28/05/2012

Morre Lucy Lúpia Baltazar, primeira mulher piloto comercial brasileira


Morre Lucy Lúpia Baltazar, primeira mulher piloto comercial brasileira

Morre pioneira dos ares


Faleceu no dia (25/05/2012), aos 79 anos, a comandante Lucy Lúpia, primeira mulher piloto comercial brasileira. 

Lucy Lúpia Baltazar nasceu em 7 de setembro de 1932. Sua trajetória na aviação teve início em Nova Iguaçu, em 1967. Em 1975, ingressou na Top Táxi Aéreo e habilitou-se à licença de piloto de linha aérea, sendo a primeira mulher a conquistá-la no país. Foi também a primeira comandante de Bandeirante. Lucy também era formada em Direito e vivia no Rio de Janeiro.

Em uma matéria publicada em 30/08/2003 no site:http://www.velhosamigos.com.br Lucy como era conbhecida pelos amigos, respondeu a perguntas sobre sua carreira ,onde ,questionada sobre sua entrada na aviação , se teve que recorrer a justiça para ser aceita como piloto,e como descobriu a vocação.


  •  Como você descobriu que queria ser piloto profissional?
  •  LUCY: Eu gostei tanto que eu falei que não ia ficar gastando tudo o que eu ganhava no hospital, no Aeroclube. Porque pra viajar, às vezes, gastava 3, 4 horas e saía caro. Então, decidi trabalhar como piloto pra unir o útil ao agradável. Aí, começou todo mundo a falar que eu era louca, que nunca ninguém ia me dar emprego, que mulher nenhuma tinha sido profissional. Eu dizia: - Eu já ouvi falar que na Rússia tem, nos Estados Unidos tem. Eles diziam: - Mas aqui não tem e ninguém vai concordar. Aí eu falei: - Alguém tem que ser a primeira. Só que não imaginei que fosse aquela guerra de foice. Desde o momento em que eu falei que queria ser profissional, narizes tortos apareceram pra todo lado. 
  •  E você precisou recorrer à justiça? 
  • LUCY: Não, não tive que recorrer. Tive que continuar como os rapazes. Continuei fazendo as horas até completar as 200 horas, que é o exigido para piloto comercial tirar o brevê, a licença comercial. E fui fazendo as horas... Aí, eu falei: - Eu vou procurar dar instrução em Aeroclube também, porque é mais um campo de trabalho. Falaram que ninguém ia me dar emprego, mas eu disse que ia tentar. E pra ser instrutor tinha que ter um pouquinho mais de experiência: 40 horas de viagem sozinha. Fui fazendo as horas e as viagens e um novo exame de saúde, desta vez para a categoria de piloto comercial, pelo Ministério da Aeronáutica. Você faz check-up de tudo, passa uma manhã inteira em laboratório, raio X, dentes, ouvido, garganta, nariz, exame clínico de modo geral, prova de esforço, tudo. É um exame completo e mais exigente do que pra piloto de turismo. Passei no comercial, continuei fazendo as horas e fiz o exame teórico. Mas, aí, são outros 500; as matérias são mais puxadas, 5 matérias da categoria com média 7. E eu fui aprovada em 1969. Depois fiz o de instrutor, voei mais um pouquinho e fiz outras provas com duas matérias diferentes que eram a prática de instrução e regulamentos. Fiz novamente um outro tipo de check, porque, pra ser instrutor, você tinha que possuir conhecimentos de manobras e a didática de como dar instrução. E eu consegui sair instrutora também.
Fonte : site do Sindicato Nacional dos Aeronautas - Sex, 25 de Maio de 2012 13:03
Foto:    Site:Velhosamigos.com.br 

Um comentário:

  1. Vai com Deus, minha amiga. Obrigada pelo apoio que deu a mim e à minha mãe em momentos difíceis, embora você seja da opinião de que não precisa agradecer, devido ao seu alto grau de espiritualidade.

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