14/07/2012

Anúncio de derrubada de avião requer cautela; Venezuela é alvo de suspeitas


Anúncio de derrubada de avião requer cautela; Venezuela é alvo de suspeitas










  É preciso cautela ao avaliar o anúncio da inédita derrubada de um Super Tucano pelas Farc, uma vez que os narcoterroristas estão fragilizados e precisando elevar o moral de seus homens. 

E propaganda melhor seria difícil, já que o modelo participou de ataques como o que matou o número 2 do grupo, em 2008. Isso dito, há um componente intrigante no anúncio. 

Se realmente abateu o caça leve de ataque, do qual a Colômbia comprou 25 unidades desde 2006, isso significa que as Farc tiveram acesso a algum meio para tal.

 Como canhões antiaéreos não combinam com guerrilha em coluna na selva, o candidato óbvio é um sistema de mísseis portáteis, que pode ser disparado do ombro. Assim, os olhos se virariam para o governo de Hugo Chávez, que apoia as Farc e, incidentalmente, possui grandes estoques de SA-24 Igla-S, o mais moderno modelo russo de míssil portátil 





 Os números precisos não são conhecidos, mas só em 2009 1.800 unidades foram vendidas de Moscou para Caracas, o principal cliente militar da Rússia na América do Sul. 


Os dados são obscuros, mas o país latino já anunciou ao menos US$ 5 bilhões em gastos com armas russas. Já na época da venda, a diplomacia americana se mostrava preocupada com a eventual transferência dos Igla-S às Farc, segundo telegramas vazados pelo site WikiLeaks. 


 No ano passado, o Congresso americano ouviu de militares que as Farc, por sua vez, poderiam fazer o material chegar aos seus aliados nos cartéis mexicanos de tráfico de drogas. 





Naturalmente, a Venezuela descarta tais hipóteses como fantasiosas. Os Igla-S são capazes de destruir alvos a até 3,5 km de altitude, seguindo o calor de seus motores.


 O Brasil opera uma variante mais antiga do modelo, com cerca de 50 lançadores em condições de uso. 


 Mísseis portáteis já mudaram a narrativa de conflitos no passado, como no caso dos Stinger americanos utilizados pelos guerrilheiros islâmicos no Afeganistão contra a ocupação promovida pelos soviéticos entre 1979-89. 


 A derrubada de helicópteros de ataque e caças de ataque ao solo é considerada fator contribuinte para a retirada de Moscou. Mas é cedo para saber seu impacto na selva colombiana. 


 Fonte: Igor Gielow (jornal Folha de S.Paulo)-via:desastresaereosnews.
Fotos:aviationweek.com;russiadefence.net;todososfogos.blogspot.com;defensereview.com

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