FX-2: "Agora, virou um faroeste" diz, 'Mike Coggins'
Na reta final para que o governo anuncie o vencedor da licitação para compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), a empresa americana Boeing, que ofereceu o F18 Super Hornet, pela primeira vez faz críticas abertas ao governo brasileiro.
Os americanos não estão nada satisfeitos com as notícias de que o Ministério da Defesa só teria tratado do assunto com a Dassault, empresa francesa que quer vender para o Brasil o caça Rafale .
E querem que eles também tenham a oportunidade de apresentar uma nova proposta.
Isso porque todas as ofertas feitas para a FAB no ano passado tinham validade apenas até junho de 2010.
Ou seja, as propostas apresentadas por eles, pelos franceses e os suecos da SAAB - a terceira participante da licitação - já expiraram.
Agora, virou um faroeste - disse Coggins.
Segundo Joseph McAndrew, vice-presidente da Boeing Defesa para Europa, Israel e Américas, a empresa americana quer ter o direito de reapresentar sua proposta, tendo em vista a validade da enviada à FAB no ano passado.
Ele confirma que a empresa tentou novo contato com a Força Aérea para tratar do assunto, mas a resposta seria de que o processo já não estava com os militares.
A FAB já apresentou relatório final ao Ministério da Defesa, que também já elaborou um documento para embasar a decisão do presidente Lula.
Nos últimos dias, Lula reafirmou que vai escolher o novo caça após conversar sobre o tema com a presidente eleita, Dilma Rousseff.
" A nova administração pode ter novas prioridades e nós queremos ter a oportunidade de apresentar uma proposta para atendê-las "- comentou Joseph McAndrew.
O Ministério da Defesa informou nesta sexta-feira que não iria se manifestar sobre as críticas da Boeing. Segundo o ministério, a decisão agora será tomada pelo presidente da República.
Em 2009, Lula já tinha manifestado predileção pelo caça francês e chegou a anunciar que acertaria o negócio com o presidente daquele país, Nicolas Sarkozy, que estava no Brasil para assistir ao desfile militar de 7 de Setembro.
O processo de compra de novos caças para a FAB começou ainda no governo Fernando Henrique Cardoso.
Na época, quatro consórcios disputavam o negócio. Entre eles, americanos, russos, suecos e franceses.
O processo se arrastou até o fim de 2002 e Fernando Henrique preferiu adiar o assunto para o próximo governo.
Lula assumiu o cargo e suspendeu a compra. Uma nova licitação foi aberta. Nesse processo mais uma vez disputavam o negócio americanos, suecos, franceses e também russos.
Depois da análise de todas as propostas, mais uma vez o governo desistiu da compra e abriu novo processo. Desta vez exigindo aeronaves ainda mais modernas e caras.
É nessa licitação que o Rafale aparece como o preferido do governo.
Fonte: O Globo-via :moraisvinna/Video:Youtube.com
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