05/12/2010

O TRANSPORTE AÉREO E O PRESENTE

O TRANSPORTE AÉREO E O PRESENTE

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Por:Ozires Silva


A importância do transporte aéreo tem sido discutida e analisada intensamente no mundo, em razão do seu caráter essencial e flexível para ligar cidades e países com velocidade, conforto, eficiência e segurança.

São atributos que o tornaram essencial no mundo moderno, o que requer dos prestadores de serviço ofertas e eficiência acentuadas, ações e atividades nada fáceis de materializar.

O mundo atual - aberto e com uma inimaginável capacidade de se comunicar -, tornou-se dependente do que se convencionou chamar de "mobilidade", atingindo os mais variados usuários.

Assim, não nos surpreende que a aviação de transporte apareça como item da maior importância na qual todos estão prontos a produzir comentários e divulgar o que pensam a respeito da qualidade dos serviços prestados. E, sem dúvida, reclamar!

No caso brasileiro essas cobranças estão subindo de intensidade, sobretudo em razão das dúvidas que pairam sobre a capacidade das nossas empresas, entidades públicas e infraestrutura de atenderem, primariamente, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

No entanto, se considerarmos os números económicos e de necessidades gerais, o Brasil está no lado do prejuízo e, para se equiparar com o desenvolvimento dos países emergentes, não nos é possível esperar por esses eventos.

Temos de agir antes e, considerando o caráter essencial dos serviços aéreos, não podemos negligenciar em todos os aspectos aplicáveis, que são inúmeros.

Um aspecto claro que se nota, o qual parecem concordar os especialistas, é que os governos e suas entidades controladas não podem fazer frente a todos os investimentos necessários, ante o amplo leque das necessidades.

Parece que as autoridades estão ignorando as dimensões do problema, apesar da quantidade de reclamações e de sinais de alerta.

De uma forma ou de outra, em todo o país há falhas críticas emergindo do sudeste brasileiro, onde se situam os principais núcleos de decisão económica.

Os números demonstram isso e os dados de crescimento da demanda por deslocamentos aéreos contrastam positivamente com o que se observa no mundo.

Mesmo que as comparações excluam o período afetado por cancelamentos de voos em decorrência das restrições provocadas pela erupção do vulcão Eyjafjallajokul, da Islândia.

No lado brasileiro, as notícias indicam que o tráfego aéreo nacional cresceu no primeiro semestre de 2010, atingindo a expressiva percentagem de 27% sobre o mesmo período do ano passado, embora a oferta de assentos pelas empresas operadoras tenha caído em quase 20%, o que significa maior demanda e ocupação por voo realizado.

É lógico pensar que tais valores de crescimento, que nos primeiros meses do segundo semestre estão se mantendo, tenha pressionado a infraestrutura já claramente insuficiente.

É nessa área que se nota o maior desconforto.

Entre as reclamações, as que mais visibilidade têm oferecido são os atrasos e cancelamentos de voos.

Para os analistas estão claros os problemas dos aeroportos nacionais, em particular os mais movimentados, entre os quais os do sistema aeroviário do município de São Paulo.

Há muito que se comenta que a região precisa com urgência de um novo aeroporto, com capacidade para enfrentar as necessidades futuras. E, em face da lentidão com que as decisões são tomadas no nosso país, nada se espera para os dois próximos eventos internacionais.

O que se conclui, a partir dos comentários e discussões, artigos publicados e reclamações registradas, é que algo de diferente está sendo requerido, que abra horizontes para as soluções para garantir a mobilidade atual e a que certamente virá, se os índices de crescimento se mantiverem.

Segundo publicações, as autoridades estão convencidas que a abertura do capital da Infraero ao setor privado, mantendo o controle estatal, seria a solução.

Essa alternativa teria sido vetada pelo governo federal desde 2006, mas agora, em razão dos problemas crescendo em ritmo alarmante, volta a ser considerada.

Mas fica a pergunta.

E
ssa iniciativa contribuiria para a solução das reclamações e problemas que estão crescendo? Os analistas acham que não, pois o problema depende mais de cultura e comportamento das equipes e recursos humanos realmente treinados, ganhando experiência no trato de pessoas e das máquinas crescentemente sofisticadas que já estão sendo colocadas em serviço.

Já nem mais se discute sobre os governos que, presos a burocracias pesadas bem nutridas e criadas ao longo de muitos anos, não dispõem de métodos e processos que garantam a dinâmica necessária para tratar e praticar ações com a velocidade requerida.

Assim, concluem os estudiosos, para as autoridades é muito mais prático e direto regular, fiscalizar e controlar, e deixar a operação ao setor privado que, por força de princípios próprios, tem maior flexibilidade para vencer problemas e para praticar ações com velocidades bem maiores.

Nota do Blog:Fica claro assim o atestado de incompetência do governo em gerenciamento de crises,que não vem de hoje sendo anunciadas desde outras décadas,onde os problemas são repetitivos ,porém com o passar dos tempos ,aumentando de intensidade,e já beirando o limite do caos .

A ANAC em uma de suas medidas ,chegou a limitar os horários de funcionamento em alguns aeroportos,afetando milhares de passageiros e companhias aéreas.

