26/12/2008

satélite caçador de Terras

Nasa prepara lançamento de satélite caçador de Terras

Últimos ajustes ao satélite Kepler, antes de seu envio para a Flórida






















É uma espaçonave que vai "explorar novos mundos", mas não se trata da fictícia USS Enterprise, da série de TV "Jornada nas Estrelas". Estamos falando do satélite Kepler, da Nasa, que está praticamente pronto para o lançamento. Será a primeira sonda da agência espacial americana destinada exclusivamente à busca por planetas fora do Sistema Solar.

E deve chegar chegando. O satélite Kepler deverá monitorar, a partir da órbita terrestre, mais de 100 mil estrelas. E o equipamento terá sensibilidade suficiente para encontrar não só os planetas gigantes gasosos que costumam ser descobertos pelas técnicas tradicionais, mas também mundos similares à Terra, ou até mesmo menores.

O único concorrente a chegar perto, em capacidade, é o satélite franco-europeu Corot -- projeto que tem participação brasileira e que tem o potencial para encontrar planetas ligeiramente maiores que a Terra. Mas uma "gêmea idêntica", se estiver ao alcance das tecnologias atuais, quase certamente sobrará para o Kepler.

Batizado em homenagem ao astrônomo Johannes Kepler, que no século XVII desvendou o movimento dos planetas ao redor do Sol -- em forma de elipse, não círculo --, o satélite encontra planetas ao notar pequenas reduções momentâneas no brilho de suas estrelas-mães, conforme eles passam à frente delas.

Essa técnica, do chamado "trânsito", já foi usada por telescópios em solo e também pelo Corot, mas o Kepler deve reforçar muito as buscas, com o equipamento mais sensível de todos.

"A missão do Kepler é determinar se planetas do tamanho da Terra na zona habitável [região em que pode haver água líquida] ao redor de outras estrelas são freqüentes ou raros; ou seja, se a vida na nossa galáxia tende a ser freqüente ou rara", descreve William Borucki, do Centro Ames de Pesquisa da Nasa, cientista-chefe da missão.

O satélite já está praticamente pronto. Passa agora pelos últimos testes antes de iniciar sua primeira viagem -- de Boulder, Colorado, onde foi montado, até o cabo Canaveral, na Flórida, de onde será lançado.

O transporte deve acontecer nos primeiros dias de janeiro. Depois, a espaçonave passará pelos ajustes finais para ser enviada ao espaço. O lançamento, a bordo de um foguete Delta II, está marcado para março de 2009.

Johannes Kepler


Johannes Kepler


Johannes Kepler (Weil der Stadt, perto de Stuttgart, 27 de dezembro de 1571 - Regensburgo, 15 de novembro de 1630) foi um astrônomo. Formulou as três leis fundamentais da mecânica celeste, conhecidas como leis de Kepler. Dedicou-se também ao estudo da óptica.

Vida e obra de Kepler

Em defesa da astrologia, publicou Tercius interveniens, onde criticava aqueles que atacavam a astrologia pelo seu viés supersticioso e não a distinguiam da astrologia como cosmologia. É importante notar que Kepler defendia a astrologia como cosmologia, como explicação do modo como se processam as relações entre astros e acontecimentos terrenos, dentro do âmbito da atuação divina. É clara sua crítica tanto aos céticos quanto aos supersticiosos.

Vale lembrar que naquela época todos os astrônomos eram também astrólogos, e aconselhar reis e imperadores em questões astrológicas fazia parte das atribuições de qualquer astrônomo. O interessante da obra de Kepler é justamente ele ter feito a transição da superstição à ciência. Quando as observações físicas se chocaram com o dogma, Kepler optou pelos fatos científicos, abandonando a superstição.

Ele se desfez dos epiciclos, equantes e outros artifícios matemáticos criados no tempo de Ptolomeu - e mantidos por Nicolau Copérnico - para enquadrar as órbitas celestes ao modelo aristotélico das esferas de cristal. Segundo Aristóteles, os céus eram divinamente perfeitos, e os corpos celestes só podiam se mover segundo a mais perfeita das formas: o círculo.

Kepler, usando dados coletados por Tycho Brahe (as oposições de Marte entre 1580 e 1600), mostrou que os planetas não se moviam em órbitas circulares, mas sim elípticas. Esse detalhe, somente perceptível por acuradas medições, mais tarde deu a Isaac Newton elementos para formular a teoria da gravitação universal, 50 anos mais tarde.

Newton viria a declarar: "Se enxerguei longe, foi porque me apoiei nos ombros de gigantes". Não declara exatamente quem seriam esses gigantes, mas Kepler certamente era um deles.


Modelo do Sistema solar de Kepler

Johannes Kepler estudou inicialmente para seguir carreira teológica. Na Universidade, ele leu sobre os princípios de Copérnico e logo se tornou um entusiástico defensor do heliocentrismo. Em 1594, conseguiu um posto de professor de matemática e astronomia em uma escola secundária em Graz, na Áustria, mas poucos anos depois, por pressões da Igreja Católica (Kepler era protestante), foi exilado, e foi então para Praga trabalhar com Tycho Brahe.

Quando Tycho morreu, Kepler herdou seu posto e seus dados, a cujo estudo se dedicou pelos 20 anos seguintes.

O planeta para o qual havia o maior número de dados era Marte. Kepler conseguiu determinar as diferentes posições da Terra após cada período sideral de Marte, e assim conseguiu traçar a órbita da Terra. Encontrou que essa órbita era muito bem ajustada por um círculo excêntrico, isto é, com o Sol um pouco afastado do centro.

Kepler conseguiu também determinar a órbita de Marte, mas ao tentar ajustá-la com um círculo não teve sucesso. Ele continuou insistindo nessa tentativa por vários anos, e em certo ponto encontrou uma órbita circular que concordava com as observações com um erro de oito minutos de arco. Mas sabendo que as observações de Tycho não poderiam ter um erro desse tamanho (apesar disso significar um erro de apenas 1/4 do tamanho do Sol), Kepler descartou essa possibilidade.

Finalmente, passou à tentativa de representar a órbita de Marte com uma oval, e rapidamente descobriu que uma elipse ajustava muito bem os dados. A posição do Sol coincidia com um dos focos da elipse. Ficou assim explicada também a trajetória quase circular da Terra, com o Sol afastado do centro.



Fonte: G1 - Foto: NASA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por participar e enviar seu comentário

Voar News Agradece pela sua participação