15 de novembro- Desaparece Sacadura Cabral
Em 1942, desaparecia, no Mar do Norte, o aviador português Sacadura Cabral
Artur de Freire Sacadura Cabral, aviador, desapareceu no Mar do Norte, a 15 de Novembro de 1924, quando voava em direcção a Lisboa.
Dois anos antes, tinha sido o primeiro, juntamente com Gago Coutinho, a atravessar o Atlântico Sul de avião, numa viagem entre Lisboa e o Rio de Janeiro.
Sacadura Cabral sempre quis ser aviador, mas antes de seguir os seus sonhos, tratou da família. Quem o conta é Helena Sacadura Cabral, sobrinha do navegador e mãe dos políticos Miguel e Paulo Portas: “O meu avô morreu quando os filhos ainda não eram adultos e o Artur, que era o mais velho, substituiu o pai de família. Foi para África, porque entendeu que lá ganhava mais dinheiro, e só voltou para ir tirar o brevet depois de ter casado as irmãs”.
Helena Sacadura Cabral não tem dúvidas de que foi a determinação do tio que o tornou num dos grandes pioneiros da aviação. Esta determinação, ou teimosia, foi, aliás, algo que herdou do tio.
“Lembro-me do meu pai, quando eu teimava em certas coisas, dizia com muita frequência, que eu tinha a quem sair. Julgo que era justamente porque teria parecenças com o meu tio Artur”, confessa, mas acrescenta logo que o tio “foi bastante mais teimoso”.
Para perceber esta teimosia, basta olhar para a conhecida viagem sobre o Atlântico Sul: ela não foi feita de uma vez e desde a partida de Lisboa até à chegada ao Rio de Janeiro passaram 79 dias, com muitos problemas técnicos pelo meio e muitas possibilidades de voltar atrás.
Logo depois de atravessarem o Atlântico, por exemplo, o hidroavião em que seguiam ficou sem um dos flutuadores e foi preciso Portugal enviar outro para que a viagem prosseguisse.
Ao todo, foram precisos três aviões para completar o percurso - o Lusitânia, o Pátria e o Santa Cruz. Sem contar com as paragens, a travessia demorou 62 horas de voo.
Sacadura Cabral pilotou o avião, sob a orientação de Gago Coutinho, que experimentava um novo sistema de navegação aérea com recurso a um horizonte artificial adaptado a um sextante.
Os dois conheceram-se em África, antes da Primeira Guerra Mundial, e onde se destacaram como geógrafos e hidrógrafos - nessa altura, nenhum deles sabia ainda pilotar um avião.
Gago Coutinho contava que os nativos se maravilharam com a orientação deles - diziam que "os brancos nunca se perdiam porque perguntavam a Deus onde estavam".
Foi em terras africanas que nasceu o sonho de atravessar o Atlântico de avião e recorrendo a métodos de navegação até aí utilizados no mar.
Quando rebentou a Guerra, vieram os dois para Lisboa e, entretanto, deram os primeiros passos na aviação.
Em 1918, Sacadura Cabral torna-se Director dos Serviços de Aviação Marítima e Comandante da Esquadrilha da Base Aérea Naval de Lisboa.
Na véspera da partida para o Brasil, Sacadura Cabral escreveu uma carta para os jornais onde descreveu a "batalha" que iria travar nos meses seguintes: "Qualquer viagem é um ponto de interrogação e muito mais esta, que apresenta numerosas dificuldades.
A viagem é possível, mas para isso é preciso que tudo corra normalmente ou, se assim o quiserem, que o Padre Eterno se conserve ´pelo menos´ neutral no pleito que se vai travar entre nós e os elementos.
Façamos votos por que assim aconteça, mas não cantemos vitória antes de tempo porque... ele nem sempre está de bom humor."
Chegaram ao Rio de Janeiro dois meses e meio mais tarde, no dia 17 de Junho. Foram recebidos como heróis.
Dois anos depois, um dos pioneiros da aviação portuguesa desapareceu, enquanto voava sobre o Mar do Norte.
Tinha partido de Amesterdão em direcção a Lisboa num avião que queria usar para chegar à Índia -sem sucesso. Em terra, ficou uma noiva que ainda durante muitos anos apareceu nas missas em sua memória vestida de branco.
Artur de Freire Sacadura Cabral, aviador, desapareceu no Mar do Norte, a 15 de Novembro de 1924, quando voava em direcção a Lisboa.
