21/10/2012

Azul avalia abrir ações judiciais


Azul avalia abrir ações judiciais contra Centurion Cargo e Autoridades Aeonáuticas

foto:viajaresimples.wordpress.com

 Por Alberto Komatsu | De São Paulo

 A Azul Linhas Aéreas acionou o seu departamento jurídico para estudar as medidas judiciais cabíveis contra a Centurion Cargo e "autoridades aeronáuticas", revelou o diretor de comunicação, marca e produto da Azul, Gianfranco Beting. 

O motivo é o prejuízo superior a R$ 20 milhões com a paralisação, por 45 horas, do Aeroporto Internacional de Campinas (Viracopos). Das 20 horas de sábado até às 17h30 de segunda-feira, a única pista de Viracopos ficou obstruída por causa de um avião cargueiro da Centurion Cargo, que teve um problema com o trem de pouso na aterrissagem. Nesse período, a Azul cancelou 470 voos, prejudicando 25 mil passageiros. "A gente já acionou nosso departamento jurídico e está trabalhando no sentido de entender o que é necessário e possível de ser feito", afirmou Beting. Segundo ele, a liberação da única pista de Viracopos poderia ter levado entre 8 horas e 10 horas, "entre as boas práticas do mundo".

 O diretor de segurança e operações de voo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Ronaldo Jenkins, considera que, num episódio como esse, Infraero e Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) poderiam ser responsabilizadas. "O Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC), nos números 139 e 153, diz que o manual de operação do aeroporto tem de ter plano de desinterdição de pista, que é executado e coordenado pela administração aeroportuária, mas a empresa aérea paga", afirmou Jenkins.

 Segundo ele, a Centurion, sediada em Miami, não tem estrutura no Brasil para retirar o avião da pista nem tinha obrigação de saber quem ela tinha de contratar. "Quem tem de saber isso é o aeroporto, que tem de ter uma lista das pessoas que podem trabalhar numa retirada de um avião. E isso está no manual de operação, que é da ANAC", afirmou o especialista em segurança aeronáutica. 

 O diretor da Centurion no Brasil, Vanderlei Morelli, disse que vai acionar o seu departamento jurídico para avaliar a melhor defesa num eventual processo movido pela Azul. "Aparentemente, para quem está de fora, dois dias é muito tempo, eu concordo. 

Porém, se você participa de todas as etapas... Desde o primeiro momento do acidente corremos atrás de tudo. Em nenhum momento houve tempo ocioso para prorrogar a saída do avião da pista", disse. Segundo ele, o avião acidentado, um MD11, pesava 183 toneladas na aterrissagem, momento em que o pneu do trem de pouso estourou. 

Na próxima semana, técnicos da americana Boeing estarão em Viracopos para avaliar a extensão dos danos à aeronave. Por meio de comunicado, a Infraero informou que "a segurança das operações, do aeroporto e de seus usuários foi prioridade durante todo o processo" e que a retirada da aeronave da Centurion, foi feita o mais rápido possível", processo supervisionado pela estatal e pela ANAC, segundo as determinações do Código Brasileiro de Aeronáutica. 

O processo exigiu mais prudência por causa da presença de combustível nos tanques (asas do avião) e a possibilidade de haver detritos na pista. "A remoção da aeronave foi uma operação complexa, tendo em vista o tamanho e o peso, a presença de combustível e a necessidade de se preservar a pista para evitar reparos que levassem a uma interdição ainda mais longa do aeroporto", informou a ANAC, acrescentando que instaurou procedimento administrativo para apurar o cumprimento do plano de emergência pela empresa e pelo operador aeroportuário e a prestação de informação e assistência aos passageiros pelas companhias aéreas. 

 A TAM Linhas Aéreas é a única empresa brasileira que tem o equipamento que retirou o avião da Centurion da pista de Viracopos, conhecido como "recovery kit". Curiosamente, segundo Jenkins, há 15 dias um equipamento similar, da antiga Varig, foi leiloado, mas não houve interessado. Ele tinha algumas partes vencidas, mas itens como o macaco hidráulico estavam em boas condições. O "recovery kit" da Varig, que novo poderia valer até R$ 2 milhões, foi comprado por um sucateiro, por uma "ninharia".


Fonte:Valor Econômico online-Reportagem de : Alberto Komatsu | De São Paulo/Foto:viajaresimples.wordpress.com

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