Ano de 2008 ganha um segundo a mais no último minuto do ano
A Terra está mais lenta. Por isso, para compensar, de vez em quando, é preciso ajustar o relógio para acertar a diferença.
Vai começar tudo de novo. Depois da correriam do natal, o brasileiro se apressa para o réveillon. O ano de 2008 passou voando, mas ganhou uma sobrevida: um segundo a mais no último minuto do ano.
A decisão, tomada na França, mexe com horário do mundo inteiro. Mas, afinal, o que dá para fazer em um segundo?
O chamado "tempo universal" é medido por várias instituições no mundo todo. Os cientistas estudam a velocidade da rotação da Terra para definir a duração do dia. A Terra está mais lenta. Por isso, para compensar, de vez em quando, é preciso ajustar o relógio para acertar a diferença.
Seu Floriano Alves Moreira tem 94 anos e já viveu o suficiente para aprender que uma vida inteira passa em um segundo. "Você tem que aproveitar, porque o tempo passa", afirma.
Um segundo, para quem vive correndo, é tempo demais para perder.
Muita pressa para pouco tempo? Nem tanto. Em um segundo, um carro de Fórmula 1 percorre mais de cem metros.
No último segundo da prova de 100 metros borboleta, nas Olimpíadas de Pequim, o nadador Michael Phelps ganhou uma de suas oito medalhas de ouro, por um centésimo de segundo.
O jamaicano Usain Bolt correu os 100 metros rasos em 9 segundos e 69 centésimos. Em 1920, o recorde era de 10 segundos e 60 centésimos. Não caiu nem um segundo completo em quase 90 anos.
"Em uma prova como essa, tirar um segundo é uma missão quase que para um deus do Olimpio. Está chegando um momento em que o atleta tirar 0,01 segundo já é algo a ser comemorado. Um segundo é algo impensável", declara o treinador de atletismo do Esporte Clube Pinheiros, Cláudio Castilho.
Pode parecer impensável, mas o último minuto desse ano terá 61 segundos. Será um segundo a mais para sincronizar os relógios astronômicos - orientados pelas estrelas - e os atômicos, tão precisos que, graças a eles, foi possível perceber que a terra gira mais lentamente a cada ano.
"Quando da Terra se olha, com grande precisão, a posição de uma estrela ou uma galáxia muito afastada, se verifica que o tempo que leva para a gente rever essa galáxia em uma certa posição, depois de uma volta da Terra, está aumentando, mostrando que a Terra gira mais devagar", explica o físico Giorgio Moscati.
A variação é tão pequena que, mesmo depois de décadas, seria difícil perceber no dia-a-dia. Mas, como os relógios atômicos são referência para todo mundo, inclusive para os satélites que giram em volta da Terra, qualquer diferença atrapalharia, por exemplo, a navegação por GPS.
As rotas da aviação são orientadas por esse sistema. Os navios se localizam por coordenadas, expressas em graus, minutos e segundos. Até circular de carro por São Paulo ficaria mais difícil se o guia eletrônico ficasse perdido.
Giorgio Moscati explica que a primeira correção desse tipo foi feita em 1972. O importante é aproveitar bem o tempo extra.
“Vou dar um beijo mais longo na minha esposa", afirma o empresário Juarez Araújo. “E eu vou compartilhar com beijo, é claro", confirma a mulher dele, a professora Márcia Leal.
Esse ajuste é tão preciso que dois relógios atômicos sincronizados só vão apresentar diferença de um segundo - entre um e outro - dez bilhões de anos depois. Se você achou muito, os pesquisadores dizem que, em breve, os relógios serão ainda mais precisos.
FONTE:http://g1.globo.com/bomdiabrasil/
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