23/10/2010

Aviação Civil cresce no Brasil, mas faltam pilotos comerciais

Aviação Civil cresce no Brasil, mas faltam pilotos comerciais

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Os pilotos que se formam aqui estão indo trabalhar no exterior, principalmente na Ásia. Os cursos de formação são caros - custam mais de R$ 100 mil - e demorados. Algumas escolas não estão sequer equipadas para treinar adequadamente os futuros comandantes.



á pensou faltar piloto de avião no Brasil? É crise à vista. Logo agora que as pessoas estão voando mais, estão usando mais os aeroportos de todo o país. Faltou planejamento.

Formar um profissional experiente requer tempo e dinheiro. Para piorar, o Brasil enfrenta um êxodo de pilotos.

Os pilotos que se formam aqui estão indo trabalhar no exterior, principalmente na Ásia.

Os cursos de formação são caros - custam mais de R$ 100 mil - e demorados.

Algumas escolas não estão sequer equipadas para treinar adequadamente os futuros comandantes.

Nem adianta apertar os cintos. O piloto sumiu. Na verdade, sumiram. Nem estão aparecendo.

“Há fuga de pilotos para o exterior, para os países orientais e Emirados Árabes. Há falta de estrutura das escolas aqui do Brasil. Algumas escolas só estão com essa estrutura. Hoje a formação do piloto é cara”, comenta o presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (Appa) George Sucupira.

As companhias aéreas precisam cada vez mais de gente capaz de fazer um avião subir e descer. Só nos oito primeiros meses deste ano, quase 99 milhões de brasileiros cruzaram o país ou alcançaram o exterior voando.

É um crescimento de cerca de 46% em relação a 2009.

“O que nós estamos observando é que o mercado está aquecendo e formação demora muito a se fazer o piloto”, aponta o copiloto Alessandro Ávila.

“Muitas empresas estão com salário abaixo da média, então eles não estão conseguindo atrair os pilotos que tem no Brasil por causa disso - e fora do Brasil”, destaca o piloto Waldemar da Rocha.

Interessados em pilotar aviões não faltam. A sala de aula do curso de formação do Aeroclube de São Paulo vive cheia.

De cada 500 alunos que entram no curso, apenas 50 conseguem terminar a formação de piloto comercial.

O principal motivo para a desistência é o preço.

Cada hora de voo custa, em média, R$ 1,5 mil. As companhias exigem, pelo menos, 500 horas de experiência no ar.

“Para formar um piloto pronto para uma companhia aérea custa em torno de R$ 120 mil. Você consegue fazer isso em um período de 2,5 anos a três anos no mínimo”, calcula o presidente do aeroclube de São Paulo Fadi Sami Younes.

“Na hora que começar as horas de voo, eu vou ter que pôr na ponta do lápis e, não vai ser tudo de uma vez. Vai ser um pouquinho um mês, depois outro mês mais um pouquinho. É pesado”, comenta o aluno de pilotagem Rodrigo Oliveira.

Quem dá uma licença para um piloto - o Detran dos ares - é a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Ela diz que não estão faltando pilotos. Mas admite que o problema pode acontecer em breve. Por isso, começou há dois anos um programa de bolsa de estudos para novos profissionais.

“A gente banca 75%, o aluno banca os outros 25% e com isso a gente reduz um dos principais entraves para entrar na profissão que é o alto custo de formação.

Essa é uma das iniciativas.

Nós estamos também agora começando uma bolsa para mecânicos de manutenção de aeronaves, porque não é apenas pilotos que pode faltar, pode faltar mecânicos também.

Estamos estudando outras iniciativas para fortalecer os aeroclubes, as escolas de formação, fomentar o surgimento de novas escolas”, avisa o superintendente de capacitação da Anac Paulo Henrique de Noronha.

De acordo com a Organização Internacional de Aviação Civil (OACI), as companhias aéreas do mundo vão precisar de 49 mil pilotos por ano, mas só 47 mil são formados anualmente.

Não é à toa que muitas dessas empresas vêm buscar profissionais no Brasil.


Fonte:G1.com

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