França confirma que DNA permite identificar vítimas do AF 447
Os resultados dos testes para extrair o DNA das duas vítimas resgatadas do vôo AF 447 da Air France são positivos, o que irá permitir a identificação dos corpos e também a continuidade das operações para retirar novos restos mortais do Atlântico, disse nesta quarta-feira a direção-geral da polícia militar francesa.
Esses resultados para tentar extrair o DNA dos ossos de duas vítimas resgatadas no início de maio eram cruciais para determinar se haveria ou não a retirada de novos corpos do fundo do mar.
A Justiça francesa havia informado às famílias das vítimas na semana passada que se os corpos não pudessem ser identificados, não haveria novos resgates.
Segundo a polícia militar francesa, encarregada pela Justiça do resgate dos corpos, os testes revelaram que é possível tecnicamente extrair o DNA para identificar as vítimas, mas a identificação dos dois corpos retirados do Atlântico ainda não foi realizada.
“Não houve ainda nenhuma comparação com os dados genéticos de parentes”, disse à BBC Brasil um porta-voz da direção da polícia militar.
Material genético
Em uma entrevista recente , o diretor do Instituto de Pesquisas Criminais da França, coronel François Daoust, havia dito que os especialistas franceses ainda não dispõem dos dados genéticos dos familiares brasileiros para realizar a comparação com o DNA que será extraído dos corpos resgatados.
Os legistas franceses dispõem no momento apenas do material genético das vítimas européias.
Segundo Daoust, caberá à Interpol solicitar às autoridades brasileiras o DNA dos parentes das vítimas brasileiras.
O navio francês Ile de Sein, que havia deixado a área de buscas no Atlântico na última sexta-feira para retornar a Dacar, no Senegal, a fim de efetuar a troca da tripulação, deixa novamente o porto de Dacar nesta quarta-feira rumo à costa brasileira, informa a polícia militar.
O navio deverá chegar à área onde foi localizada a fuselagem, a 1,1 mil quilômetros da costa brasileira, no dia 21 de maio, e as novas operações de resgate dos corpos deverão durar 15 dias, segundo a polícia militar.
Resgate condicionado
Mas a polícia militar francesa disse que apenas os corpos que “tecnicamente” puderem ser retirados do oceano, que não sofram degradações ainda maiores ao serem levados à superfície, serão resgatados.
A Justiça francesa já havia informado às famílias que os corpos que estiverem muito deteriorados não seriam levados à superfície “para preservar a dignidade das vítimas e em respeito às famílias”.
O diretor da Associação dos Familiares das Vitimas do Vôo Air France 447, Maarten Van Sluys, disse nesta quarta-feira que com a confirmação da possibilidade de identificar as vítimas, a entidade irá exigir a retirada da totalidade dos corpos localizados.
Segundo ele, os critérios de conservação evocados pelas autoridades francesas são “subjetivos e inexplicáveis”. “Dignidade e respeito significa atender a essa expectativa das famílias”, diz Sluys.
Como os resultados dos testes de DNA foram positivos, haverá um reforço da equipe de especialistas do Instituto de Pesquisas Criminais a bordo do Ile de Sein.
Segundo Daust, a equipe terá mais quatro integrantes, totalizando oito especialistas, entre legistas e peritos em identificação, para realizar as operações de resgate dos corpos, que estão a 3,9 mil metros de profundidade.
Segundo o coronel Xavier Mulot, da direção da Polícia dos Transportes Aéreos, que conduz as investigações judiciárias, cerca de 50 corpos foram localizados na área dos destroços do avião, que caiu no Atlântico em 31 de maio 2009, com 228 pessoas a bordo.
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