Força Aérea de Israel ataca carregamento de armas na Síria
Mísseis teriam sido lançados sobre carga destinada à milícia Hisbolá.
Na Costa Rica, Obama desconsidera o envio de soldados contra Assad, mas fornecimento de armas dos EUA a rebeldes sírios está em pauta.
Autoridades israelenses informaram, sob condição de anonimato, que sua Força Aérea lançou mísseis sobre a Síria nesta sexta-feira (03/05).
O alvo teria sido uma carga de mísseis destinada para a milícia xiita libanesa do Hisbolá. Segundo uma das fontes, tratava-se de mísseis terra-terra de longo alcance.
A notícia fora inicialmente divulgada pelo jornal Times of Israel.
O canal norte-americano de TV CNN noticiou que agências de inteligência estadunidenses e europeias estariam examinando a informação, e que os EUA não acreditam que aviões israelenses tenham penetrado o espaço aéreo sírio para realizar os ataques.
Nem o governo nem os meios de comunicação estatais sírios fizeram qualquer referência ao incidente. O porta-voz da embaixada de Israel em Washington, Aaron Sagui, tampouco quis comentar diretamente as notícias.
"O que podemos dizer é que Israel está determinado a impedir a transferência de armas químicas ou de quaisquer armamentos que alterem a relação de forças atual do governo sírio para terroristas, especialmente do Hisbolá, no Líbano", declarou Sagui.
Em ocasiões anteriores, Jerusalém sublinhara que sob nenhuma circunstância toleraria o fornecimento de armas ao inimigo Hisbolá. No início da guerra civil na Síria, que já dura dois anos, o grupo militante se mantivera reservado. Recentemente, no entanto, têm se tornado cada vez mais frequentes suas interferências nos combates, apoiando o regime do ditador Bashar al-Assad.
Obama contra envio de soldados
As notícias sobre o ataque israelense coincidiram com a breve passagem do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pela Costa Rica, onde ele se reúne em conferência de cúpula com a presidente porto-riquenha, Laura Chinchilla, e outros dirigentes centro-americanos.
Indagado como reagiria a eventuais provas de que o regime sírio tenha usado armas químicas, o chefe de Estado declarou que não excluía nenhuma possibilidade, mas que não contava com o envio de tropas de solo dos EUA para a Síria.
"Não prevejo um cenário em que a presença de soldados norte-americanos em território seja boa não só para os EUA como também para a Síria", declarou, acrescentando que os líderes da região com que conversara concordavam com ele nesse ponto, embora desejando que Assad renuncie.
Desde o final de 2012, Obama vem repetidamente sublinhando que o emprego comprovado de armas químicas pelo regime Assad contra sua população seria a "linha vermelha" cujo transpasse implicaria sérias consequências.
Embora o democrata tenha sido criticado por sua aparente hesitação em intervir na Síria, até mesmo seu opositor mais ferrenho, o senador republicano John McCain, define a mobilização de tropas de solo como "o pior que os EUA podem fazer no momento". Por outro lado, Washington começou a considerar seriamente a alternativa de fornecer armas aos rebeldes sírios.
Fonte: O Povo-via:moraisvinna.blogspot.com.br
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