Dois anos antes, tinha sido o primeiro, juntamente com Gago Coutinho, a atravessar o Atlântico Sul de avião, numa viagem entre Lisboa e o Rio de Janeiro.
Sacadura Cabral sempre quis ser aviador, mas antes de seguir os seus sonhos, tratou da família. Quem o conta é Helena Sacadura Cabral, sobrinha do navegador e mãe dos políticos Miguel e Paulo Portas: “O meu avô morreu quando os filhos ainda não eram adultos e o Artur, que era o mais velho, substituiu o pai de família. Foi para África, porque entendeu que lá ganhava mais dinheiro, e só voltou para ir tirar o brevet depois de ter casado as irmãs”.
Helena Sacadura Cabral não tem dúvidas de que foi a determinação do tio que o tornou num dos grandes pioneiros da aviação. Esta determinação, ou teimosia, foi, aliás, algo que herdou do tio.
“Lembro-me do meu pai, quando eu teimava em certas coisas, dizia com muita frequência, que eu tinha a quem sair. Julgo que era justamente porque teria parecenças com o meu tio Artur”, confessa, mas acrescenta logo que o tio “foi bastante mais teimoso”.
Para perceber esta teimosia, basta olhar para a conhecida viagem sobre o Atlântico Sul: ela não foi feita de uma vez e desde a partida de Lisboa até à chegada ao Rio de Janeiro passaram 79 dias, com muitos problemas técnicos pelo meio e muitas possibilidades de voltar atrás.
Logo depois de atravessarem o Atlântico, por exemplo, o hidroavião em que seguiam ficou sem um dos flutuadores e foi preciso Portugal enviar outro para que a viagem prosseguisse.
Ao todo, foram precisos três aviões para completar o percurso - o Lusitânia, o Pátria e o Santa Cruz. Sem contar com as paragens, a travessia demorou 62 horas de voo.
Sacadura Cabral pilotou o avião, sob a orientação de Gago Coutinho, que experimentava um novo sistema de navegação aérea com recurso a um horizonte artificial adaptado a um sextante.
Os dois conheceram-se em África, antes da Primeira Guerra Mundial, e onde se destacaram como geógrafos e hidrógrafos - nessa altura, nenhum deles sabia ainda pilotar um avião.
Gago Coutinho contava que os nativos se maravilharam com a orientação deles - diziam que "os brancos nunca se perdiam porque perguntavam a Deus onde estavam".
Na verdade, o que os navegadores faziam era observar as estrelas.
Foi em terras africanas que nasceu o sonho de atravessar o Atlântico de avião e recorrendo a métodos de navegação até aí utilizados no mar.
Quando rebentou a Guerra, vieram os dois para Lisboa e, entretanto, deram os primeiros passos na aviação.
Em 1918, Sacadura Cabral torna-se Director dos Serviços de Aviação Marítima e Comandante da Esquadrilha da Base Aérea Naval de Lisboa.
O aviador-sonhador sabia que a travessia do Atlântico não ia ser fácil.
Na véspera da partida para o Brasil, Sacadura Cabral escreveu uma carta para os jornais onde descreveu a "batalha" que iria travar nos meses seguintes: "Qualquer viagem é um ponto de interrogação e muito mais esta, que apresenta numerosas dificuldades.
A viagem é possível, mas para isso é preciso que tudo corra normalmente ou, se assim o quiserem, que o Padre Eterno se conserve ´pelo menos´ neutral no pleito que se vai travar entre nós e os elementos.
Façamos votos por que assim aconteça, mas não cantemos vitória antes de tempo porque... ele nem sempre está de bom humor."
A 30 de Março de 1922, os dois aviadores partiram de Lisboa.
Chegaram ao Rio de Janeiro dois meses e meio mais tarde, no dia 17 de Junho. Foram recebidos como heróis.
Dois anos depois, um dos pioneiros da aviação portuguesa desapareceu, enquanto voava sobre o Mar do Norte.
Tinha partido de Amesterdão em direcção a Lisboa num avião que queria usar para chegar à Índia -sem sucesso. Em terra, ficou uma noiva que ainda durante muitos anos apareceu nas missas em sua memória vestida de branco.
Fonte: Rádio Renascença - Editado por Teresa (Portugal) Por:Jorge Tadeu da Silva (desastresaereosnews)
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