Como se não bastasse, a divulgação da abertura do capital da Infraero,agora querem inverter oque está funcionando a anos e tem sido motivo de elogios por parte de autoridades de outros países ,me refiro ao nosso sistema de gerenciamento unificado de controle e vigilância do espaço aéreo.

Os Burrocratas de nosso governo que são "PHD" em não saberem de nada em relação a aviação e outros sistemas de transporte querem desmembrar ou seja desvincular o sistema de aviação em civil e militar com normas e diretrizes próprias.

O Sistema de aviação civil é de responsabilidade da ANAC que hoje é vinculada ao Ministério da Defesa ,passará para um Gabinete dos Transporte e Aviação Civil que por sua vez será vinculado diretamente ao Gabinete da Presidência da República ,um digamos Ministério dos Transportes Aéreos.

O fato é que em outros países (Vide Europa ,EUA),o sistema de aviação funciona com uma estrutura invejável atendendo a grande demanda de seu transporte aéreo,mas funciona assim desde os primórdios da aviação,com investimentos pesados em infraestrutura e tecnologia e acima de tudo sem a tal "Burrocracia".

Na Europa será implantado um sistema unificado de controle de tráfego aéreo ,onde estima aumentar os níveis de segurança e redução de custos de operação.

No Brasil querem andar na contra mão da evolução,querem desmilitarizar todo o sistema de controle de espaço aéreo ,novamente estamos por assistir um novo capítulo da novela "DAC vs ANAC" .

Com esta decisão teremos que dobrar os investimentos em reaparelhamento e duplicação de radares ,sistemas, e tudo desde Hardware à Software,ou seja :as vésperas de uma Copa do Mundo e uma Olimpíada.... só mesmo aqui no Brasil.

Agora imagina com ficaria o transporte aéreo vinculado ao Ministério dos Transportes

Por Décio Correa
Resolvi, então, tentar imaginar como ficaria o transporte aéreo sob o "manto" do Ministério dos Transportes.

Em lugar da ANAC, nós teríamos o Contrana (Conselho Nacional de Trânsito Aéreo), nos estados teríamos os Detranas e, nos municípios, os Demutranas, Siretranas e outras tranas cabíveis.

No lugar do Certificado de Habilitação Técnica, teríamos a Carteira de Habilitação Aérea nas categorias A, B, C, D que nunca mais teríamos de revalidar.

O Certificado de Capacidade Física, que poderíamos tirar em qualquer consultório médico, custaria R$ 50,00 e seria válido por cinco anos. Nos aeroportos, a fiscalização ficaria por conta dos "marronzinhos".

Entrou no finger ou estacionou na remota, coloca o cartão Zona Azul (sem trocadilho) e cuidado para não estourar no horário, caso contrário o "mar-ronzinho" coloca uma multa no... diabos, apenas alguns aviões antigos possuem limpadores de para-brisa e, ainda assim, ficam muito altos.

Talvez a solução seja deixar no tubo do pitot. Entrou em taxiway errada ou taxiou fora da faixa, tome mui- ta. E tome multa se exceder o limite de velocidade no táxi em 10%.

Claro que todas as aerovias teriam pedágios, mais caros nas aerovias inferiores do que nas superiores.

O sistema de cobrança seria na base do "Sem Parar". Coloca aquele aparelhinho no nariz da "garça" e tem de passar no cone de cobrança.

Passou fora do alinhamento ou acima da velocidade, um sistema fotográfico de alta velocidade captura o prefixo da aeronave infratora.

Também tem redução de velocidade nas aproximações para os postos de pedágio: digamos 150 nós para os jatos e 80 nós para aviões a pistão.

É bem razoável para os padrões de segurança. Aerovias congestionadas do tipo Rio-São Paulo, São Paulo-Brasília, e outras, poderiam ser equipadas com fixos de espera, onde o moto-rista-aviador poderia executar uma manobra de 360° graus e aproximações em S. ajustando-se à sequência necessária.

Enfim, poderíamos inventar um sem-núme-ro de situações para continuar rindo, se o assunto não fosse para chorar.

O que está se propondo é uma mudança brutal, que desmontaria todo um sistema que perdurou por 64 anos e construiu um dos cinco maiores sistemas de aviação do mundo.


A aviação civil já precisa enfrentar problemas muito sérios dentro da ANAC, da Infraero, do CENIPA e do DECEA, e agora aparecem "inventores" querendo complicar ainda mais o que já está bastante complicado.

O fato é que, apesar de todas as grandes dificuldades, a aviação civil está sobrevivendo e está se ajustando a uma nova realidade.

Ainda estamos no rescaldo do processo de transição da antiga administração do DAC (Departamento de Aviação Civil) para a ANAC.

E temos de admitir que está sendo menos traumático do que eu esperava.

Não estou "dourando a pílula", nem fazendo a situação parecer melhor do que é. Mudanças são desafiadoras, mas é preciso o esforço de toda a comunidade aeronáutica para mudar o que precisa ser mudado.

Caso isso não seja feito, vamos chamar o Ministério dos Transportes para dar um jeito.



Fonte:Avião e Revue(Texto de Ozires Silva)/Aeromagazine (Texto de Décio Correa)

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