Proposta de companhias aéreas põe em risco segurança operacional
A sobrecarga de trabalho é um dos fatores mais estressantes que levam à fadiga. Portanto, qualquer aumento na jornada de trabalho dos aeronautas é visto como um contrassenso nas discussões na área de Saúde e Segurança Operacional.
A proposta vai na contramão do que tem sido debatido no Brasil e no exterior sobre a fadiga no setor aéreo e a importância de gerenciar os riscos que ela provoca.
A proposta vai na contramão do que tem sido debatido no Brasil e no exterior sobre a fadiga no setor aéreo e a importância de gerenciar os riscos que ela provoca.
Iniciativas de persuadir a opinião pública, escondendo fatos e dados, com o intuito de precarizar ainda mais as condições de trabalho para obter lucro precisam ser desmascaradas.
Trabalhadores da aviação têm sua jornada limitada para garantir condições físicas adequadas ao trabalho, que por suas características, exige concentração e disposição máximas.
Comparar realidades diferenciadas, como Brasil e Estados Unidos, é uma tentativa simplista e equivocada que não atende aos interesses do povo brasileiro.
As empresas que defendem essa proposta querem simplesmente ampliar suas operações sem contratar mais trabalhadores. Não é de se estranhar que lançam essa ideia após os aeronautas, unidos, terem dado um basta ao excesso de jornada, recusando-se em várias companhias a trabalhar acima da jornada permitida em lei.
Os trabalhadores exigiram a fiscalização da Anac e, como consequência, empresas como Gol, TAM e Webjet viraram notícia nos jornais pela falta de tripulantes e o atraso em seus voos.
Diferentemente do que fazem crer as empresas, o problema que devemos enfrentar não é o limite de jornada regulamentado na legislação, mas a falta de funcionários, de planejamento e a mudança excessiva das escalas.
As empresas não querem pagar bons salários, mas não admitem a perda de seus profissionais para empresas que pagam salários melhores.
Ao invés de valorizar seus trabalhadores, as empresas optam por defender a contratação de tripulantes estrangeiros, para pagar salários ainda menores e explorar trabalhadores oriundos de países mais pobres que o Brasil.
As empresas não querem pagar bons salários, mas não admitem a perda de seus profissionais para empresas que pagam salários melhores.
Ao invés de valorizar seus trabalhadores, as empresas optam por defender a contratação de tripulantes estrangeiros, para pagar salários ainda menores e explorar trabalhadores oriundos de países mais pobres que o Brasil.
O setor aéreo precisa crescer de forma sustentável, ampliando sua produtividade com eficiência, não precarizando as condições de trabalho, não colocando em risco a segurança operacional, não a partir da exploração cada vez maior dos trabalhadores.
Nas aeronaves, transportamos centenas de pessoas, sobrevoando o território nacional e estrangeiro, em pistas de aeroportos onde há abastecimento de combustível, passageiros e trabalhadores atuando em solo, enfim, não há neste trabalho espaço para erros humanos e, sempre que acidentes acontecem, os prejuízos são enormes em todos os sentidos.
Qualquer proposta de mudança na jornada, na regulamentação profissional dos aeronautas deveria, antes de mais nada, ser debatida com os trabalhadores, através do Sindicato, ao invés de lançada por meio da imprensa, afirmando meias-verdades.
Governo, parlamentares e empresários deveriam ser mais responsáveis com esse setor, e sabemos o quanto essas atitudes vêm prejudicando o crescimento da aviação no Brasil e até a imagem do país que irá sediar a Copa e as Olimpíadas, respectivamente, em 2014 e 2016.
Governo, parlamentares e empresários deveriam ser mais responsáveis com esse setor, e sabemos o quanto essas atitudes vêm prejudicando o crescimento da aviação no Brasil e até a imagem do país que irá sediar a Copa e as Olimpíadas, respectivamente, em 2014 e 2016.
Se os aeronautas já trabalham no limite de suas capacidades físicas com a legislação em vigor, é impraticável supor que essa proposta seja positiva. E qualquer mudança precipitada implicará em uma greve nacional para defender os direitos da nossa categoria.
Se a regulamentação atual, de fato, tornasse a aviação brasileira tão pouco produtiva como argumentam, não teríamos como projeção de crescimento médio o índice de 9,4% até 2014, como estima a IATA (Associação Internacional do Transporte Aéreo).
E não teríamos a terceira maior taxa de crescimento médio anual no transporte aéreo doméstico de passageiros entre os países do BRIC.
E não teríamos a terceira maior taxa de crescimento médio anual no transporte aéreo doméstico de passageiros entre os países do BRIC.
Não cederemos a ameaças e seguiremos na luta pela segurança no transporte aéreo e pela dignidade dos aeronautas brasileiros.
Fonte:Gestão de Aviação Civil do Yahoo Grupos-por Paulo Miranda/Foto:dicasdevoo
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