgência. Os anos passam, os problemas triplicam.


Fonte:Poder Aéreo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por participar e enviar seu comentário

Voar News Agradece pela sua participação