Medida recente obriga passageiro que não se exponha a raio-x de corpo inteiro a submeter-se às inspeções manuais
Resignados a tirar sapatos, cintos e casacos nos aeroportos, os americanos começam a se revoltar contra inspeções manuais nas suas partes íntimas.
A medida foi adotada este mês pela Administração da Segurança nos Transportes (TSA, na sigla em inglês) como prevenção de casos como o do nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, em dezembro de 2009, que embarcou num voo para os EUA com uma cueca com explosivos.
Nesta semana de feriado de Ação de Graças, cerca de 24 milhões de viajantes nos EUA estarão sujeitos a tal constrangimento.
No sábado, durante a reunião da Otan, em Lisboa, o presidente dos EUA, Barack Obama, deu seu apoio à iniciativa.
No domingo, a secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmou que o governo estuda um meio de aliviar a avaliação manual. Mas reconheceu que, se pudesse, evitaria passar por essa situação.
O chefe da TSA, John Pistole, confirmou a orientação para minimizar o procedimento e lembrou ser este um programa de segurança sujeito a adaptações.
"Agradecemos imensamente a cooperação e a compreensão do povo americano. Não podemos nos esquecer, que há menos de um ano, um suicida com explosivos na roupa íntima tentou derrubar um avião sobre Detroit", insistiu, referindo-se a Abdulmutallab.
A inspeção manual vem sendo aplicada nos 450 aeroportos do país. Somente escaparão do constrangimento os passageiros que embarcarem nos 70 aeroportos munidos de raio-x de corpo inteiro. Mesmo assim, os que não quiserem ou não puderem se expor à radiação, terão de se sujeitar à revista completa. A resistência pode custar um interrogatório por funcionários da TSA, pagamento de uma multa de US$ 11 mil e possível prisão.
Alguns casos abusivos foram abordados em reportagens da rede americana WBTV.
A comissária de bordo Cathy Bossy (foto)- relatou ter se esquivado do raio-x de corpo inteiro, em um aeroporto da Carolina do Norte, por ter sofrido recente mastectomia e por não poder sofrer radiações adicionais aos do tratamento contra o câncer.
Na inspeção manual, a segurança exigiu que ela retirasse a prótese presa ao sutiã. Outro caso abusivo deu-se com Thomas Sawyer, de 61 anos, no aeroporto de Orlando, na Flórida.
Sobrevivente de um câncer na bexiga, Sawyer pediu uma inspeção em local reservado porque carrega uma bolsa para a drenagem da urina, conectada por um cateter a seu abdômen.
Vencida a resistência dos seguranças, ele foi levado a uma sala onde a inspeção foi tão indelicada que a bolsa se rompeu.
Fonte: Denise Chrispim Marin (O Estado de S.Paulo)
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