15/04/2011

Estudo sobre aeroporto do interior de SP vai demorar dois meses

Estudo sobre aeroporto do interior de SP vai demorar dois meses

Avião decola no aeroporto Leite Lopes; governo contratou o IPT para elaborar curvas de nível de ruído
Avião decola no aeroporto Leite Lopes; governo contratou o IPT para elaborar curvas de nível de ruído

O estudo que o governo do Estado de São Paulo aguarda ser concluído para levar a ampliação da pista do aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto (313 km de SP), de volta à Justiça vai demorar pelo menos dois meses e meio para ficar pronto --isso se começar em maio.

Significa que, mesmo com a intervenção do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em favor da bandeira da prefeita Dárcy Vera (DEM), a novela da internacionalização ainda deve demorar para terminar, o que atrapalha o plano dos dois de agilizar no processo.

Isso porque o possível embate entre o Ministério Público, que entende que a ampliação da pista é inviável, e o governo para rever o acordo judicial que limita o Leite Lopes só deve começar na primeira quinzena de julho.

A contratação do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), por R$ 98 mil, para "elaboração das curvas de nível de ruído" foi publicada no "Diário Oficial do Estado", anteontem, um dia após Alckmin afirmar na cidade que depende do trabalho.

Segundo o Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), órgão do governo estadual, o início do estudo está previsto para o mês que vem e vai terminar em oito semanas, conforme despacho no "Diário Oficial".

O Daesp informou em nota que a medida "tem como finalidade definir as condições operacionais para utilização da pista do aeroporto em 2.100 metros".

Hoje, seguindo as normas aeronáuticas em vigor, somente 1.800 metros da pista do Leite Lopes podem ser utilizados para pousos e decolagens --existe um descolamento da cabeceira 18 em 200 metros e outro da cabeceira 36 em 100 metros.

Com essas dimensões, o aeroporto não pode receber grandes aviões de carga, o que inviabiliza a internacionalização que Dárcy elegeu como sua bandeira política desde o ano passado.

ACORDO JUDICIAL

Para o Ministério Público, a medida do governo estadual será incapaz de produzir o efeito desejado pela prefeita, já que a Promotoria está decidida a fazer cumprir o acordo judicial que estabeleceu as normas atuais para o uso do aeroporto.

"A decisão judicial vai ser mantida. O único jeito de reverter o acordo é as partes sentarem para repactuar o caso. Mesmo que a Promotoria quisesse, a Aeronáutica não permitiria", disse Antônio Alberto Machado, promotor da Habitação.

Ele afirmou ainda saber que técnicos de órgãos aeronáuticos, de aviação civil e até da prefeitura "condenam" a ampliação. "Porque ele se tornará inseguro e desconfortável. É inviável."

De acordo com a nota do Daesp, "o governo do Estado vai apresentar à Justiça um conjunto amplo de dados com objetivo de ajudar a resolver o impasse".

Procurado ontem, o Quarto Comando Aéreo Regional informou que não se manifestaria porque só se posiciona, sobre qualquer assunto, após solicitação em ofício entregue na sede do órgão no Cambuci, em São Paulo.



Fonte:Folha.com-Por:ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO /foto:Edson Silva/Folhapress

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